Era um dia frio quando te vi pela primeira vez. Você carregava um livro de romance inglês entre os braços enquanto observava outros na estante da biblioteca. Seus olhos eram cheios de vida enquanto os meus tristes e vazios.
Você não me viu, mas eu lhe avaliava por detrás de um livro no outro lado da prateleira. Havia ali milhões deles, fantasiosos e apaixonados como se podia esperar de Marry James.
Naquele mesmo dia você tropeçou em mim e me encarou com seus olhos claros, lhe respondi com arrogância, porém você me tratou como um homem machucado que apenas precisava se curar. De fato, você estava certa.
Nós conversamos sobre tudo naquele dia, até mesmo seu fascínio por Marry James. Você me disse eu era o galã da autora, e eu sorri com a ideia absurda. Aliás Edgar possuía sua salvação, a bela Hana e seus claros olhos brilhantes.
Porém aquele livros apesar de se assemelhar aos clichês, possuía uma linda mensagem, e através dela eu percebi de forma subentendida que já possuía minha Hana.
Eu pude acreditar nisso apenas depois, quando você assim como Hana pôde me recuperar dos meus pecados.
Eu assim como Edgar, recuperei minha alma e pude no lugar um peito vazio, construir um amor que venceu todos os meus problemas como do jovem galã.
Doze anos se passaram, mas mesmo assim seus olhos continuaram a me encantar. Doze anos, e seu sorriso ainda me iluminava como a primeira vez que te vi. Doze anos, e o barulho dos seus passos ao dançar ainda acalentavam meu coração. Doze anos e eu continuei a compreender o que é estar vivo.
Edgar finalizou sua história ao lado de Hana na última página do livro, mas eu Minato continuou a contar seus passos e a te encontrar todos os dias. Eu continuou a te amar e desejar, não como um galã, mas como um homem que vivo entendeu a profundidade de um verdadeiro amor.