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BL - 01

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Peguei mais um copo de tequila, observando as luzes coloridas ofuscar no salão escuro, iluminando as poucas pessoas na pista e algumas na área vip no sofá. Sorri sugestiva para o barman, que retribuiu envergonhado. Talvez não fosse muito de receber cantadas ou sorrisos malicioso. Bebi de uma vez meu oitavo ou nono copo. Meu corpo todo quente e trêmulo pela bebida forte. Soltei um suspiro, ouvindo a batida alta do som, quase ensurdecedor.

Baladas. Uma vez já foram mais animadas para mim. Talvez com tanta frequência foi se dissipando a vontade, alegria de dançar, conhecer pessoas novas. Acenei mais um vez. Um copo de tequila, 30won, de 20ml. Tão pequeno quanto minha mão. Mas era tão bom e viciante, não ficava tão chata ou nervosa com minha solidão. Aliás, não me importava pagar tão caro num copo minúsculo de tequila que nem cobria sua superfície. Não importava o povo gritando, rindo ou dançando pra caramba na pista. Não importava o som ensurdecedor quase estourando meus tímpanos, ou o olhar soslaio do barman. Nada mais importava, além da minha presença despercebida na solidão da noite com o coração chateado por uma crise existencial.

Fui atendida, pedi por mais um copo de tequila. Décima ou décima primeira. Bebi devagar desta vez, a queimação era boa, mas era enjoativa quando se bebe dez copos de tequilas de uma vez.

Olhei para uma mulher que surgiu afobada, o rosto suado e um sorriso animado nos lábios. Ela soltou um suspiro, chamando o barman pelo nome. Não era a única que sempre frequentava o pub diariamente, provavelmente; nunca me interessei em conversar com o barman, na verdade, era a minha primeira vez sentada bebendo quase todas as tequilas do bar. E mesmo que o rapaz fosse atraente, não me sentia a vontade de perguntar como foi seu dia ou como está sendo sua noite. Ou o que comeu ontem, ou se transou muito semana passada. Nada importava mesmo.

E talvez ele não se importava se estava tudo bem.

Acompanhei o pedido da moça. Reparando em seus cabelos, quando a luz fraca branca iluminou seu rosto, em chamas. Em chamas que causou meu coração. Um laranja intenso e hipnotizante, metaforicamente em chamas. Iluminando meus olhos, como se difundia em meu corpo, o esquentando. Era um laranja que combinava perfeitamente com ela, e ela estava em chamas também. Tudo nela era atraente o suficiente. Ela sorriu, pedindo um blue lemonade com muita vodka. Eu ri, terminando de beber o resto do líquido. Suave como seu sorriso.

Ela se inclinou no balcão, olhando por lá e perguntando alguma coisa que foi negado. Vi tudo turvo, talvez estivesse bêbada o suficiente para dar "pt". Era comportada. Observei o corpo formoso da moça ao meu lado. Esguio, mas robusto nos quadris e no busto. A roupa colada, mostrando um pouco de sua barriga chapada. Os fios laranjas caindo em seu rosto. Meu coração pulou. Ela pegou a bebida, dando uma piscadela para o rapaz. Poderia jurar que eles se pegavam. Ela riu, com o canudo entre os lábios finos num vermelho quente. Sentou-se no banco, passeando os olhos pela pista de dança até chegar em mim.

Pisquei assustada com o repetino trocar de olhares e sua percepção que a observava. Ou admirava? Minha mente ficou branca, apenas desviei, voltando a olhar para as garrafas, querendo mais um copo de tequila. Pedi mais uma. Talvez a décima segunda ou décima terceira. Ela riu, segurando minha mão.

— Você está pálida de tão bêbada – comentou rindo, olhando em meus olhos. Talvez estivesse com o olhar morto, porque via sua rosto pela metade. – já pensou em beber água para se hidratar?

Não entendi bolufas do que ela havia comentado. Apenas neguei. Era algo com água. Não gostava de água. Principalmente em balada. Ela riu, deixando o copo com blue lemonade de lado.

— Quer água? Precisa voltar a consciência. Na volta pode acontecer algo de ruim. – murmurou me arrumando no banco. Nem sabia que estava desajeitada. Arrumou meus cabelos. O enjoo estava começando. – Traga para mim uma água e blue lemonade sem álcool, por favor, Zhang!

Gritou, ou berrou. Minha audição estava aguçada. Podia sentir seu calor ao mim tocar. Meu estômago embrulhou, alertando que o conteúdo bebido queria sair de forma errada. Não consegui segurar um arroto, então, este saiu sem aviso prévio. Me encolhi envergonhada, quando alaranjada começou a rir com a mão espalmada em minhas costas. Senti um leve arrepio, com contínuos soluços. Talvez eu precisasse de água. Mas não importava.

— Beba tudinho, Dona Tequila. – olhei-a com repreensão daquele apelido tosco. Bebi toda água, mesmo com meu estômago recusando qualquer coisa. – Boa menina – riu, pegando agora outro blue lemonade – suco faz bem para ressaca. Só não vá vomitar. Comprei hoje essa bota, tá novinha e quero que continue assim.

Piadista ela. Bebi um pouco do suco, querendo o jogar fora. Me contraí, largando-o por ali. Não, meu estômago não aceitava aquilo tão doce. Precisava do amargo.

— Então, por quê está trancafiada na bebida e não está se divertindo? – ela indagou, cruzando os pernas. E pelo céus sem nuvens, que pernas. Olhei para seu rosto maquiado, os olhos marcantes num preto extenso.

— Perdi a graça da animação. – explico, minha voz saindo arrastada e embolada.

Ela riu, soltando os braços para o ar. Cômica. Única.

— Você é tão linda, deveria tentar se divertir e arrumar uns rapazes para beijar. – ela contou, a voz calma como minha mão passando nas roupas veludadas de Irene. Ela amava veludo. – Venha, vamos dançar juntas. Como dizem os poetas cinemáticos: "a noite é uma criança".







// não tem segredos kdkdkddk mais uma fanfic flopada. ss gostarem votem, comentem se quiser divulguem. e leiam minhas outras obras. eu amo seulrene

ouçam dean e heize ♥️
bye~

;; blue lemonade | seul+rene [red velvet]Onde histórias criam vida. Descubra agora