Pronta para o que der e vier

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Eu adoro surpreender, mas essa ideia me surpreendeu primeiro. Não imaginei que Ezra aceitasse isso, até porque, ele adora planejamento. Pra você ter uma ideia, quando formos comprar a nossa casa, ele planejou 3 meses antes do casamento, e ficou calado sem dizer nenhuma palavra. Era incrível esse jeito, mas raramente ele aceitava coisas sem planejar e hoje, ele aceitou. Após criaramos a palestra comemos torta e ficamos conversando sobre como era boa anodsa vida, e Ezra estava animado para o filme.

A palestra foi marcada para 13:00 por aí, então, saímos mais cedo para prepararmos exatamente tudo, chegamos em Hampton, e tudo estava sendo preparado, havíamos combinado de que, Ezra começaria a palestra e eu encerraria, afinal, ele estava mais nervoso que eu, começamos a palestra e Jully apareceu antes mesmo de começar, achei isso tal doce. E no final da palestra,ela veio tirando fotos e fazendo perguntas e entao, lançamos um desafio, ela teria que escrever uma história e tirasse fotos onde ela se sentia em paz. Nós sabíamos toda a fixa de Jully o que ela gostava, o que não gostava,onde se sentia bem e onde não se sentia, porém, queríamos descobrir exatamente como ela iria reagir e se fosse honesta mesmo iria dizer a verdade, somente a verdade. 

O concurso seria exatamente logo após a palestra, e era engraçado porque, ela não esperava mesmo que nós iríamos adota-la, e o rostinho dela no final foi a melhor coisa de todas.  Ela entregou a história para nós, lemos e reelemos era uma história linda sobre mãe, e sobre abandono, porém, ela escreveu como se fosse que ela não era a personagem, como se estivesse relatando uma história, porém com muita emoção e dor. Lemos muitas outras histórias, porém nenhuma delas foram impactantes e emocionantes a esse ponto, a história de Jully. Ela de fato era a nossa menina, e a cada vez que ela me olhava eu tinha a total certeza disso, e eu nunca iria abandonar ela outra vez, nunca iria deixar ela para trás, nunca iria fazê-la sofrer como ela estava sofrendo e como ela sofreu. Nunca derramaria uma lágrima dos olhos, e se, um dia, ela chorasse por minha causa, pediria perdão automaticamente. 

Só restou apenas uma menina, Jully que agora estava nervosa e tensa, e quando dissemos que ela iria ser adotada, Jully chorou de soluçar, e ela era linda chorando de emoção..... nós estávamos realmente animados e ansiosos para ter Jully conosco. 

Após a descoberta, o tempo passou, adotamos Jully e foi algo maravilhoso Jully me completava, me dava alegria e o jeitinho dela era especial, porém, eu ainda não havia esquecido do meu sonho. De fato, eu era mãe. Mas.......eu queria gerar uma criança, eu queria ter a sensação de comprar enxoval, fazer chá de bebê, eu queria ter esses momentos tão simples para uma mulher fértil, mas, para mim era algo tão especial e importante. Minha janela, estava aberta por um pouco de abertura, mas, restava ainda estar totalmente aberta. Eu sofri sim depressão, hoje, posso dizer , e o meu sentimento era frustração, eu queria muito mas muito ter um filho, eu queria muito sonhar e ter o meu sonho realizado, e eu acho que isso não era um crime, era apenas, um sonho, talvez um direito, talvez sei lá o que você queira pensar. Pode ser que eu não estivesse pronta para isso,  talvez antes, mas agora, agora eu estou pronta. Pronta para depois de tantos "Nãos", eu finalmente estava pronta e madura para receber mais um não. Porque, independente da quantidade de não, eu estava pronta para receber o sim, mesmo sabendo que eu não tinha chances de receber o famoso Não novamente, mas independente de sim ou não, eu estava pronta para receber qualquer tipo de resposta. 


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