Capítulo I

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Um pequeno aviso sobre a oneshot. Contém spoilers da light novel. Então estão por conta e risco da bomba de spoiler. 

Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrevê-la.

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Lan WangJi não conseguiu ser honesto consigo, não foi verdadeiro com seus sentimentos, reprimiu Wei WuXian em seu coração não permitindo demonstrar o que estava guardado em seu coração por tanto tempo desde que o conhecera no Recanto das Nuvens. Naquela época ao entrar em contato pela primeira vez com ele jurou odiá-lo, pois como poderia existir alguém que não respeitasse as regras de seu lar? Quebrar tantas delas num só único dia? Sua existência por mais que passageira era uma lástima.

Não podia negar que os rumores sobre suas qualidades eram verdadeiros, nas seis artes ele se destacava sem dificuldade alguma apesar de sua personalidade não ser uma das mais refinadas. Mas porque ele havia se entregado as artes demoníacas? Ele tinha um ótimo caminho a seguir, mas jogou tudo para o alto e isso era a única pergunta na qual ele não havia resposta.

Amar o Patriarca Yiling foi a melhor e pior coisa em sua vida. Com ele, conheceu um sentimento novo: o amor e a felicidade por trás disso apesar de jamais ter demonstrado isso para quem quer que fosse. Todavia, ter guardado apenas para si foi o seu castigo. Mesmo que ele quisesse contar o que sentia já era tarde. Após a Campanha Queda do Sol, as seitas principais começaram a temer o caminho escolhido por Wei WuXian e o que poderia acontecer no futuro e para eles não restavam escolha em eliminar aquele que levou a vitória pela aliança entre as quatro seitas principais contra a Seita QuishanWen.

O Segundo Irmão Lan não acreditava o quão efêmero eles poderiam ser. Matar não seria sua primeira opção e nem a última, mas ele não tinha voz de liderança para barrar a escolha dos líderes de cada seita. Sua escolha foi proteger ele em seus momentos finais, não permitindo que a seita GusuLan levasse seu corpo e isso resultou em cicatrizes em suas costas das quais jamais se arrependeu. Tentou proteger o discípulo da casa YunmengJiang, mas mesmo assim ele faleceu sem poder ouvir seus sentimentos que agora martelavam seu coração, transformava-o num peso exorbitante. A culpa lhe consumia pouco a pouco. Se ele tivesse confessado quando o reencontrou... teria mudado algo? Haveria uma chance de salvar aquele quem mais amou? Afinal roubou-lhe um beijo na Caça ao Monte Baifeng aproveitando que Wei Ying estava com uma venda em seus olhos e descansava em um galho. Mais adiante confessou-se, mas seu temperamento piorou o fazendo não entender os sentimentos de Lan Zhan e não o corresponder.

Três anos desde a queda do Patriarca Yiling, a sua alma persistia pesar em seu corpo, a necessidade de expelir para fora o que sentia se tornava cada vez maior. Escrever elas em um pedaço de papel já não eram mais o suficiente, murmura-las também não e tocar sua guqin lembrava-o da música que tocara para ele na caverna em que mataram a tartaruga demoníaca, uma música de sua autoria e que, além de si, WuXian ouviu para não perder sua consciência. Sua única opção era ir até onde o corpo dele fora enterrado e contar o que guardara a sete chaves durante todo esse tempo. Queria de uma vez ser honesto consigo mesmo e explicar seus sentimentos que ficaram vagos na consciência do homem que mais amava.

Já estava perto do entardecer quando Lan WangJi chegou ao local aonde estava o túmulo de seu amado. Ao seu lado estava uma criança de 6 anos era A-Yuan, uma criança Wen que WuXian pegou para criar e que agora estava sob responsabilidade de WangJi e tinha o nome de Lan Yuan – mais tarde receberia o nome cortesia SiZhui. O pequeno chorava sob o túmulo de seu pai carregando consigo batatas, algo que eles plantavam quando o Patriarca ainda era vivo.

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