Liv Andrade, 17 anos, sentada numa carteira na sala de aula.
- Bom... Oi. Meu nome é Tomas, tenho dezessete anos. Meus pais se divorciaram a algum tempo e me mudei para cá com minha mãe, por uma proposta de emprego. Eu sei que é bem clichê minha história mas, não foi escolha minha - rimos. Ele passou a mão em seus cabelos e sorriu - eu sou simples. Gosto muito de ler e ver filmes, parques para mim são a melhor escolha de paz. Adoro escrever histórias também. E... bem, acho que é isso.
- Alguma pergunta classe? - o professor pergunta nos olhando. Eu e mais duas pessoas levantam a mão.
- Você está solteiro? - Esther pergunta.
- Sim - ele riu - mas estou apaixonado por uma garota linda, e quero conquistar ela. Não devo me envolver com outras durante o processo.
- Que pena - ela diz com um sorriso.
- Vai entrar pra algum time da escola? - Tyler pergunta, provavelmente está interessado que Tomas entre para a equipe de basquete, pela altura.
- Sim. Me interessei pelo handeball, natação e vôlei. Me resta escolher um - ele responde, com seu sorriso sempre radiante.
- Não se interessaria pelo basquete? - insiste Tyler.
- Sinto dizer que sou uma decepção no basquete. Bom... ninguém é perfeito - rimos novamente. Tomas tem um bom humor.
- Você tem irmãos? - pergunto. Ainda sinto como se o conhecesse. Ele é extremamente parecido com alguém que não me lembro, e isso me incomoda.
- Tenho. Um irmão que é um ano mais velho. Ele ainda mora com nosso pai, mas provavelmente virá em breve. Se não por mudança, será para nos visitar - ele diz confiante - espero que a gente possa se aproximar, Lívia.
Um arrepio percorre meu corpo, talvez pelo sorriso intenso dele, ou pelo jeito que ele pronunciou meu nome, ou talvez por eu imaginar quem será seu irmão.
- Eu sou Lucas Erick, tenho dezoito anos. Gosto de jogar futebol americano, assistir séries e trocar uma ideia legal com pessoas interessantes. Estou solteiro - gritinhos de comemoração de algumas garotas - mas sou gay - reclamações das garotas. Vi um garoto sorrir do outro lado e morder o labio. Lucas riu- brincadeira. Tenho um irmão mais novo, meus pais são felizes, eu acho. Me mudei para essa cidade a dois anos. E... fim.
- Alguém? - perguntou o professor.
- Não gostaria de tentar mesmo, sobre ser gay? - o garoto de antes, Júnior, perguntou.
- Bom - ele riu - Quem sabe? Na realidade sou pan. Gosto de garotas e garotos, ambos me atraem fisicamente e emocionalmente. Sou completamente louco por romances.
- Acha que eu teria chance com você? - uma garota loira, Beatrice, perguntou.
- Podemos conversar e trocar um papo. Quem sabe dá certo? - ele mandou uma piscada para ela, que riu.
As perguntas terminaram e ele se sentou. Logo depois, Dave se levantou e apresentou. Perguntas foram feitas e finalmente terminou. O sinal tocou e o professor saiu de sala.
- O que é agora? - Tomas me pergunta.
- Não sei, desculpa. O horário oficial vai ser entregue amanhã - o respondo e aprecio seus olhos castanhos.
Reparo bem e percebo seus detalhes. Seu cabelo loiro bem penteado, seus olhos castanhos e cílios fartos, sua sobrancelha incrivelmente preenchida, seu sorriso perfeito. Percebo que há um piercing atravessado sobre a parte superior de sua orelha.
- Que legal! Adorei seu piercing - ele riu.
- Obrigada. Amei seus olhos. Seu sorriso é lindo. Você é incrível - coro na hora.
- Você me conheceu hoje!
- E hoje já me surpreendeu. Topa a gente marcar de sair e conversar?
- Eh... Sim! Hã, por que não?
- Ótimo! Esse é o meu número - ele me entregou um papel e se virou. Sofia me cutucou e eu me virei para ela.
