EXTRA 1 - A Lenda.
Forks, 1976.
Foi na metade da década de setenta que tudo começou.
Quando o prefeito da pacata cidade de Forks foi encontrado na floresta com o corpo completamente despedaçado.
O homem nunca fora bem visto pelo povo e um ano antes, havia feito algo muito ruim que trazia uma culpa imensa em seu peito.
Muitos disseram que ele tinha feito pacto com o coisa ruim e que por isso fora morto daquela forma terrível, para pagar a dívida com as forças do mal, até porque meses antes de sua morte seus colegas da prefeitura haviam dito que ele tinha comentado que nos últimos tempos, vinha sentindo coisas estranhas e ouvia vozes quase todas as noites antes de dormir.
Robert fora encontrado com o corpo em pedaços e sem os olhos, o que se tornaria padrão nos anos seguintes.
- Só pode ter sido um fantasma. - Fulano dizia.
- Que nada, deve ter sido obra de algum monstro, isto sim. - Beltrano retrucava.
[...]
Em 1977 a história se repetiu mais uma vez.
O dono de um dos mercadinhos mais antigos da cidade também foi encontrado na floresta da mesma forma que o prefeito.
E nos anos que se sucederam acontecera sempre exatamente a mesma coisa.
Em cada ano alguém da cidade era encontrado morto na vésperas do dia das bruxas e confusos, os moradores viviam criando teorias do que poderia estar por trás daquelas mortes todas.
[...]
No ínicio da década de noventa foi a vez de uma senhorinha, dona do posto de gasolina, ser morta nos mesmos moldes das outras vítimas.
Os policiais da época então começaram a notar um padrão. Os assassinatos ocorriam sempre no final do mês de outubro, na época do Halloween e as torturas eram exatamente as mesmas.
Com a fama que a cidade foi levando, o turismo foi ficando cada vez mais excasso, ainda mais depois que alguns turistas disseram que tinham conversado com a tal dona do posto de gasolina antes de entrarem na cidade e tempos depois, descobriram que a mesma estava morta há muito tempo.
O tempo passou novamente e já na década de 2000, Raymond, já como xerife de Forks, decidiu revirar a sequência de crimes depois de saber por seu subordinado, Caius, que mais um morador do local havia sido encontrado sem vida.
- Espera Raymond, você está achando que isso foi obra de algum espírito? - Caius perguntara incrédulo após ouvir aquelas estranhas palavras da boca de seu chefe.
- Sim, acho. Caius, raciocine comigo. Esses crimes estão acontecendo há mais de trinta anos, é difícil um serial killer atuar tão descaradamente por tantos anos sem nunca ser pego pela polícia em uma cidade tão pequena como essa. - O homem argumentou caminhando por sua sala na delegacia.
- Nós somos homens da lei, não podemos acreditar nesse tipo de coisa, chefe. - Caius retrucou segurando o riso.
- Então me conte uma teoria melhor, meu amigo. Enfim, a única coisa que sei é que vou investigar o quanto puder e não descansarei até descobrir o motivo pelo qual esse espírito vem matando os moradores dessa cidade, te juro que irei descobrir a verdade Caius. - Garantiu firme.
[...]
Nos meses seguintes Raymond continuou sua investigação, analisando a fundo a vida de cada uma das vítimas. Todas as noites, quando voltava do trabalho o xerife sentava-se no sofá de sua casa e munido de computador, documentos, livros e sua inseparável xícara de café investigava aquele misterioso crime.
Foi quando o inesperado aconteceu.
Depois de ligar para ver como sua única filha, Ana, estava, o moreno resolveu investigar os acontecimentos do ano de 1975, um ano antes do início da matança e foi aí que começou a descobrir toda à amarga verdade.
Em meio aos documentos já desgastados pelo tempo do delegado Ross, que era quem comandava a cidade em 1975, o homem percebeu que alguns documentos de ocorrências daquele ano tinham sido descaradamente adulterados pelo próprio xerife.
- Um professor foi espancado até a morte em 1975... - Murmurou para si enquanto lia os papéis - No documento original da ocorrência Ross fala que a vítima tinha sido espancado com requintes de crueldade por vários moradores da cidade por ter engravidado uma garota de dezesseis anos, filha do prefeito da cidade e aluna dele que... Após a tragédia, acabou se suicidando mesmo estando grávida. Que história horrível! - Falou engolindo em seco enquanto umidecia sua boca com mais café - Já na ocorrência que registrou oficialmente horas depois ele alterou as informações e fala que não tem ideia de quem são os culpados do crime? E um ano depois ainda arquiva o caso por falta de provas? Tem algo muito errado aí.
