Capítulo Quatro

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Vitor – Por 300$ você tem a minha companhia, uma ruiva histérica, um cachorro muito fofo e ainda de brinde leva a senha do wi-fi. – Ele tava brincando com a minha cara. Eu não podia acreditar naquilo, era tudo tão perfeito.

Eu – Quando eu posso trazer minhas coisas?

Ontem tomei a decisão mais importante de minha vida, creio eu, e agora estou ajeitando minhas roupas e pertences com a ajuda de Dreicon para poder me mudar. Nova casa, nova vida, nova Day. Era isso que eu queria, e era isso que eu tentaria fazer.

Dreicon – Cara, cê não acha melhor passar na Dani pra pegar o resto das tuas coisas? Porque não acho que da pra viver com apenas três calças. – Falou quando parou de dobrar minhas roupas, e tinha razão. Se eu juntasse todas as roupas que tinha comigo não enchia nem minha mochila.

Eu – Não! Eu não quero nada que me lembre ela. – Parei de organizar minhas coisas e suspirei. – Quando eu sai de Goiânia eu me achei um máximo por me tornar independente, sem precisar da minha mãe pra nada, mas a verdade foi que isso nunca aconteceu. Sempre necessitei da Dani para tudo, qualquer decisão em minha vida passava por ela. Até mesmo minhas roupas. – Senti as lagrimas escorrendo enquanto lembrava-me de nossos momentos juntas. – Não mais!

Dreicon – Você não tem noção do orgulho que eu sinto por você, por tudo que conquistou até aqui. Você pode não saber, mas o mérito é todo seu!

Eu – Você é o melhor amigo que alguém poderia ter, Drei! – Vou até ele e o abraço. – Olha pelo lado bom, não preciso gastar com mudança. – Falei colocando minha mochila nas costas e pegando meu violão. – Já estou pronta.

Dreicon – Você sempre esteve! Bora, eu te levo até seu novo endereço!

(...)

Novamente me encontrava com a mochila sobre um dos ombros carregada com minhas poucas vestes e a case do violão na mão. Sabia que os nós de meus dedos encontravam-se brancos de tanto que apertava a alça da mochila. A grande diferença é que dessa vez eu não me encontrava perdida, eu estava a um toque de campainha para uma nova vida. Finalmente!

Vitão – DAY! – O loiro gritou assim que abriu a porta, logo em seguida me puxando para um abraço apertado. – Entra, a casa é literalmente sua. – Ele me deu espaço e novamente eu adentrei no apartamento. – Seguinte, a Carol já esta chegando da aula e esta louca pra te conhecer. Ai pensei em escolhermos algo pra pedir pra janta e enquanto nenhum dos dois chega você vai arrumando suas coisas no seu quarto. – Meu quarto. Isso soa bem. – O que você acha?

Eu – Cara, ta perfeito, serio! To nem acreditando nisso. – Ele riu e do nado sinto algo passando pelo meio das minhas pernas. Era o gigante pitbull que havia visto no dia anterior. – Ele é manso?

Vitão – Ta brincando? Ele é uma manteiga. É um poço de dengo esse cachorro. A Carol mima ele como se fosse um filho. – Larguei minhas coisas no chão e me abaixei para poder acaricia-lo. – Ele gostou de você. Vai te pedir carinho eternamente.

Eu – Que bom. Porque eu realmente gostei dele. – Continuei o acariciando enquanto Vitão abria o aplicativo de delivery em seu celular.

Vitão – Hoje é seu primeiro dia, então pode escolher a janta. – Falou olhando pra mim. – O que vai querer?

Eu – Mano, eu como praticamente de tudo. Mas se da pra escolher eu curto um japonês. Pode ser?

Vitão – Finalmente vou ter companhia no japa. Carol é fresca, só come os hot's. – Demos risada. – Vou chamar aqui, pode ir se ajeitando em seu quarto.

Eu – Beleza! – Levantei parando de fazer carinho no cachorro e fui com minha mochila e violão para o cômodo que ele havia me mostrado no dia anterior como meu quarto. Eu não queria mudar nada nele por enquanto, já que nunca me liguei muito em decorações. Tinha um lugar pra dormir e uma boa iluminação para os meus covers, pra mim já estava perfeito.

Larguei meus pertences pelo chão e me joguei na cama, aproveitando ao máximo aquela sensação. Era como se finalmente eu me sentisse plena, pertencente ao mundo de verdade. Pela primeira vez eu estava no controle, mesmo não fazendo a mínima ideia do que faria dali pra frente. Eu estava em uma casa nova, com pessoas novas, em um bairro novo onde tudo era novo. Porra, agora até um cachorro pra eu ficar fazendo carinho eu tinha. Só faltava conhecer a dona dele.

Perdida nesse mar de pensamentos escuto a porta de entrada abrir e fechar em um baque. Logo em seguida uma voz desconhecida soa pelo apartamento.

Xxx – Draco, meu neném! Tava com saudades da mamãe? – Acho que essa é a hora que eu vou conhecer a outra moradora do apartamento.

Continua...



Lost For YouWhere stories live. Discover now