Harry
A festa de Natal estava para começar, e Harry não estava nem um pouco afim de descer e ver todas aquelas pessoas animadas para as férias de inverno que passariam em casa com suas famílias. Porque seus planos tinham ido por água abaixo logo no início daquela manhã.
Sua mãe, Anne, tinha mandado uma carta avisando que estaria visitando a irmã de Harry, Gemma, na França nas férias de inverno para passar o natal junto dela e Gemma poder ficar perto do recente emprego, e não tinha como Harry ir tão em cima da hora, especialmente porque ele não podia usar magia fora da escola e apartar com a mãe, e conseguir uma permissão para aparatação acompanhada era uma burocracia enorme, assim como usar uma chave de portal. Mesmo com a influência de Anne como curandeira no mundo da magia, nem ela conseguiria essa proeza.
— Vamos, Harry, vai ser divertido, eu prometo. — Niall gesticulava para a saída do salão comunal da Lufa-Lufa com ansiedade.
— Eu sei que vai. — aquele não era o problema, nem de longe. — Não estou em clima de festa, Niall, você pode ir.
— É véspera de Natal, Harry, todo mundo está esperando por nós! — murmurou impaciente quando três quartanistas passaram por eles, todos tão animados para a festa quanto Niall. — Viu só? — apontou para os alunos. — Você tem que ir!
— Não, não tenho, o monitor aqui é você. — como a diretora tinha dado a Niall aquele posto, Harry não fazia ideia. Alguma coisa sobre dar autoridade para criar responsabilidade? Não estava dando muito certo. — Precisa supervisionar os primeiranistas, lembra?
Niall revirou os olhos, mas aquele argumento pareceu o convencer e ele saiu do salão comunal sem dar mais pitacos. Um ponto para Harry.
Harry não contara a Niall sobre a carta da mãe, porque ele passaria as férias, como sempre, na Irlanda, e tinha parentes vivendo em Londres que o levariam de avião para a sua terra natal. A família dele tinha uma mistura incrível de bruxos e trouxas, todos eles com potencial para despertar o dom da magia, ou não, e sabiam do segredo - a mãe dele, por exemplo, não era bruxa. A família de Niall era a mais unida que ele conhecia.
E Niall não tinha nada que estragar a sua noite, a véspera de sua viagem, com os problemas de Harry na cabeça dele.
Isso, problemas, no plural, porque a viagem cancelada para casa não era só o que afligia o Lufano.
Louis Tomlinson, o capitão do time de Quadribol da Corvinal, e seus olhos puramente azuis, o atormentavam também. Alguma coisa nele o distraia de todo o resto, e cada aula de Poções, ou olhares distantes no corredor, o tiravam do chão. De uma maneira boa, mas Harry não podia demonstrar nada, ou pensariam que ele gostava de Louis ou algo do tipo, ou pior, estava espionando a Corvinal nos treinos de Quadribol. O que era ridículo, porque Harry tinha interesse zero em Quadribol, e só acompanhava os jogos porque Niall era o narrador. Não porque Louis ficava extremamente bonito montado numa vassoura e carregado a Goles para lá e para cá marcando pontos a torto e a direita. Claro que não.
Harry, porém, estava muito confuso aquela noite, por causa da aula do prof. Malfoy. Ele geralmente era duro, mas não cruel, porque aquele cheiro o atormentava até agora.
Não que devesse ser algo surpreendente, ele lembrava desse cheiro no fundo da sua mente, só não sabia de onde ele vinha.
Mas se aquela era mesmo Amortência, e não uma poção do amor qualquer, aquele era o aroma que mais atraia Harry no mundo. Ele só não conseguia lembrar de onde, ou melhor, a quem aquele cheiro pertencia. Vasculhava cada canto da sua mente e... Nada. Estava na ponta da língua, pronto para se libertar e gritar aos quatro ventos. E, de novo, nada.
Harry estava sozinho no salão comunal. Todos os Lufanos tinham ido se divertir na festa e passar o máximo de tempo possível com os amigos que partiriam, ou, no caso de Harry, ficariam. Era um bom lugar, quando estava cheio de pessoas cheias de vidas e constantes risadas, mas não era um bom lugar para estar sozinho.
