Capítulo 2

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"Just like a star across my sky 
Just like an angel off the page 
You have appeared to my life 
Feel like I'll never be the same"- Corinne Bailey Rae, Like a star

Quando eu vivia em Woodchester eu sempre passava de orfanatos e hospitais visitando as crianças, dançava para elas e muitas das vezes levava alguns bolos. Pra mim era gratificante ver aquelas crianças sorrirem com o pouco que eu podia dar, isso iluminava a minha vida.

Desde que eu me mudei para Southbrast  ainda não tive tempo de continuar fazendo isso, com a mudança e a confeitaria, acabei ficando atolada de coisas para fazer e acabei me esquecendo um pouco disso. Mas faz tempo que sinto falta disso e é por isso que hoje vou visitar as crianças de um hospital público que fica à alguns minutos do meu apartamento.

Depois de organizar alguns doces e bolos, que eu podia levar ao hospital, caminhei por 10 minutos até chegar a entrada do hospital. Falei com a recepcionista que me apresentou a uma informei que organizou um espaço em que eu podia me apresentar para as crianças.

Distribuí os doces e preparei ,com ajuda de algumas enfermeiras, um pequeno espaço para que eu pudesse fazer a pequena apresentação que preparei. Vesti minha roupa de minions, porque tanto meninas como meninos adoram, coloquei a música Happy pra tocar e comecei a dançar.

As crianças pareciam se divertir enquanto eu dançava, elas me aplaudiram quando terminei e pareceram ficar felizes e mais animadas. Ver o sorriso daqueles anjinhos não tem preço, a alegria deles enche meu coração de felicidade.

Umas das meninas parecia me conhecer pelo YouTube

- Você não é aquela youtuber? A.... - ela colocou o dedo indicador no queixo tentando lembrar o meu nome
- Ara, você é a Alene Fletcher, eu amo os seus vídeos.

- Sou eu mesma, e fico muito feliz por você assistir meus vídeos - falei animada.

- Você pode dançar mais pra nós? - perguntou um menino fofo com aquele olhar do gato das botas que ninguém consegue resistir.

- Claro que sim.- concordei prontamente.

Depois de dançar mais três músicas eu já estava me despedindo dos meninos, mas uma garotinha no fundo chamou minha atenção. Todas as crianças saiam com seus familiares mas ela estava sozinha, sem nenhum familiar ao seu lado, uma das enfermeiras levou ela para seu quarto.

- Onde está a família daquela menina?-perguntei a uma das enfermeiras que estava arrumando tudo.

- Ah... A Valerie - ela suspirou parecendo ficar triste com menção da menina - Ela tem câncer e quando chegou aqui tinha algumas marcas de maus tratos, ela foi deixada em frente ao hospital e os pais simplesmente sumiram. Ela é uma menina tão doce...nenhuma criança merece isso.

Nossos olhos estavam marejados quando ela terminou de falar.

- Eles abandonaram a pobre menina, logo no momento em que ela mais precisava- falei com uma pontada de raiva subindo no meu sangue- Eu posso ver ela?

- Claro, eu acho que sua apresentação alegrou um pouco ela e imagino que ela fique feliz por ter alguém perto dela.

A enfermeira, que descubri que se chama Emma, me acompanhou ao quarto de Valerie enquanto mantínhamos uma conversa sobre a situação de Valerie.

Quando chegamos ao quarto vejo ela concentrada num livro infantil que está nas suas mãos.

-Posso entrar? -pergunto tentando chamar a atenção dela. A garota abre um pequeno sorriso e assente. Ela parecia cansada, seus olhos estavam vermelhos, mostrando que ela esteve chorando a pouco tempo, seu cabelo castanho começava a aparecer na sua cabeça.

Emma nos deixou sozinhas, e eu me aproximei da sua cama sentando ao lado dela.

- Meu nome é Alene e você é Valerie, né?

- Sim, seu nome é bonito - ela diz timida- Nunca conheci alguém com esse nome.

- Então é um prazer ser a primeira Alene que você conhece - falo esboçando um grande sorriso

- Você dança muito bem. Você pode me ensinar a dançar quando eu melhorar - seus olhos brilham de expectativa.

- Claro que sim, vai ser um prazer Val. Eu posso te chamar assim?

- Sim eu acho que gosto mais assim.

Eu fiquei mais alguns minutos conversando com a Val, e descobri que ela era bem mais falante do que eu pensava, a garota de 5 anos era muito esperta. Ela me gostou que ganhou o livro que estava em suas mãos de um dos médicos do hospital mas me contou que não sabia ler, então eu prometi que lhe ensinaria. Ela também me disse que estava feliz por eu ter visitado ela, porque ela se senti sozinha e ficou triste quando viu todas as crianças com seus pais enquanto ela estava sozinha.

- Luz do meu dia...- um homem entrou cantando no quarto enquanto eu contava pra Val sobre a minha pastelaria. Ele parou no mesmo instante que viu que ela não estava sozinha.

Só então me dei conta de que era o mesmo cara que Molly atendeu outro dia, mas dessa vez ele estava com óculos, que o deixavam mais sexy, não consegui reprimir esse pensamento, e um jaleco branco de médico. Ele não pareceu nada feliz em me ver.

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2018 ⏰

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