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" Enquanto o caminho... Só siga em frente." - desconhecido

- Você sabe que ele falou isso da boca para fora.- Rangel tentava me convencer de que o Castro era um bom rapaz pela 10° vez somente naquela noite.

- Ok! Ele é um ótimo rapaz, só me odeia, eu entendo... Agora vamos curtir isso aqui. Não aguento mais essa música.- Falei tentando mudar de assunto, o Castro não era tão importante assim para mim. Na verdade ele só era "importante" para mim por conta do Dê e da Rangel, que gostava muito dele e somente por isso eu o aturo. Ele não acrescenta e nem tira nada de mim, as palavras dele só me machuca no momento depois passa e eu  esqueço  e a vida segue... Enfim, Deve ser por isso que a gente ainda não acabou separando todo o grupo (não por falta de tentativas dele de me afastar do grupo).

Mas gostando ou não dele, ele era maduro o suficiente para se conter em certos momentos e me apoiar em algumas situações.

- Vamos! Tem um menino te olhando á, foi aquele mesmo carinha que tombou em você! Acho que ele tá querendo chamar sua atenção.- Péssima tentativa de chamar minha atenção, quase me derrubando, pagando bebida e sumindo... Cansada para joguinhos, pelo menos hoje já que, normalmente, eu amo jogar.

- Não vou ficar com ninguém, bateu preguiça de flertar, vamos só curtir a música.- Falei puxando ela pelo braço e mexendo o quadril de acordo com a música, ela fez o mesmo e depois de 20 minutos dançando eu já não tinha mais pernas para aquela festa.

- Eu quero ir para casa, vou chamar o Dê, pode ficar se quiser-  falei e ela assentiu e voltou a dançar andando em direção ao "bar". Fui andando procurando o Deluca e pedindo licença, o povo tava mais agitado que o normal por conta da música que começou a tocar, bati o olho em Deluca e já sabia que iria precisar ir a pé para porra do apartamento, mais que inferno... Eu deveria desconfiar que eles estaria ocupado com alguma garota.

- Vai para casa?- Castro me parou no meio do caminho.

- Estou tentando ir -  falei na intenção de continuar andando. Um tentativa falha.

- vou mais você, vou dormir lá hoje.- Ele falou em relação a casa da Rangel, já estava acostumada com isso, já era uma rotina.- Tá bom, a casa não é minha, de qualquer forma.- Falei andando e senti ele me atrás de mim.

Sua presença é mais do que forte.

Chegamos em seu carro e o silêncio permaneceu até chegarmos em casa, nem eu nem ele faz questão de manter contato, a não ser quando estamos em uma discussão ou quando é extremamente necessário.

- Pode descer se quiser, vou procurar um lugar para estacionar.- Falou sério, desci do carro e fiquei na porta esperando ele chegar com a chave.

Gostava de uma parte da nossa relação, era totalmente recíproca em todos os sentidos. Nenhum sentimento a mais, nenhum sentimento a menos.

- Não vai abrir a porta?- ele perguntou com a voz puxada pelo tédio, viajei nos meus pensamentos que até esqueci de como eu estava casada por me acabar na pista de dança com Rangel.- foi mal.- respondi abrindo a porta e entrando sem esperar qualquer resposta (mesmo sabendo que não iria receber nenhuma).

Fui em direção ao quarto de rangel e procurei uma roupa de dormir para poder tomar um banho, não tinha levado nada mas sabia que tinha peças minha na casa.

Fui andando em direção ao banheiro que fica no final de um corredor comprido da casa, que eu considerava bastante grande e confortável e se duvidar, mais confortável e agradável que a minha. Assim que cheguei na porta do banheiro Castro abriu a porta, tive uma grande sensação de alívio já que não teria que esperar, mas logo em seguida bateu o desespero/ arrependimento e o frio na barriga por  estar tão próxima da porta ao ponto dele se chocar comigo quando foi sair.

- Desculpa, não sabia que você iria sair ago...- fui cortada bruscamente. - Tudo bem, pode entrar.- ele falou passando por mim e se desviando, como se não fizesse questão de escutar minha explicação e nem com vontade de estar na minha presença. Não que eu me importasse com o fato dele não gostar da minha presença, claro que  teve uma época que me intrigava o fato de uma pessoa ter tanta repulsa por mim mas acabou, como sempre, virando um sentimento recíproco e uma rotina, o estranho seria se ele comesse a "saborear" minha presença. Imagino que ele deve sentir o mesmo que eu em relação a ter que conviver com uma pessoa que você não gosta, e saber que as pessoas que você mais ama ama uma pessoa que você não suporta e não sente um pingo de simpatia. Com passar do tempo eu, Deluca e Rangel virou " um só" eu pôr eles e eles pôr mim, foi assim em diversas situações e eu vou levar isso como um mantra até o dia da minha morte. Sei que eles tem o mesmo pensamento, eu amo eles tanto quanto me amo isso me torna uma pessoa satisfeita.

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