Por isso, Harry tomou a decisão de dar uma pequena chance àquela festa, e Niall não ficaria o enchendo a noite toda por ele não ter se divertido. É, era uma boa ideia.
Ele saiu do porão e olhou em direção às cozinhas. Os Elfos Domésticos deveriam estar caprichando, como sempre, e seria muita desfeita da parte de Harry recusar-se a comer daquele banquete que estava no andar de cima.
Caminhando entre as mesas, Harry notou que a maioria dos alunos não estavam em suas mesas usuais. Grifinória na mesa da Sonserina e da Corvinal, Lufa-Lufa se esgueirando para a mesa da Grifinória e Sonserina, como sempre, na deles, mas aceitando bem cada estudante que quisesse se juntar à eles. A rixa, com certeza, ainda existia, mas as pessoas já aceitavam mais umas as outras. O que era um avanço enorme!
E isso devia ao fato de dois professores terem deixado suas diferenças de lado e decidido viverem em paz. Draco Malfoy, diretor da Sonserina e professor de Poções, e, ninguém mais ninguém menos que Harry Potter, ex auror e professor de Defesa Contra as Artes das Trevas há sete anos. Mesmo antes de Harry Styles nascer, o seu xará Harry Potter já era uma lenda. E ajudava muito com a realção Grifinória-Sonserina por estar, bem, em um relacionamento com o profºMalfoy, não que eles falassem abertamente sobre, mas todos sabiam, e como consequência, os alunos da Lufa-Lufa e Corvinal tinham paz, porque não tinham que ficar no meio de nenhuma briga.
Harry se sentou entre Niall e Toni, uma colega Sonserina que tinha ido visitar os amigos.
Ele foi cercado dos dois lados pelos dois amigos com um abraço forte de urso.
— Toni me contou! — Harry olhou feio para a amiga que dizia com o olhar "eu só tentei ajudar", ele não a culpava realmente, só era melhor ter deixado para lá. — Eu não sabia, Hazz, se pudesse te levaria junto comigo, você sabe!
Toni estava com Harry quando ele recebeu a carta de Anne.
— Eu sei, Nialler, eu sei, mas tá tudo bem e, eu estou aqui, não estou? Mamãe me contou em cima da hora também.
— Mas você tinha até arrumado as malas! — praticamente gritou, indignado, sorte que o salão estava barulhento demais para alguém ouvir, então não tinha problema em ser um pouco escandaloso.
— Não é uma coisa tão grave. Além do mais, vou poder me concentrar na redação do profºMalfoy, então, é um ganho pra mim! — Niall revirou os olhos, mas deu um sorriso compreensivo. Ele sabia o quão exigente era o professor de poções, e ele agradecia à Merlin por não querer uma carreira que necessitasse de poções.
— O mundo não te merece, Styles. — ele balançou a cabeça e deu um beijo forte na bochecha do cacheado. — Vou trazer o Boxty da vovó, vai te fazer sentir melhor.
— Aposto que vai. — e se voltou para o resto dos amigos na mesa, participando das conversas e sempre com um sorriso no rosto.
E Harry se permitiu esquecer. Esquecer da falta que a família lhe faria, esquecer de que tinha uma redação enorme para fazer e ninguém para discutir junto, esquecer que ficaria em Hogwarts no natal... Sozinho.
********************
N/A: Bom dia, boa tarde, boa noite.
Faz um tempo desde que eu postei, não é? Eu estava... Bem, um pouco bloqueada. E ando com outros progetos (AU's, livros próprios, essas coisas), mas não pretendo abandonar nada.
Só preciso de um pouco de paciência.Até a próxima!
Ps.: A ave bica.
VOCÊ ESTÁ LENDO
When Blue Meets Green - Hogwarts AU
FanficLouis, Capitão de Quadribol da Corvinal, confessa a seu melhor amigo, Liam, que está apaixonado por Harry, o garoto tímido da Lufa-Lufa. Ele só não imaginava que Liam era, na verdade, Harry sob o efeito de uma poção polissuco. **** Créditos do plot...