-hermione...você...você aceita ser a minha namorada?
-sim, eu aceito, harry.
o alarme invade meus tímpanos, disparando incansavelmente. que foi isso? isso foi algum tipo de sonho, ou pior, foi real? eu sonhei que tinha feito um pedido de namoro para hermione. minha cabeça latejava, meu corpo parecia estar em transe, e meus batimentos cardíacos estavam em descompasso, minha pressão deve ter caído também. meu rosto se pôs a enrubescer, como de costume, sempre que presencio algo que se assemelhe a isso, ou exatamente isso. tive medo de que a garota não estivesse mais em meus braços ao meu despertar, e pareceu magia, hermione esteve aninhada em mim por todo esse tempo. a beleza dela é realmente fascinante, adjetivos me parecem ser tão insuficientes quando se trata de hermione. mesmo que eu conheça tão poucos, e talvez seja este o motivo para a dificuldade ser tão grande, eu possivelmente continuaria a pensar que haveria um certo grau de insuficiência. ela se moveu muito essa noite, às vezes escapava de meus braços, quase rolava na direção do chão, mas eu não permitia que isso acontecesse. eu cuidaria dela, assim como ela esteve cuidando de mim. o sonho ainda me pegava despercebido, e prosseguia esguio pela minha mente, eu evitava esse pensamento, eu evitava tudo que estivesse relacionado a eu, hermione e um suposto pedido de namoro. ela nunca antes apresentou um sentimento forte e que passasse de amizade e gratidão, forte empatia e amor, mas este amor era um amor diferente, como um amor entre irmãos, e, às vezes, esse mesmo amor de irmão para irmão acaba se modificando e sendo confundido com o amor que há entre um homem e uma mulher, o desejo carnal, o desejo de rastejar para dentro da carne da pessoa amada, de estar acompanhado dela, seja nessa vida, em outras, e até mesmo na morte. se é que realmente existe a morte. passei a ponta de meu polegar pela maçã de seu rosto modelado, roçando preguiçosamente o mesmo naquela região. nossas pernas estavam enlaçadas umas entre as outras, nossos corpos bem próximos. eu podia sentir suas respiração soprar em meu rosto. suas pálpebras se mantiveram coladas, ela estava sempre exausta, mas nunca de mim. os livros que tinham sido pegos por nós ainda estavam no mesmo lugar em que os colocamos assim que chegamos; sobre a escrivaninha, alguns dentro da terceira gaveta, e ainda tinham dois sobre o chão, um sob o outro. apertei meu polegar em seu rostinho, o vendo afundar com suavidade e lentidão.
-não tão forte, Harry.
-oh, me desculpe.
parei com aquela pressão, afastando completamente minha mão de seu rosto assim que assimilei as palavras que a mesma havia dito. engoli minha própria saliva, me reerguendo sobre hermione e tateando a escrivaninha, em busca de meus óculos. o alcancei, trazendo o em minha direção, o pondo em meu rosto de maneira correta. voltei a me deitar ao lado de hermione, ela se aninhou novamente, enroscando suas pernas nas minhas e envolvendo seus braços em volta de meu corpo, como um bicho preguiça ou um bebê muito carente, em busca de carinho a atenção. hermione sempre teve uma postura rígida e autoritária, mesmo que às vezes demonstrasse timidez e parecesse ser muito reservada, coisa que, de fato, ela é. já eu, sou impulsivo, me irrito com facilidade, geralmente tomo decisões sem pensar muito com o que me acontecerá depois, prezo pelo bem daqueles que amo e os coloco acima de qualquer um e de qualquer coisa. pelo menos eu e hermione possuímos uma coisa em comum; aqueles que amamos são tudo para nós. o alarme dispara mais uma vez. deveríamos sair da cama, rápido.
-vamos lá, harry...
levantar para quê? para ir tomar café? ir até os jardins, pátio ou até mesmo para a quadra? fotografar o mesmo cenário morto e sem graça de sempre? me atrever a entrar no lago, me afogar e ser socorrido por hermione? isso me pareceu algo que eu gostaria que se repetisse, mas não. o passeio de ontem me deixou sem forças e acho que perdi alguns muitos neurônios tentando encontrar uma explicação para hermione ter assassinado um homem e não ter feito nada depois disso, por mais óbvia que fosse, eu queria encontrar uma outra explicação para isso ter acontecido. eu vi no noticiário ontem à noite, ele tinha mesmo morrido. eu não culpo hermione, também não me culpo, ela nem mesmo encostou nele, pode ter sido apenas coincidência, não pode? o homem do noticiário disse que ele foi atingido por um raio durante uma tentativa de resolver um problema na fiação da biblioteca. isso não fazia sentido algum. eles no mínimo poderiam ter sido um pouco mais realistas e dito que ele sofreu um ataque de alguns bandidos, e esses bandidos atingiram eles várias vezes com facas afiadas, porquê ele se recusou a pagar uma dívida muito alta. ah, vamos lá, eles deveriam ter sido no mínimo realistas. ninguém acreditou nessa baboseira de raio.
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- count me in • h + h •
Fiction générale• em meados de setembro, de 1968, os desaventurados, porém, já muito cientes de tudo que lhes iria ocorrer, harry james potter e hermione jean granger, são enviados até uma espécie de reformatório, ao chegarem lá, são submetidos a situações extremam...