Novos Acontecimentos

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     Jin alcançava algo em uma das prateleiras de um armário aéreo, enquanto Jimin o encarava derrubar sob si mesmo, um recipiente com farinha, e seus cabelos e roupa ficavam brancos. Yoongseo estava sério, com um olhar distraído para sua xícara preta, mas seu olhar estava distante.
Ela sabia. O conhecia suficiente para saber: algo o estava incomodando.
Ela adentrou a cozinha, desviando sua atenção para Jin, que já havia alcançado um recipiente com o que parecia massa e outro pequeno com especiarias.
- Hoje eu farei o almoço.-sua expressão séria deixou Cristina alarmada.
Ao perceber que ela o encarava, preocupada, sua expressão séria se desfez em um sorriso contido, mas fofo.
- Ele acordou.-Yoongseo disse, direcionando o olhar para ela, e ela o desviou para V, e seriamente, o interrogou:
- Você está bem?
Ele a olhou, em seguida ergueu a cabeça, e sorriu.
- Sim.
Ela retribuiu o sorriso.
J-Hope surgiu do corredor e se dirigiu ao pequeno grupo na cozinha, e Cristina observou quando V virou o rosto para ele, e as marcas dos dedos da criatura que quase o estrangulara estavam vermelhas, expostas e bem marcadas ainda.
- Ele acordou sim. Está interrogando Magnon sem parar.
V se manifestou, o corpo inquieto e o rosto pálido com as bochechas coradas.
- Mas ele ficará bem? Deixará de...-sofrer com a transformação? Quando a lua chegar, sentirá a dor da transformação?
Todos sabiam as questões que estavam pairadas no ar, sob a frase de Tae, e ninguém queria confessar o que todos sabiam.
Jeon Jungkook se tornaria um licantrope, querendo ou não. Passaria por toda dor da transformação, e J-Hope se arrependeria eternamente por isso, e Namjoon se culparia por não tê-lo impedido de fazê-lo.
J-Hope suspirou, seus cílios tocando levemente a pele.
Cristina ergueu a cabeça repentinamente, e caminhou em direção ao corredor, enquanto Jimin, V e J-Hope a observavam, em seguida direcionavam o olhar para Yoongseo, que deu de ombros, com os olhos voltados para baixo, onde a xícara estava posicionada sob a mesa.
- Ela faz isto às vezes: saí sem dizer nada. Sempre com a mesma expressão agitada e séria. - Jungkook?
J-Hope, aquela distância, conseguia ouvir a voz de Cristina, pelo seu poder concedido pela licantropia, e sentia o tom repreendido na voz.
- Oi. Você se sente melhor?
Ele ouviu o garoto suspirar, com uma breve resposta.
- Sim.
Sentiu ela sorrir, pois as reações de seu corpo mudaram.
- Que bom.-disse, com um toque de tristeza- Bom saber que minha culpa nisso tudo não o matou.
Ele sentiu o toque amargo na voz da garota, e tentou imaginar a expressão dela, com pesar, ao engolir em seco.
- Não foi sua culpa. -disse ele, em tom calmo.- Nada do que aconteceu é sua culpa, Tina.
J-Hope sorriu com o apelido, e se voltou para o corredor, adentrando o mesmo em direção ao quarto onde eles estavam, e com hesitação, bateu à porta. Quando ouviu um" entre" uníssono de Cristina e Jungkook, girou a maçaneta e adentrou, tendo em vista Cristina sentada sob a ponta da cama, com uma mão apoiando o corpo, reclinado em direção a Jungkook. A expressão da garota era suave e triste, e a de Jeon estava suave e calma. Ele sorriu ao ver J-Hope à porta, enquanto o mesmo já adentrava o recinto.
Ele se aproximou da cama, direcionando o olhar a Cristina, em seguida a Jeon, com um sorriso forçado e contido. Eles estava receoso por Jeon. Pelo que ele se tornaria. Mas agora já era tarde, e o seu sangue, o sangue licantrope, já havia penetrado suas veias, e agora corria pelo sangue do mais novo. Se forçou a não transparecer o que pensava e sentia, o que gerou uma careta sorridente, o que fez com que o maknae e Cristina deixassem escapar gargalhadas.
J-Hope se imaginou, com toda a expressão misturada e que forçava esconder. A expressão de seu rosto contorcido e sorridente, e acabou por rir, deixando as paredes de seu medo, aos poucos, cederem. Por um instante, se esqueceu do que o deixava com medo. Se esqueceu que Jeon em breve se tornaria parte da alcatéia.
Então, repentinamente, todos pararam de rir, selando os lábios, com expressões sérias e tristes, os olhares baixos para o nada, e o vasto silêncio se iniciou. Tão frio quanto gelo. Tão desconfortável quando um amor não correspondido...
Jungkook rompeu o silêncio, com o olhar direcionado para Cristina.
- Preciso lhe contar algo-disse, com a mesma voz suave- Algo sobre sua mãe.-olhou em direção a Hoseok, que retribui o olhar- A sós.
J-Hope, entendendo a referência para sair, se levantou, e saiu pela porta.
Cristina se voltou novamente para Jungkook, e observou seus olhos.
- Minha mãe?
Ele assentiu, e Cristina sentiu-se mais inquieta.
- Quando estávamos aprisionados pelos vampiros, o líder murmurou algo sobre sua mãe estar aprisionada pelo seu pai...-franziu o semblante- Seu pai levou sua mãe.- concluiu, olhando para ela.
Os olhos dela se encheram de ódio e tristeza, quando disse, sua voz estava amarga.
- Meu pai?-seus olhos estavam baixos, para a cama- Aquele...Aquele...-grunhiu de raiva, e ele percebeu uma lágrima rolar pela bochecha dela.- Eu não acredito. -soou como um suspiro, mas ele sabia que ela queria gritar.
Ele se inclinou para frente, com o rosto perto do dela, e sussurrou. - Irão encontrá-la, Tina. Tenho certeza.
Ela ergueu o olhar para ele, e os mesmos penetraram os dele.
- Eu espero que sim.
Ele tocou a mão dela com a sua, as juntando. Ela olhou para as mãos, em seguida para ele.


