Trechos (Parte 1)

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- Luccino... Luccino não! Luccino par-Luccino!

O italiano sorriu, roubando mais um macarrão da panela e colocando na boca. Otávio suspirou alto, e o outro sorriu enquanto mastigava a massa ainda meio crua na boca.

- Não está pronto.

- Eu sei que não – Otávio reclamou, fechando a panela com a tampa e se virando para Luccino, que ainda sorria. – E nunca vai ficar, se você continuar roubando macarrão dessa maneira!

- Otávio, por favor, tem macarrão de sobra nessa panela – ele riu, colocando seus braços ao redor do pescoço do major, o puxando para mais perto, roubando um, dois, três beijos dele até que Otávio se rendeu e respondeu aos beijos, colocando suas mãos ao redor da cintura do mecânico.

- Você é impossível – ele murmurou, sorrindo enquanto esfregava seu nariz contra o de Luccino, o fazendo sorrir. – Já cortou os bifes?

- Já sim – Luccino assentiu e roubou outro beijo de seu major antes de se afastar. – Vou começar a fazer o molho. Com licença.

Otávio deixou suas mãos caírem ao seu lado e sorriu, negando com a cabeça enquanto Luccino pegava o vinho e a farinha, para fazer o molho da carne.

Seus olhos se encontraram e os dois relaxaram, sorrindo docemente um para o outro, com aquele olhar apaixonado e apaixonante que tinham um para o outro.

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Otávio acordou com o sol transpassando a janela e suspirou, bocejando baixinho e apertando os braços ao redor da cintura de Luccino, o trazendo mais para perto. O italiano, ainda dormindo, reclamou baixinho do movimento, e Otávio sorriu sonolento, deslizando o nariz contra a nuca do outro, beijando suas costas, ombros e pescoço levemente, para não o acordar.

Luccino era tão lindo dormindo. Se inclinando para olhá-lo por cima de seus ombros, Otávio observou a sua respiração lenta e compassada, o cabelo sobre seu rosto, sua boca entreaberta, todos os seus músculos relaxados, um som baixo saindo de seu peito, quase um ronronar. Lhe trazia uma felicidade enorme, saber que Luccino ficava assim, tão vulnerável em sua presença.

Mas infelizmente, o exército chamava cedo, e Otávio não tinha muito tempo de admirar o seu 'vizinho'. Por isso, ele beijou a bochecha de Luccino o mais gentilmente possível, e se afastou dele, deslizando seus braços para longe de sua cintura e se sentando na cama.

Luccino reclamou mais uma vez em meio ao seu sono, mas se manteve dormindo, enquanto Otávio se levantava e se trocava ali mesmo, colocando sua farda e se preparando para um dia corrido no exército.

Ser major conseguia ser mais difícil do que ser capitão. Se é que aquilo era possível. Ele não podia nem imaginar o trabalho que deveria ser, ser coronel.

Depois de se trocar e se higienizar, Otávio voltou para a cama e se abaixou ao lado de Luccino, beijando sua testa e o admirando por mais alguns minutos. Luccino continuou dormindo, sem previsão de acordar, e portanto, Otávio o deixou dormir, resolvendo fazer um café para quando Luccino acordasse.

Assim, ele teria um café quentinho e uma lembrança de Otávio para passar o dia.

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- Otávio, eu juro que estou bem...

- Bobagem – Otávio bufou, colocando o pano na água gelada e torcendo antes de coloca-lo sobre a testa de Luccino. – Você está ardendo em febre. Não para de tossir e espirrar. Está fraco, mal come!

- É só um resfriado – Luccino murmurou, contrariado, e fechou os olhos com a sensação fria em sua testa, que o fez tremer. – Nada mais!

- Um resfriado for que o senhor adquiriu quando foi na cachoeira com seu irmão naquele dia de inverno, quando eu e Ema dissemos que vocês não podiam ir – Otávio replicou, puxando o cobertor até os ombros de Luccino quando viu ele tremer. – Agora estão os dois de cama.

Nossa HistóriaWhere stories live. Discover now