- O que vamos fazer no intervalo?
- Os meninos nos chamaram pra conhecer a escola - comentei. Ela olhou para mim, depois para eles.
- Pode ser. O professor chegou!
Me virei e um homem alto e forte entrou na sala. Que homem! Pera, para! É meu professor.
- Olá alunos. Eu sou Diego, seu professor de literatura.
Ele usava um casaco de lã, calças jeans pouco folgadas e um tênis esportivo. Havia um óculos de grau pendurado em sua blusa. O professor tinha em média 35 anos, mas estava em perfeita forma. Com esse professor, venho à aula até em feriado.
- Bom, por favor, poderiam me dizer seus nomes? Tenho muitos alunos, então será um pouco difícil memorizar todos mas prometo que em breve conseguirei.
Todos disseram seu nome, em ordem. Ao final ele sorriu, pegou um livro e nos mostrou.
- Foi muito bom conhecer vocês. A partir de semana que vem, irei separar um dia para ler um dos contos deste livro e quero comentários e debates. Por hoje, os deixarei livres, já que é o primeiro dia.
Ele se sentou e se pôs a ler, enquanto eu e Sofia nos viramos e começamos a conversar. O sinal logo bateu indicando o intervalo. Esperei o tumulto se dispersar, com Sofia ao meu lado e com Lucas e Dave próximos. Íamos sair de sala quando o professor me chama.
- Lívia! - um arrepio percorre a minha espinha. Me viro em sua direção - gostaria de conversar com você. Tem um minuto?
- Han, claro. Se importam se eu encontrar vocês daqui a pouco? - pergunto aos meus amigos.
- Não tem problema. Tenho que passar no banheiro também. Nos encontre lá daqui a pouco - Sofia disse.
- Está bem - eles saíram da sala e ficamos apenas eu e o professor. Meu coração estava acelerado. O que eu fiz?
- Eu vi um livro debaixo de sua carteira. Foi a única pessoa desta sala que se disse fã de livros e realmente estava com um. Posso saber qual é o nome da obra?
- O Lado mais Sombrio - respondo nervosa
- Interessante. E... sobre o que é? - ele se debruça na mesa, interessado e curioso.
- Bem, é sobre Alice no País das Maravilhas. Alyssa, tataraneta de Alice, descobre uma maldição na sua família, de poder ouvir animais e plantas. Para quebrar a maldição e salvar a mãe da loucura, ela tem que ir até o País das Maravilhas mas descobre que de maravilhoso só tem o nome.
- Muito interessante. Vou lê-lo e ver se realmente vale a pena. Pode ir agora, se quiser - ele diz, mas sinto que o que ele realmente quer falar é o perfeito contrário. Me despeço e saio da sala rapidamente e de cabeça baixa.
Vou em direção ao banheiro com passos rápidos e encontro meus amigos me esperando.
- Cheguei!
- O que ele queria? - Lucas perguntou incomodado.
- Conversar sobre meu livro.
- Não poderia ser durante a aula? - Sofia também perguntou.
- Não sei. Só conversamos sobre isso - respondi sincera.
- Já foi, galera. Bora conhecer essa escola. Mas passar na cantina antes. Estou com fome.
- Coitado vai morrer desnutrido gente. Que dó - Sof ironizou.
Dave mostrou língua a Sofia, que devolveu.
- Já deu né crianças? Vamos logo - Lucas disse com ar autoritário.
- Yes, daddy - disse brincando e ele ficou vermelho.
- Vamos logo, papai - Sofia brincou também.
- Também quero - Dave quis entrar na brincadeira.
- Okay mommy - eu disse rindo. Rimos e fomos em direção a cantina.
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Para Sempre Seu Amor
Novela JuvenilLívia Andrade, 17 anos. Está no primeiro ano do ensino médio e encontra um garoto lindo e inoportuno que trás lembranças do seu passado. Ela sofria com as maldades de um colega mala do jardim de infância (quem nunca teve um ) mas o tempo passa e al...