Aquele cheiro... Renesmee acordou sentindo aquele velho cheiro familiar da cidade de onde nasceu, tinha dormido durante a viagem, estivera exausta nas últimas horas de tanto pensar, se preocupava se estava desenvolvendo uma certa hiperatividade, seus pensamentos ultimamente eram frenéticos, a deixando cada vez mais cansada.
Entretanto o retorno a sua cidade natal pareceu reestabelecer suas forças, como se voltar para a cidade também estaria voltando para Jacob.
Jacob.
Novamente se pegou pensando nele, em como estaria, e se estava pensando em Renesmee também, já que não demostrou isso nos últimos anos, além disso também teve de admitir que estava chateada pelo beijo que deixou um gosto ruim em sua boca e podia senti-lo toda vez que lembrava, nunca pensou nas questões humanas de primeira vez, mas queria que tivesse sido bom e de preferência com alguém de quem gostasse.
Suspirou, enfim estavam chegando a velha casa dos Cullen no meio da floresta para guardar as coisas, assim que chegasse, sua mãe prometeu que as duas iriam a reserva para se encontrar com seu pai e seu avô e... Jacob.
***
Estava demorando demais, Jacob não tinha paciência de voltar para casa em uma ambulância lenta, como gostaria de correr agora! Leah estava em silêncio ao seu lado, desde que entraram ela estava concentrada nos batimentos cardíacos da criança como se estivesse obcecada, Jacob entendia seus motivos, então tentou ser paciente, recostou-se no assento fechando os olhos e deixando sua mente divagar, se concentrou nos sons do motor, nos solavancos que a ambulância dava ao passar por trechos imperfeitos da rodovia e deixou-se adormecer.
***
Assim que a viu, sentiu seu coração se acalmar, pelo menos um pouco, chegou perto de sua cama, ela respirava com um pouco de dificuldade como um passarinho assustado, Leah sentia tanto por ela ter passado por aquilo, percebeu que tinha tanto medo de perde-la, como tinha com seu imprinting.
Uma parte racional de sua mente tentava entender como poderia sentir algo tão forte por pessoas que nunca conheceu, mas o outro lado tinha certeza desse sentimento, certeza de que era real.
Deixou todos os preparativos com Jacob, sentia-se anestesiada de tudo que acontecia ao seu redor, não se importava, somente importava que ela estava bem, ficou se perguntando qual seria o seu nome e também de seu imprinting, ficou se divertindo tentando adivinhar no tempo que teve de esperar no quarto.
Já na ambulância, a cada metro que seu corpo sentia estar se aproximando de sua casa, a cada metro que sentia estar se aproximando dele, começou a ficar inquieta, tentava prever em sua mente algumas situações, tentava imaginar como seria se apresentar: Oi sou Leah, muito prazer e alias sei que a gente não se conhece, mas você é o amor da minha vida.
Bufou. Antes sempre fora confiante com os rapazes, nunca teve problemas para se expressar e dizer o que queria, mas agora sentia-se tímida, sentia-se desprotegida, como se fosse um livro aberto e todos pudessem ler suas emoções na sua testa, não queria isso, mas parecia que não podia evitar, isso era terrível, agora entendia como os outros se setiam a respeito de seus imprintings, agora entendia o porquê de não ser culpa deles essa forma ridícula de agir.
Jacob parecia dormir ao seu lado, incrível como nada parecia atrapalhar seu sono, sempre conseguia dormir rápido, diferente de Leah. Ela queria acordá-lo para conversar, pedir ajuda nessa questão do imprinting, não queria admitir que estava com medo, estava ansiosa por encontra-lo, com medo dele estar ferido demais e não sobreviver e com medo dele a recusar, eram muitos medos e muitos pensamentos em sua mente, quase desejou que nunca o tivesse encontrado, talvez era melhor ficar somente com os pensamentos depressivos atormentando sua mente do que um possível amor não correspondido.
***
Tudo estava perfeitamente como se lembrava, sua casa, uma modesta e confortável cabana um pouco afastada da casa principal de sua família, e que por dentro era tão luxuosa quanto a outra casa, seu quarto ainda tinha a antiga decoração, sua tia Alice disse que poderiam redecorar juntas no dia seguinte.
