Minha Vida Um Enigma

O sangue que queima

- Corram! Depressa! -o homem esguio e de cabelos negros exigia.- Temos que salvá-lo à tempo!
Yoongseo assentiu, e com a ajuda de Hope, puxaram Jungkook até a cama do quarto de hóspedes do homem.
- Magnon, sabe o que fazer?
O homem assentiu, com um comentário egocêntrico.
- Sempre sei.
Ele colocou uma mão pairando sob o rosto de Jungkook, enquanto o mesmo se debatia, e faíscas azuis saíram do centro da mesma, e uma delas caiu sob o ferimento exposto de Jungkook, o fazendo se debater mais um pouco com o ardor. Dentro de instantes ele se calou, e os três  observaram, atentos a qualquer mudança no estado do garoto. A respiração voltou ao normal, e ambos presentes suspiraram aliviados. O restante lá fora, se entreolharam, em expectativa. Cada um sentado sob os dois sofás, e Cristina entre V e Jin, e July entre Yoongseo- ao lado de Jin- e Jimin.

Magnon colocou dois de seus dedos abaixo do queixo, e observou Jungkook, pensativo.
- Não acabou.-seus olhos de gato estavam mais acesos que um farol em direção a garganta de Jeon. Então, repentinamente, o garoto começou a ter convulsões.- Precisa ser transformado, agora.
Namjoon e J-hope se entreolharam, e todos encararam Jungkook, confusos.
- Não há nenhum sangue de crianças noturnas aqui.-indagou Namjoon.
Magnon assentiu.
- Eu sei. Mas o sangue licantrope pode salvá-lo também. E ele se transformará em um licantrope. Pois o sangue que mais prevalecer, queimará o outro.
J-hope dirigiu o olhar à ele, em seguida voltou-se para Namjoon.
- Namjoon, o que você acha...
- Não.
Hope arregalou os olhos, surpreso, enquanto Magnon se desvencilhava para um criado mudo no canto ao lado da cama, e alcançava um frasco com um líquido azul avermelhado pairando como fumaça,
- Como assim, não?
Sua voz soava tão irritada, que Namjoon teve de ocultar o receio que sentiu ao responder.
- Não quero que ele se transforme em nós. Que fique como nós!-apesar do receio, Namjoon soou seco.
J-Hope o fitou nos olhos por um longo tempo, em seguida, se ergueu e ficou de costas para ele e Magnon, que derramava o líquida do recipiente nos lábios de Kookie, enquanto Namjoon olhava dele para Hoseok, apreensivo.
- Saia.
Namjoon o fitou, com o semblante sério franzido.
- O quê?
- Saia! Agora!-elevou o tom mais um pouco, se voltando para Namjoon novamente- Não vou repetir novamente: saia! Essa decisão é minha a partir de agora.
Namjoon negou com a cabeça, e suas mechas se moveram para os lados com o movimento.
- Não é apenas sua decisão, J-hope.
O garoto recobrou a postura, e Namjoon percebeu que um sermão viria dele.
- Mas sou o único que estou de acordo para transformá-lo em um de nós, para liberta-lo da agonia que está sofrendo.-sua voz se elevou mais um pouco nas últimas palavras, e Namjoon se segurou para não recuar de cima da cadeira.- Não percebe, não é?
Namjoon chacoalhou a cabeça, negando os fatos que ele apresentou.
- Todos sabemos que a dor da transformação pode acabar matando-o. Não quero isto para ele.
J-hope riu soprado, irritado.

- O que é a dor da transformação se comparada a dor de ser mortal? Olhe para ele. Olhe para a dor que ele está passando. O sangue dele está queimando dentro do corpo por causa do sangue de vampiro penetrando suas veias. E você acha que se transformar em um de nós é algo ruim?-o olhar de J-Hope era penetrante e afiado, e Namjoon teve de desviar o olhar para não ceder ao medo.- Então, Namjoon?
O que vai ser?
Namjoon baixou o olhar, e se ergueu da cadeira, se desvencilhou de Hoseok, abriu a porta, e saiu sem dizer nada.
J-hope fechou levemente os olhos, e suspirou, em seguida caminhou em direção à cama onde Jungkook estava.
Magnon-que estava com o corpo dobrado para a face de Jungkook, colocando, agora, um líquido verde-claro-, ergueu o olhar para ele, analisando a expressão do rapaz.
- Está pronto?
Hope suspirou novamente, e assentiu.
- Estou.

