terceira vez

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— ei, jeno — disse donghyuck. jogava em seu nintendo ds, já calculando trajetórias para um ponto específico atrás da orelha direita de jeno. — vem aqui.

o metrô subterrâneo chacoalhou. jeno virou-se para se sentar no lugar ao lado de donghyuck. suas coxas e ombros se esfregaram um contra o outro.

jeno disse quando donghyuck permanecera calado, os dedos ainda inquietos no nintendo: — o que foi? já estou aqui.

— eu sei, mas tenho que te dizer uma coisa — respondeu, ainda com os olhos no aparelho.

ele cuidava de seus nintendogs, sentindo pena dos nove anos que foram deixados sozinhos. seu favorito era um corgi galês — chamado nono, porque o jeno de oito anos era tão chato quanto o jeno de dezenove anos.

jeno soltou uma risada e se aproximou dele, oferecendo-lhe a orelha. donghyuck largou o nintendo no colo, cruzando os braços. percebendo a insatisfação, jeno jogou um braço ao redor dos ombros dele.

e assim que jeno tinha a mão livre na coxa de donghyuck, o nariz dele quase roçando-lhe a orelha, donghyuck deu o salto. o beijo saiu mais forte do que o esperado, atingindo-lhe no ponto final da mandíbula, mas ele não teve tempo para pensar nisso. fechou seu nintendo e saiu do assento.

donghyuck correu através dos corredores dos vagões, desculpando-se apressadamente para as pessoas que esbarrava e cujas mochilas derrubava. misericordiosamente, o metrô parou em uma estação antes que chegasse ao último vagão.

sem olhar para trás, donghyuck mal esperou a porta automática abrir-se por completo. saiu correndo, seguido por jeno e pelos olhares de desaprovação de todos os pais e trabalhadores cansados enquanto corriam pela plataforma da estação até as escadas.

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