Second chance

243 14 0
                                    

Arizona


Não fechei os olhos por um segundo na noite passada. Vi cada minuto passar ao mesmo tempo em que olhava o monitor que mostrava os batimentos cardíacos de Sofia. O último dia tinha sido difícil especialmente a parte da tarde em que Sofia teve que ficar ligada a um monte de fios presos ao seu peito, dois pequenos tubos no nariz para ajudar na respiração e especialmente a parte do soro intravenoso que só com a ajuda de Eliza consegui convencer a pequena a aceitar. Tudo parecia ter perdido o sentido de um dia para o outro, Sofia estava lutando contra uma doença que à um dia atrás não sabíamos que ainda ali existia e Callie tinha fugido de mim e de Sofia assim que algo começou a complicar. Acho que essa era a parte da mudança com a qual eu sabia que não conseguia lutar. A doença da nossa filha estava sendo tratada mas a desilusão que a latina me tinha proporcionado ainda continuava lá e mais forte que nunca. Consigo reconhecer que talvez tenha sido muito forte com ela pela ligação do dia anterior mas ver a minha filha naquela cama de hospital chamando pela mãe e ela simplesmente fugindo para não encarar a situação tinha feito a raiva subir pelas minhas veias.


-Oi meu amor. - forcei um sorriso ao ver Sofia começar a acordar - Como você está ?


-Onde está a mamãe Callie ?


-Não deve demorar a chegar. - menti para poupar mais nervosismo à pequena.


-Você e a tia Eliza disseram isso ontem. - ela cruzou os braços e virou a cara na direção oposta a mim.


-Sofia...me escuta.


-Eu não estou falando com você.


-Deus, às vezes parece que você não tem dois anos. - murmurei de modo a que apenas eu pudesse escutar - Olha aqui filha, a sua mãe não vai vir aqui.


-O quê ? - o seu rosto foi virado para mim assim como a sua total atenção e vi os seus lábios formarem um bico enorme indicando que ela queria chorar.


-Assim que ela soube que você estava doente ela ficou...confusa e triste, muito triste. - apertei a mão da menina - E decidiu ir tomar um ar para conseguir ser forte por você. - sorri tentando não deixar lágrimas caírem ao saber que aquela não era a verdade.


-E ela ainda não está forte o suficiente ?


-Não meu bem, ainda não. Mas em breve ela vai entrar por aquela porta e te dar todo o carinho do mundo.


-Quanto tempo vai demorar ? - vi os seus olhos alcançarem um calendário que todos os dias era atualizado pelas cinco da manhã por uma enfermeira - Está marcado um três e um um nele. O que quer dizer ?


-Wow, quer dizer que hoje é o último dia desse ano. - sorri para a pequena e passei a mão pelos seus cabelos - Acha que está forte o suficiente para sair dessa cama ou acha melhor ficar ?

Seven Years - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora