Alguns segredos foram feitos para serem contados Capítulo 1

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Mas tarde sairei com meus poucos amigos para procurar algum tio de Hoje é meu aniversário de 18 anos, hoje faz 8 anos que meus pais sumiram logo após um acidente misterioso, após meses de procura, foram considerados mortos pelas autoridades e seu desaparecimento nunca foi desvendado.

Enrolo na cama antes de levantar, não gosto muito de aniversários então preferi faltar a escola, diversão nessa cidade pacata onde moramos.

Como vou sair só a noite resolvo dormir mais um pouco, aproveitar pra descansar durante o dia porque provavelmente a noite não terei tempo e a semana esta corrida.

Acordo com vozes alteradas no andar de baixo, não sabia que minha tia teria visitas, fico deitada resmungando por ter sido acordada, e pouco tempo depois me assusto com batidas em minha porta.

- tia, que bagunça é essa lá embaixo, você não tinha me falado que teríamos visitas- abro a porta resmungando mas paro quando vejo seu rosto.

- Não são bem visitas, preciso que se arrume e desça, por favor apenas venha, é algo sério. – ela para pra pensar antes de terminar- eu daria tudo para você não ter que passar por isso, mas acredito que seja algo necessário.

- logo irei descer tia, vou me arrumar porque daqui a pouco meus amigos vem me buscar, irei tentar não demorar muito prometo – dou um beijo em seu rosto e corro pro banheiro, tomo um banho rápido porque ontem arrumei o cabelo e não precisei lavar, passo uma maquiagem leve caprichando nos olhos, visto o vestido que tinha separado, e não me lembrava que era tão curto, coloco os saltos , um colar que sempre mantenho guardado pois é herança de família e prometi aos meus pais que só usaria em meu aniversário de 18 anos.

Confiro minha imagem no espelho e realmente gosto do que vejo, pego minha bolsa, os documentos do carro que ganhei da minha tia que conseguiu que eu fizesse a prova da habilitação na semana que completaria 18.

Quando estava chegando no lugar onde minha tia estava com a visita, senti algo ruim, como se me dissesse para não ir, ignorei e continuei, mas quando os vi ali me arrependi, eu só podia está delirando ou em um pesadelo, meus pais estavam sentados no sofá, exatamente iguais a 8 anos atrás.

- que porra é essa – quando vi já tinha saído, minha tia olhou feio, mas dava pra notar que era forçado.

- minha filha – a mulher, minha suposta mãe se levanta e vem em minha direção com os braços estendidos para me abraçar, dou alguns passos para trás evitando contato.

- minha mãe morreu em um acidente a 8 anos, não sei quem são vocês- isso não faz sentido, eu já tinha aceitado que morreram e eles aparecem em minha porta como se nada tivesse acontecido.

- iremos te explicar tudo meu bem, não se preocupe, por favor – ela sorriu pra mim de forma amigável, mas naquele momento eu me senti em perigo, com medo.

- não quero que me explique nada, não quero saber nada, só me deixem do jeito que estou agora. – quando viro para me sair vejo um cara que deve ter minha idade aproximadamente, ele ia me parar mais meu "pai" o impediu.

Corri para fora de casa o mais rápido que pude, mas de alguma forma minha mãe foi mais rápida.

- você tem que nos escutar querida- seu jeito calmo está me deixando irritada, como pode sumir por anos, me deixar achando que eles tinham morrido naquele acidente, e agora aparecer como se não fosse nada.

- eu não tenho coisa nenhuma, eu não devo nada a vocês e não espero nada, foram 8 anos, 8 anos sofrendo pela morte dos meus pais, me culpando, pensando que se eu não tivesse pedido para sair naquele aniversario, não teríamos passado por toda aquela confusão que nunca entendi, e então não fugiríamos de carro na chuva, não cairíamos daquela maldita ponte, e vocês não teriam sumido - dou uma pausa para respirar tentando manter a calma – passei anos com raiva de mim mesma por aquilo, não queria deixar ninguém se aproximar, se minha tia não tivesse me acolhido eu estaria por ai de qualquer jeito, e agora você aparece na minha casa como se não fosse nada achando que sabe o que eu devo ou não fazer, você não sabe o quanto estou te odiando agora.

- não diga isso querida, por favor, nunca quis te magoar, mas tudo que fizemos foi para te proteger.

- quando eu era criança, e eu estava com medo, seu olhar me acalmava, sua presença me fazia sentir segura, porque está me fazendo tão mal agora? - nessa hora já não consigo controlar as lagrimas que insistem em cair – não digo que nunca irei te ouvir, mas te garanto que se você força essa conversa agora direi coisas que iram te magoar e escutarei coisa que me magoaram, vocês foram um fantasma em minha vida todos esses anos, hoje não.

Me virei e fui para o meu carro, mandei mensagem avisando que não esperaria meus amigos em casa, fui direto para o barzinho que meus amigos falaram, nunca precisei tanto de álcool, cheguei e pedi uma dose da bebida mais fortes que eles pudessem servir, virei sem pensar duas vezes e senti descer queimando, que suma com esse sentimento ruim.

Meus amigos chegaram e acharam que eu estava animada, menos minha melhor amiga Elizabeth, que ficou me observando em silencio, quando comecei a ficar bêbada ela me repreendeu.

- vai com calma alexia, você tem que viver os 18, não morrer de tanto beber.

- Beth, hoje não, por favor, não é um bom dia para estar sã, amanhã te explico, só quero esquecer de tudo.

- não se esqueça que veio dirigindo.

Confirmei e virei outra dose, tudo parecia ainda pior, decidi ir dar uma volta, esbarrei em alguém e quando fui me desculpar senti um arrepio tomar conta do meu corpo, tenho quase certeza que é o rapaz que estava com meus pais mais cedo.

- me desculpe – falei e o olhei direito, ser tão lindo deveria ser um crime.

- se precisar de ajuda para ir embora, sua tia pediu que eu viesse.

- você está com meus pais?

- na verdade não, foi uma infeliz coincidência, sou filho de uma amiga da sua tia, tinha ido entregar alguns documentos e fiquei preso naquilo.

- quero dar uma volta de carro, foi um prazer mas preciso ir.

- não acho que deva dirigir nesse estado, me dá as chaves, e te levo.

- não preciso de favor- em minha mente só conseguia pensar você eu quero.

- é seu aniversário, cortesia da casa.

Entreguei as chaves e acompanhei ele para fora, saímos de carro e andamos sem direção, até que ele me pegou de surpresa.

- você já foi a casa mal assombrada de castlevile - uma pergunta inocente mas cruel.

- na verdade não – forcei um riso tentando parecer sincera, se é para desenterrar o passado, vou começar do fundo da cova.

Lua de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora