Em seu aniversário, Otávio acordou sozinho.
A cama estava fria ao seu lado, e o sol tinha acabado de nascer, o que era um tanto estranho. Ele se levantou lentamente, procurando algum sinal de Luccino, mas a casa estava em silêncio profundo.
Otávio se levantou, ainda procurando, e foi até o banheiro. Também vazio. Ele fez sua higiene como sempre fazia, se trocou, e desceu as escadas até a cozinha, se perguntando se Luccino estaria lá, ou teria feito café.
Mas tudo que ele encontrou foi um bilhete sobre a mesa, com a caligrafia atrapalhada de Luccino.
'Feliz aniversário, amore mio!
Desculpe, tive que sair bem cedo por conta de um pedido de Brandão e Mariana sobre suas motos. Você sabe, a corrida é daqui a dois dias. Por conta disso, talvez eu volte bem tarde hoje para casa. Vou ajuda-los com os treinos. Eu sei que hoje é seu aniversário, me desculpe de verdade, mas é que não podia ser outro dia!
Te amo! Deixei um presente para você debaixo do balcão (tive medo que Flora, Fauna e Biscoito pudessem estraga-lo).'
A carta fez Otávio sorrir, embora o sentimento amargo ainda estivesse tentando rendê-lo. Afinal, era seu aniversário. Mas ele entendia. Por Brandão e Mariana, ele e Luccino fariam qualquer coisa.
Ainda que estivesse um pouco magoado, ele estava curioso pelo presente que seus gatos poderiam estragar, e abriu as portinholas do balcão, se surpreendendo com uma caixa. Ele tirou a caixa de baixo do balcão e a colocou sobre o mesmo, fechando a portinhola novamente e começando a retirar os embrulhos que a cobriam.
Finalmente, quando abriu a caixa, franziu o cenho. Era seu quepe?
Ele pegou o quepe na mão e virou, procurando algo dentro dele. Só podia ser brincadeira. O que seu quepe tinha de presente?
Mas ao virá-lo, viu um papel grudado contra a parte dura, e retirou o papel, o abrindo para lê-lo.
'Bem-vindo major, à sua primeira caça ao tesouro' a carta começava, escrita com uma letra bonita, caprichosa. Ele não reconhecia o traço. 'Essa é sua primeira pista. Seu quepe. E como é a primeira, vou dar-lhe uma dica em forma de pergunta: aonde se consegue outro igual a este? Muito bem, essa é fácil. Te espero na próxima estação, senhor major Otávio'
A curiosidade atiçou dentro de Otávio e ele sorriu, olhando em volta e colocando seu quepe sobre a cabeça, o papel seguro em sua mão.
Pois bem. Uma caça ao tesouro.
Luccino tinha se superado dessa vez.
Seus passos eram rápidos em direção ao quartel. A vontade era de correr, mas honestamente, ninguém da cidade poderia saber de sua animação. Afinal, provavelmente somente um grupo seleto de pessoas sabiam da brincadeira que Luccino estava tramando.
Ao se aproximar do quartel, ele bateu continência a seus soldados, e seguiu até o almoxarifado, aonde se estocavam as roupas extras de soldados. Talvez a carta se referisse ao quartel como um todo, mas ele pretendia começar de algum lugar.
- Com licença, eu poderia checar o almoxarifado? – ele perguntou ao guarda, que assentiu e bateu continência para seu major antes de deixa-lo entrar. Ali dentro, sozinho, Otávio foi até a seção de quepes, e procurou de um em um, não encontrando nada. Ele continuou procurando em meio as fardas e calças, e quando já estava quase saindo para procurar em outro lugar, seu pé bateu em uma caixa. Ele franziu o cenho, nunca tendo visto aquela caixa ali, e se abaixou, a abrindo e sorrindo quando achou um outro bilhete. Dessa vez, o bilhete tinha um aro de couro grudado a si.
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Nossa História
FanfictionUma junção de vários plots Lutávio que eu escrevi para minha grande amiga @larissacosta52 É aniversário dela hoje (16/10) e eu queria dar alguma coisa que ela gostasse. Espero que essa história dividida em 2 partes seja suficiente, mas se não for, e...