J-Hope e Namjoon se entreolharam, quando sentiram o coração de Jungkook acelerado, e sabiam: ele estava apaixonado por Cristina.
Ambos surgiram pelo corredor, Cristina com o olhar sério para frente, e Jungkook com as bochechas coradas e o olhar para o chão. Naquele momento, até Yoongseo percebeu o que Jungkook sentia por sua amiga.
Ele o fitou, com olhos apertados e afiados, até Cristina entrar em seu campo de visão, e interromper os ferimentos imaginários que queria fazer em Jeon Jungkook.
-

Namjoon nos disse que Magnon precisou sair para ir ver alguém. Não disse quando voltaria.
Assentiram.
- Não podemos ficar aqui! Precisamos ir atrás de minha mãe.
Yoongseo direcionou o olhar para ela e a fitou.
- E se for uma armadilha? E se disseram isso sabendo que vocês ouviriam?
Jin franziu o cenho, aparentemente confuso.
- Disseram o quê?
Yoongseo direcionou o olhar para ele.
- Que mãe de Crissa estava com o pai dela, no inferno.
Cristina arregalou os olhos, adentrando mais a cozinha, com a luz central no teto ascendendo fios de seu cabelo castanho curto, realçando as mechas vermelhas.
- Inferno?
Yoongseo direcionou seu olhar a ela.
- É. Inferno. Seu pai provavelmente à levou para atrair você para lá.-se ergueu e caminhou em direção à ela, pousando as mãos sob os ombros dela.- Por isto, eu peço: Não vá.-apesar do pedido, ela sentiu um toque de repreensão na voz- Não vá, Crissa. Eu imploro!-disse, e ela sentiu seus ombros rígidos cederem nas mãos dele em torno dos mesmos. - Crissa.
Ela sentiu as lágrimas queimarem ao fundo da garganta do amigo, e resistiu a tentação de abraça-lo. Seus olhos penetraram os olhos dele, e ele fechou os próprios olhos para não deixar cair uma lágrima.
- Podemos conversar?-ele abriu os olhos, e os direcionou à ela.
Ela assentiu, e ambos se encaminharam para o corredor, mesmo sabendo que Jungkook, J-Hope e Namjoon os ouviriam.
Ela se recostou na parede do corredor, e ele apoiou uma das mãos ao lado da cabeça dela, a fitando nos olhos.
- Não quero que vá, Crissa.
Ela franziu o cenho.
- É minha mãe, Yoongseo.
- Não posso perde-la. Não como perdi minhas asas!
Ela engoliu em seco, se lembrando daquele dia. Dos gritos vindos do quarto do amigo. De tê-lo visto sentando na cama e dobrado para frente, com duas feridas horripilantes formando um V virado em suas costas.
Ela mordeu os lábios, e direcionou novamente o olhar para ele.
- Não vai me perder.
- Você sabe o quando doeu? Tem idéia do quão doloroso foi? Não pelas asas, mas pela dignidade perdida!
Ela sentiu a garganta queimar com as lágrimas.
- Yoongseo, eu...
- Se eu a perder, irá doer muito mais. Não perderei apenas uma pessoas, perderei parte de meu coração.
- Yoongseo...
- Então eu peço: não vá!
- Yoongseo...
Ele aproximou mais o rosto do dela, e ela pôde sentir o hálito de hortelã e algo cítrico, e suspirou.
Estavam próximos suficientemente para um beijo.
- Não vá!
Ele se aproximou mais, e mais, e um suspiro saiu da boca dela.


* Desculpa os erros. Comentários serão bem-vindos.
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