Capítulo 2

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Quando cheguei a velha casa não pude evitar as lembranças, da vida que tinha antes de tudo acontecer, não consigo sentir alivio com meus pais vivos depois que me deixaram sozinha, fui por sorte bem cuidada, mas passei por muita coisa antes que a melhor amiga da minha mãe pegar minha guarda, evito lembrar mas nunca os perdoarei por me obrigar mesmo que de forma involuntária a passar por tais coisas, nada justifica, cheguei a desejar ter morrido com eles.

- acho que essa é a hora que te conto que esta casa é minha- ele se assustou com o que eu disse e vi arrependimento em seus olhos.

-me desculpe eu não fazia ideia- o constrangimento dominou sua voz.

-tudo bem, uma hora devemos dominar nosso próprio passado.

Ele ficou em silencio me observando e enquanto eu pensava observando a velha casa tomei uma difícil decisão.

Ele me deixou em casa pouco tempo depois, fui direto ao meu quarto, tranquei a porta e me permiti chorar tudo que eu estava guardando desde de que os vi, vou tomar controle de minha vida, e não permitirei que a decisão dos outros a domine.

Adormeci logo, e fui surpreendida por um sonho tão lucido, que não conseguia distinguir se era real ou não, nele eu estava no meio do bosque, me via de fora, logo apareceram algumas mulheres, as reconheci de antigas fotografias de família, elas estavam em círculo, falando algumas palavras que me pareceram latim.

" quod coepi

Quo plenus lunae

Necnon omnibus priusquam vim reservasti

Quod autem nunc aperitur

In perpetuum."

Eu me deitava no meio do círculo e começava a flutuar, acordei assustada e senti como se tivesse caindo na cama, olhei no relógio e eram 7 horas da manhã, resolvi começar a colocar meu plano em pratica. Cheguei na cozinha e como suspeitei todos estavam à minha espera na mesa, ótimo.

- que bom encontrar todos reunidos, primeiro quero saber se vocês pretendem ficar morando aqui

- sim minha filha, pretendemos ficar por tempo indeterminado- incrível que até sua voz me desperta raiva.

- então tenho uma notícia, me mudarei para nossa velha casa- quando vi um sozinho começar a nascer em seu rosto joguei a bomba- sozinha.

- você não pode fazer isso – foi a voz de meu pai se manifestar.

- não só posso como eu vou, hoje mesmo, e nem pensem em tentar me impedir, aquela casa e tudo que tínhamos agora é apenas meu, desde da trágica morte de vocês, se tentarem me impedir prestarão conta na justiça.

- nunca imaginei que minha própria filha iria me ameaçar.

- sabe "mamãe" nunca achei que meus pais sumiriam numa morte falsa me deixando jogada por ai, mais simplesmente acontece.

Subi ao meu quarto e liguei para James, abusarei de sua boa vontade e de sua caminhonete, arrumei as coisas em caixas e malas e aguardei até ele chegar, minha tia foi ao meu quarto triste, mas a fiz entender que preciso de esse espaço para mim agora, mas que ela sempre será bem vinda e eu sempre serei grata, James chegou e por sorte todas as minhas coisas puderam ser levadas em uma única viagem.

- a casa não precisa ser limpa ou algo assim.>:

- na verdade tenho um caseiro que mantem a casa organizada e segura.

-ah que bom então, tem certeza que é isso que você quer:

-tenho certeza de que é disso que eu preciso.

Chegamos a casa e levei minhas coisas a suíte que era de meus pais, James ficou impressionado com a casa, o que é de se esperar, é um antigo palacete da família e muito conservado, permaneceu no estilo clássico, moveis amadeirados, uma casa sofisticada, minha família é muito rica mesmo que todos nessa cidade ache que sou apenas a órfã pobre.

Nunca usei o dinheiro de meus pais por culpa, isso agora não me para mais, sempre me vesti de forma simples, comprei um carro simples, me conti para não usar um centavo deles, todos me tratam diferente já que essa cidade é movida por status, eles vão conhecer a verdadeira alexia a partir de agora.

Estávamos sentados no tapete da sala assistindo um filme qualquer quando uma forte tempestade chegou, já que James teria que espera passar resolvemos comer algo, Miranda a mulher do caseiro deixou a janta pronta e so precisamos abrir um vinho para acompanhar.

- vamos brindar a sua vida nova e a essa amizade que conquistando a beira do caos- James falou já um pouco alterado na terceira taça de vinho.

-pare de ser bobo, acho que terá que ficar na casa amaldiçoada esta noite, já que a tempestade continua forte.

- tudo bem, que você seja a coisa mais horrenda que vou ver por aqui- começou a gargalha enquanto eu dava uns tapas nele.

- olha que te transformo em um, vamos acampar na sala e ficar assistindo filmes então.

- ok vai pegar as coisas que irei separar uns filmes.

Peguei travesseiros e edredom, como o tapete é bem fofo acho que não será necessário nada a mais, chego na sala e me sirvo de mais uma taça de vinho, algum tempo depois vejo que já estou alterada quando a carência começa, James não ta melhor que eu, passa o braço pelos meus ombros e me segura bem próxima a seu corpo, olho para ele e me surpreendo ao ver que ele estava me observando, ele aproxima seus rosto do meu e nossos lábios estão muito próximos.

-te dou a chance de me parar agora, ou não responderei por mim, quero muito te beijar agora, se não quiser me fale..- não deixo ele terminar e colo meus lábios ao seu, o beijo começa calmo e logo fica urgente, ele me beija com vontade, uma mão em minha cintura e outra segurando minha nuca, logo ele me puxa para seu colo. E a bebida em minhas veias entram em ação, ele cola nossos corpos o máximo possível e ainda não me parece suficiente, ele me deita no tapete e se encaixa entre minhas pernas pressionando seu corpo contra o meu, quero mais so que não posso, separo meus lábios do dele e falo que não passaremos daquilo, pelo menos não hoje.

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⏰ Última atualização: Nov 03, 2018 ⏰

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