Meu nome é Lívia Andrade. Estou com 5 anos e é meu primeiro dia no jardim de infância.
Estou com meu cabelo liso e preto preso em duas lindas chiquinhas com lacinhos e minha franja está bem arrumada na altura de minhas finas sobrancelhas. Estou sorrindo para meus pais, acenando de longe de mão dada com Isabel, minha primeira professora.
- Tia, a escolinha é legal? - pergunto com inocência.
- É sim pequena. Vamos lá conhecer seus novos amigos?
- Siiim tia.
Sorri e entramos na escolinha, que tinha suas paredes cheias de desenhos, várias portas e muitas crianças que nem eu correndo e brincando. Tia Bel ainda segura minha pequena mão, me mostrando cada parte da escola e me levando até o parquinho da parte de trás do prédio. Quando finalmente chegamos, meu queixo caiu. Tinha muitos brinquedos lá. Um escorregador pequeno e um médio, uma casinha na árvore, três balanços de metal e um de pneu pendurado na árvore, dois cavalinhos de borracha, uma caixa bem grande cheia de bonecas, carrinhos, caminhões, bolas e tantos outros brinquedos e jogos.
- Tia, eu posso brincar?
- Ainda não é hora. Temos que esperar o lanchinho. Ai sim você pode brincar com todas as outras crianças.
- Tendi tia.
- Agora vou te mostrar sua sala. Vamos?
Acenei sorridente, ansiosa para fazer novos amigos. Tia Bel me levou pelos corredores até uma porta com uma plaquinha colorida escrita "sala 03". Ela bateu na porta e esperou um tempo, até que uma moça muito bonita abriu a porta. Ela tinha os cabelos loiros, olhos castanhos e estatura mediana.
- Oi Clara! - tia Bel cumprimentou.
- Oi Bel. Aluna nova?
- Isso mesmo.
Tia Clara se agachou na minha frente e sorriu para mim.
- Oi. Eu sou a tia Clara, sua professora de matemática. Vamos entrar?
Ela pegou na minha mão e eu acenei para Bel, me despedindo. Entrei na sala e vi várias crianças, que agora mantinham sua atenção em mim.
- Crianças, vocês agora tem uma nova coleguinha. Qual seu nome fofinha?
- Bem... meu nome é Lívia e eu tenho cinco anos.
- Bem vinda Lívia. Pode sentar na cadeira vazia. -ela aponta para uma mesa vazia na fileira da Janela.
Me sentei atrás de uma garota de cabelos cacheados que sorriu pra mim e acenou. Acenei de volta e comecei a prestar atenção na aula, até que uma bolinha de papel bate na minha cabeça. Olho pra trás e vejo meninos rindo de mim. Fecho a cara e viro para frente, mas isso se repete até que eu junte todas as bolinhas e jogue na cara do menino. Enfim consigo paz, até o recreio.
Estou correndo pelo parquinho, em direção ao balanço. Me sento no banquinho vazio e alguém me empurra. Caio de joelhos e me arranho.
- Aiiiii. Por que fez isso?
- Porque eu quis - ele diz, grosso.
- Vou contar pra tia.
- Vai fazer o que? - ele se aproxima de mim.
- Contar pra tia - repito, porém com medo.
Ele me da um beliscão e eu começo a chorar. Alguém chega e empurra o menino no chão.
- Sofia? Sai da frente bobona - ele diz irritado para a menina.
- Sai daqui você Bruno. Olha o que você fez com ela.
- Ela é burra - ele diz.
- E você é um idiota.
Ele emburra e sai de perto. A menina se vira pra mim sorrindo.
- Você está bem? O Bruno te machucou?
Enxuguei minhas lágrimas e assenti com a cabeça.
- Vem. Vamos contar pra tia.
Fiz que não com a cabeça.
- Aquele bobão não vai voltar. Tem que falar pra tia.
Ela me ajuda a levantar e fomos até a professora mais próxima.
- Meninas! O que aconteceu? Por que está chorando Lívia? - pergunta tia Bel, preocupada.
- Foi o Bruno tia. Ele empurrou a Lívia no chão e depois bateu nela.
- O quê? Ele fez isso Lívia? - ela pergunta incrédula.
- Sim.
- Viu tia? Tem que por o Bruno de castigo.
Tia Bel fechou a expressão.
- Esperem aqui um minuto. Já volto meninas.
Ela saiu andando e em pouco tempo voltou, ainda com cara de brava mas agora com uma diferença: ela trazia Bruno junto, sendo puxado pela orelha.
- Ai tia. Aiiii Ta doendo.
- Você perguntou pra Lívia se estava doendo quando você machucou ela?
Tia Bel soltou ele na nossa frente. Eu e Sofia tentamos não rir mas não tinha jeito.
- Pede desculpa agora.
- Desculpa.
- Não é pra mim. É para a Lívia. E mais alto.
- Desculpa, Lívia.
- E?
- Tem mais?
- Bruno...
- Ta bem. Ta bem.Desculpa por ter te batido e te machucado. Não faço mais isso.
- Agora da um abraço nela.
- Ah não tia.
- Ah sim. Agora. Já.
Ele veio até mim e me abraçou forte, quase me deixando sem ar. Me soltou e se virou para a tia, com os braços abertos.
- Pronto? Posso volta agora?
- Pode.
Ele saiu correndo e tia Bel voltou para a gente, finalmente voltando a sorrir.
- Obrigada Sofia. Se acontecer mais alguma coisa, podem me procurar.
Ela saiu andando e eu fiquei com a menina.
- Obrigada.
- De nada - riu - a gente não se conhece direito. Eu sou Sofia.
- Eu sou Lívia. Quer ser minha amiga? - pergunto, torcendo para que ela aceitasse.
- Já não somos? - ela responde com um largo sorriso.
Rimos.
E assim foi meu primeiro dia de aula. Nesse dia duas coisas mudaram. Eu conheci minha melhor amiga, Sofia Fernades, e o menino que infernizaria minha vida escolar até meus doze anos, Bruno Alves.
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Para Sempre Seu Amor
Teen FictionLívia Andrade, 17 anos. Está no primeiro ano do ensino médio e encontra um garoto lindo e inoportuno que trás lembranças do seu passado. Ela sofria com as maldades de um colega mala do jardim de infância (quem nunca teve um ) mas o tempo passa e al...