Sexylicious

Naruto

Mais uma noite de trabalho e Naruto aguardava no camarim seu momento de subir ao palco. Aquela noite ia ser bem animada, Kakashi já havia avisado sobre o grupinho de universitária que tinha feito reserva, e universitárias era sinônimo de mulheres bonitas e boas gorjetas. Perfeito, massagem no ego e grana no bolso. E como ele tava precisando de uma grana extra aquele mês.

Acontece que Naruto perdera os pais ainda muito jovem e a partir de então, foi criado pelos avós maternos, mas não dava pra ficar na barra dos velhos pra sempre. Quando fez 18 anos, Naruto juntou a modesta herança que os pais deixaram pra si e partiu rumo ao seu futuro. Foi dividir um apê com Sasuke e Itachi e graças ao mais velho, conseguiu um emprego na Sexylicius como garçom. Mas Naruto queria estudar e aquele emprego não era o suficiente pra bancar as contas de casa e ainda pagar por uma faculdade. Acabou, mesmo que a contragosto, aceitando a vaga de Striper que lhe ofereciam desde que entrara na boate.

Naruto não era exatamente fã da sua profissão. Apesar de extremamente extrovertido e espalhafatoso, aquele não era o tipo de atenção que gostava de receber. No fundo o garoto era um pouco tímido e todo aquele assédio o incomodava. Havia perdido as contas de quantas vezes teve que recusar as propostas de programas com um sorriso no rosto porque afinal, não podia desagradar o cliente. Era um saco aquilo. A vontade que tinha era de se formar logo e poder deixar tudo aquilo para trás.

Mas não pense que o loiro era ingrato. Longe disso. Naruto sempre teve em mente o quanto devia à Itachi por conseguir-lhe aquele emprego e a Madara, Hashirama e Kakashi por dar-lhe a oportunidade. Graças à Sexylicius, conseguia estudar durante o dia e trabalhar à noite. Seu horário diferenciado de trabalho facilitava quando o assunto era a faculdade, mas quando a partia pra vida pessoal, a coisa degringolava um pouco. Especialmente se fosse em relação à sua vida romântica.

A verdade é que a última vez que o garoto estivera mais a sério com uma garota, foi ainda no ensino médio, uma jovem bonita por sinal, mas que se mostrou muito grudenta depois de um tempo. Não deu pra ele, foi melhor terminar. E desde então vinha vivendo de casinho em casinho, encontro em encontro e por muitas vezes, apenas sexo casual mesmo. Não que ele detestasse aquilo, quem não gostava de um sexo descomplicado as vezes, mas Naruto não era um jovem totalmente desprendido como a maioria dos jovens da sua idade pregavam ser. No fundo ele sentia falta de uma companhia pra pegar um cineminha ou até mesmo sair pra jantar sem segundas intenções. Sentia falta de dar e receber afeto. No fim das contas, fora da faculdade, sua vida social se resumia a Sasuke e Itachi cujas folgas batiam com a dele e com quem sempre saia para um barzinho qualquer para beber uma gelada e espairecer um pouco. Ninguém é de ferro no fim das contas.

O camarim era um local até confortável para um stripeclub. A sala espaçosa era rodeada de araras que acomodavam as mais diversas fantasias divididas entre femininas e masculinas. Num canto, duas portas davam acesso aos banheiros e em uma das paredes, alguns biombos estavam disponíveis para os mais acanhados fazerem sua troca de roupa. Uma série de penteadeiras jaziam lado a lado no centro do local com grandes espelhos rodeados por lâmpadas brancas e amareladas e algumas maquiagens organizadas em gavetas normalmente usadas pelas garotas, mas que vez ou outra, Ino exigia que os rapazes também usassem para esconder alguma marca indesejada. O espaço ainda contava com alguns espelhos de corpo inteiro e vários puffs onde Naruto jazia jogado.

Conferiu o horário no relógio em cima das penteadeiras, estava quase na hora, sua apresentação seria a primeira da noite. Terminou de ajeitar sua roupa e colocou seu chapéu. Estava pronto. Recebeu o sinal do assistente de palco e tomou seu lugar à frente do público. Luzes prontas, o mestre de cerimônias fez o anúncio, era sua deixa. Hora do Show

A batida eletrônica que marcava o tempo da música começou a soar por todos o salão e sob a luz fraca e avermelhada responsável por deixar o clima ainda mais sensual, o loiro começou a caminhar pelo palco vestido num terno preto de camisa branca e gravata preta. O rosto era ocultado pela aba do chapéu fedora também preto que o deixava com um ar ainda mais misterioso. Só aquela visão já era o suficiente para fazer as mulheres ali suspirarem, mas não era apenas suspiros que ele queria arrancar delas.