Raymond então investigou a fundo cada uma das pessoas que foram citadas no documento original como os agressores do professor e descobriu que todas morreram ano a ano, nos dias que antecederam o Halloween, de forma macabra. Mas o que mais lhe assustou foi que no depoimento inicial de um dos suspeitos de ser o assassino, o mesmo comentava que segundos antes de morrer, a vítima, que se chamava Roger, jurara que mesmo morto, iria se vingar e matar cada uma das pessoas daquela cidade.
- Então é isso! É o espírito desse homem que está assombrando a cidade... - Ray deduziu fechando o notebook e o pondo sob o criado-mudo - Preciso dar um jeito de expulsa-lo de Forks chamando sei lá, um padre pra fazer uma espécie de exorcismo e manda-lo de volta para o inferno. - Respirou fundo e se levantou da cama - Mas é melhor ligar para Caius pra contar tudo o que descobri primeiro, vamos ver se agora aquele teimoso acredita em mim - Decidiu caminhando até o telefone quando de repente, as luzes de sua casa inteira se apagaram. - Merda, justo agora a luz tinha que acabar?! - Resmungou revirando os olhos e indo para a cozinha pegar uma lanterna quando de repente, a porta do quarto se fechou fortemente, assustando-o.
- Ué, não está ventando... Por quê a porta se fechou? - Franziu a sobrancelha estranhando aquilo, quando de repente começou a ouvir diversos barulhos.
A maioria eram gritos alucinantes e rangidos. Assustado, Raymond saiu correndo de casa, notando que os barulhos continuavam e que vinham de sua mente, não do local onde estava. Eram tão fortes e intensos que ele levara as mãos aos ouvidos, clamando para que os sons altos parassem, mas não adiantou pois eles ficaram mais fortes ainda.
Já era madrugada mas mesmo assim, o homem saiu correndo sem rumo pela cidade, tentando pedir socorro mas sem forças suficientes para gritar.
Quando deu por si, já estava dentro da floresta.- Raymond... - Uma voz grossa e rouca o chamou em sussurro.
- Quem está ai? - O policial perguntou olhando para os lados, mas só via árvores e escuridão.
- Eu - A voz respondeu e um vulto preto passou por ele, lhe causando calafrios.
- É o espírito do rapaz que foi assassinado, não? - Ray engoliu em seco - Olha, sei que o fizeram com você não foi legal, mas...
- Não foi legal? - O espírito debochou - Você por acaso tem ideia do que aquela gente fez comigo? Eles me trouxeram até essa floresta e me espancaram com pedaços de madeira até que eu me encolhesse no chão, tremendo de tanta dor. Eu implorei pra que parassem, mas ao invés disso eles me esfaquearam quinze vezes enquanto me chamavam de pedófilo maldito e estuprador! Mas eu não era isso pois a garota que engravidei gostava sim de mim, eu não tinha forçado absolutamente nada pra ela ficasse comigo. Mas eles sequer quiseram ouvir minha versão dos fatos e pensando que eu estava morto, jogaram alcool em mim, acenderam o fósforo e me queimaram vivo. Enquanto eu era consumido pelas chamas, jurei que me vingaria e agora estou morto. E todos eles também estão no inferno comigo, mas ainda tenho mais alguns desgraçados e descendentes para matar.
- Olha Roger... É esse seu nome certo? Eu não posso deixar que continue matando na minha cidade. - Ray disse não imaginando a noção do perigo.
- Nem você, nem ninguém vai me impedir de me vingar de tudo e de todos. Posso passar séculos matando se for necessário, mas tudo bem, tenho muito tempo livre para isso - Gargalhou irônico - Mas minha alma não sossegará até não restar mais ninguém vivo nessa cidade. É uma pena você estar querendo me deter Raymond, pois por ter decifrado o enigma desses assassinatos todos, você também será morto para que não revele a ninguém o que sabe!
- Por favor, não faça nada comigo Roger! - O xerife se jogou de joelhos no chão, em suplica. - Eu tenho uma filha que precisa muito de mim ainda, não quero morrer, não posso.
- Uma filha? A minha nem chegou a nascer porque a mulher que eu amava se suicidou depois do crime. Lamento Raymond, mas dentro de alguns segundos sua filha ficará orfã. - Avisou e então, aquele vulto do mal lhe atacou ferozmente.
Aquele era o fim da vida de Raymond e o começo do inferno da corajosa Anastasia que viajaria até Forks em busca de decifrar o enigma da morte de seu querido pai.~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Espero que tenham gostado do extra XD E se gostaram, deixem seus votos e comentários 💙
Feliz Halloween a todos :3
Amanhã posto o Extra 2 com Grey e Ana :)
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Enigma
Short Story[ONE-SHOT] Todos os anos, na semana do Halloween, pessoas desaparecem e corpos dilacerados são encontrados logo depois na floresta de Forks. Anastasia Steele é uma jovem investigadora de Vegas que após descobrir que o corpo de seu pai foi encontrad...