Renesmee deixou as malas no tapete e sentou na cama, o quarto inteiro estava impregnado com o cheiro amadeirado de Jacob que Renesmee adorava, como se ele estivesse vivendo ali o tempo todo desde que partira, sorriu com a ideia, talvez significasse que ele de fato sentia falta de Renesmee, tanto quanto ela sentia a dele.
"Ness? O que acha, já quer ir?"
Sua mãe perguntou da porta. Ela levantou num salto.
"Sim! Claro."
"Ok, vamos lá, só vamos nós duas, seus tios ficarão por aqui, já avisei seu pai que estamos indo e ele vai nos encontrar na fronteira."
"Tudo bem."
"Oh, e seu pai pediu para avisar que Jacob ainda não chegou, ele está a caminho, e se você quiser, podemos esperar até que ele chegue."
"Eu gostaria."
"Tudo bem então, vamos."
Enquanto corriam pela tão conhecida floresta de Forks, Renesmee se lembrava de sua infância, de todos os momentos se divertindo com Jacob, acabou percebendo que Jacob a vira desde de que nasceu, e que para ele Renesmee não passava de uma criança, talvez por ter estado presente em sua criação nunca a visse realmente como uma mulher, isso a entristeceu por um momento, fez seu coração se contrair.
Estava cada vez pior pensar em Jacob, cada vez mais doloroso tentar negar a si mesma que não sentia o que sentia, que não deveria sentir, claro que sua mãe a confortará a esse respeito e claro que dissera que estava tudo bem, que sentir esse amor não seria errado, mas e se não fosse correspondido? Valeria a pena sentir?
Conforme se aproximava tentou tirar esses pensamentos de sua mente, não queria incomodar seu pai, tentou colocar outro sentimento em seus pensamentos, acabou lembrando de Nahuel e o que ele fez, como a fez se sentir mal.
Percebeu que funcionou assim que viu a expressão de seu pai, sem dizer nada a abraçou, Renesmee transmitiu o quanto protegida se sentia ao estar a seu lado e como era grata por sua família.
"Mostre-me Ness, preciso saber."
Sussurrou em seu ouvido e Renesmee o fez, mostrou através de seu dom tudo que aconteceu com Nahuel, como ele a tocou e forçou, como a assustou e amedrontou e sentiu seu pai tremer quando mostrou como quase perdeu sua mãe.
"Bella..."
Sua mãe se juntou ao abraço, seu pai as abraçou e beijou.
"Vocês são tudo de mais precioso em minha vida, não teria vida para mim sem vocês."
As abraçou forte uma vez mais antes de se afastar. Acariciou o pescoço machucado de sua mãe, as cicatrizes das unhas de Nahuel podiam não ser perceptíveis para humanos, mas podiam ser vistos claramente por alguém com a visão mais aguçada.
"Renesmee prometo que nunca mais deixarei que alguém a machuque de qualquer forma, nunca irei me perdoar se permitir que aconteça novamente... por favor perdoe-me por não estar ao seu lado quando precisou."
"Está tudo bem pai, nós estamos bem agora."
Beijou sua testa ternamente.
"Seu avô está esperando, explico toda a situação quando chegarmos e... tente não mostrar a Jacob o que me mostrou, diga... diga o que aconteceu, mas não mostre, certo?"
Renesmee perguntou o por que em pensamento.
"Somente, confie em mim, tudo bem?"
Confirmou. Sabia como Jacob era superprotetor, mas não entendia porque era melhor ele não saber tudo, se até seu pai pode aceitar calmamente, por que Jacob não poderia? Bem, não era o que importava naquele momento, agora o que importava era saber o que exatamente estava acontecendo e o motivo de terem de sair às pressas de sua casa.
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Sob o Domínio do Destino (Ness e Jake) + Audiolivro
FanficComo era crescer como uma imortal? Não exatamente como sua família, mas diferente, meio-humana, meio-vampira, os sentidos humanos entrando em conflito com os instintos imortais. Para Renesmee esse era o seu normal, dormir e acordar como humana, cor...