- Será que Jungkook vai morrer?
Perguntou Jin, receoso, quebrando o devastador silêncio que permaneceu na sala desde que chegaram.
O local era preenchido por uma lareira moderna e elegante de metal, com fogo azul adocicado queimando dentro. Em frente a lareira, estavam um tapete felpudo, com os dois sofás pretos-onde estavam-posicionados em L sob o mesmo. Sob a parede da lareira, estava um TV 40" desligada, e ao lado, pendiam recipientes com líquidos azuis, vermelhos, e verdes, e um deles estava no final, e um pouco caiu para fora do vidro destampado e se esparramou pelo tapete, o manchando de azul e vermelho.
A sala era de um cinza escuro fosco exótico, e o corredor logo ao lado da parede da lareira, estava com uma baixa e estranha iluminação esbranquiçada de feitiço, o que dava um ar de corredor fantasmagórico.
- Não.
Namjoon surgiu pelo mesmo corredor, com a cabeça baixa e uma expressão de derrota. Apesar de parte do cabelo estar caindo sob seus olhos, Cristina, Yoongseo e July puderam perceber uma pequena lágrima escorrer por sua bochecha, e cair no ombro enquanto caminhava.
Cristina se ergueu a mesmo tempo que Jin, instintivamente, e ambos fitaram o rapaz.
- Então o quê?-interrogou Jin, com o semblante franzido.
Namjoon suspirou, fechando lentamente os olhos, os cílios tocando levemente sua pele.
- Ele está sendo transformado.
Yoongseo ergueu os olhos abruptamente, e os arregalou para Namjoon, se erguendo do sofá. As luzes das chamas da lareira dançavam em seu rosto, e brilhavam em seus olhos, o
deixando mais assustador para Cristina, V e Jimin.
- Como permitiu?
Namjoon suspirou novamente.
- Não o permiti. Deixei que Hoseok o fizesse para Jungkook não sofrer mais.
- Sofrer? O que acha que vai acontecer depois que ele se transformar? Como foi para você?
Namjoon fechou os olhos, e Cristina se ergueu, fitando a cabeça do garoto, que estava de costas para ela.
- Yoongseo! -ele se virou para ela, e ela o puxou pelo braço, o arrastando para longe deles- Por que está falando assim com ele? Quereria que Jungkook morresse? Quer ajudar ou não eles?
Yoongseo fitou os olhos da garota, com o semblante seriamente franzido.
- Por que está dizendo isso? Acha que estou fazendo o quê?
Ela revirou os olhos, e o fitou, irritada.
- Acho que está agindo como idiota.
Ele arregalou os olhos, incrédulo, mesmo sabendo da sinceridade da amiga.
Estavam no corredor mal iluminado do local onde Magnon mora, e os olhos afiados de Cristina brilhavam na baixa iluminação do local. As curvas da garota, a silhueta, eram contornadas pela luminosidade, e o contorno dos músculos de Yoongseo também eram bem visíveis, o que deixou ambos inquietos e sem ar.
Ele fitou o rosto da garota, procurando os olhos da mesma, em esperança de que ela não pudesse ouvir o som de seu coração acelerado, apesar de saber que Namjoon e J-Hope poderiam.
- Cristina...
Ela ergueu o olhar para ele, e o mesmo pode ouvir um leve suspiro sair dos lábios dela.
- Yoongseo...
Eles estavam próximos, um de frente para o outro, o calor emanava de ambos, e as respirações ansiosas...
Até que gritos cortaram o clima entre ambos, e eles voltaram os olhares para o quarto, e um metro deles, onde Jungkook estava, e se entreolharam rapidamente antes de correrem em direção ao mesmo. Yoongseo abriu a porta, e adentrou o quarto, enquanto Cristina observava -em choque, da porta.
Jungkook gritava e gemia, com as costas arqueadas, e os olhos fechados. Seu corpo tremia e suas veias queimavam, sinal de que o sangue licantrope já estava a percorre-lo o corpo.
- Agora é a hora, garoto!-indagou Magnon, com um pouco de exasperação na voz. Seu olhar estava focado no rosto de Jungkook, e uma das mãos estava pairando acima do rosto do mesmo- Ande, garoto!
J-Hope cortou com os próprios e afiados dentes caninos, a pele, e enquanto o sangue escorria pelo braço do mesmo, ele se aproximou de Jungkook, mais especificamente no lábios dele, e deixou que pingasse sangue nos lábios, e rolassem por entre os dentes cerrados pela dor. Após, mordeu o pescoço dele, meio hesitante, e se afastou, com dificuldades. Alguns minutos depois, o garoto parou de gritar e gemer, e sua coluna ficou ereta sob a cama, enquanto a respiração do mesmo voltava a um ritmo tranquilo.
Todos, principalmente J-Hope, fitaram o garoto, enquanto as feridas na jugular de Jungkook se curavam como mágica ou feitiçaria, e todos observavam elas se fecharem até formarem casquinhas no lugar.
- Mas o quê...?-Cristina recebeu o olhar de Yoongseo, que estava pálido no rosto, e com as bochechas coradas por uma certa raiva interna pelo ocorrido.
Ele se voltou para ela.
- Você não deveria ter visto isso, Cristina. -indagou, com uma calma e uma leve aspereza na voz.
Ela ainda estava em choque pelo que vira, mas não ligou, começando a sentir uma certa raiva ao fundo da garganta e da mente.
- Eu não deveria. Mas quando realmente deixei de fazer algo que não deveria, Yoongseo? Eu não me importo com o fato de Hoseok ter colocado seu próprio sangue nos lábios de Jungkook, pois agora ele me parece muito bem. E isso é bom. É suficientemente bom. Não é?
Sua voz soou decidia e seu olhar desafiava o amigo a retruca-la com algum sermão ou alguma indireta que apenas ela entenderia. Mas o que ele disse, simplesmente fora:
- Tem razão.

Bjs e espero que tenham gostado. Desculpa erros. Comentem se gostaram ou não.