Invisível

Capítulo 8 - Estou melhor!

RAPHAEL.

Ao acordar, logo percebi que estava em um quarto de hospital. Aquele lugar todo branco foi o que me fez deduzir onde estava. Meu pai estava sentado em uma cadeira ao lado da cama. Ele estava entretido com o celular e nem percebeu quando acordei.

Raphael: Pai? - ele olhou para mim e deu um sorriso.

Carlos: Filho, ainda bem que você acordou! Eu estava muito preocupado! Como você está se sentindo?

Raphael: Minha cabeça dói! - pressionei a mão do lado direito da cabeça e fiz uma careta.

Carlos: Eles ligaram para mim da escola. Disseram que você passou mal na aula e desmaiou. Quem te ajudou foi uma amiga sua... Acho que o nome dela é... Nicole! É! Ela e seu amigo Cássio.

Raphael: Eles estão aqui? - fiquei sentado na cama.

Carlos: Não, eles estão em casa! - ele se levantou. - É melhor você continuar deitado!

Raphael: Por que, pai? O que aconteceu?

Carlos: Quando você caiu, bateu a cabeça e fez um corte. Por isso você está sentindo muita dor na cabeça.

Eu estava um pouco confuso ainda. Não lembrava de nada!

Logo o médico veio até o quarto para ver como eu estava.

Carlos: O senhor já sabe o que causou os desmaios?

Médico: Sim. O desmaio pode ter sido causado por algum estresse que o Raphael passou.

Continuei na cama apenas ouvindo a conversa.

Ele continuou: Raphael, você sofre de transtorno de ansiedade.

Raphael: E tem como curar isso?

Médico: Tem um tratamento simples e você terá que fazê-lo.

Olhei para o meu pai e ele me olhou de volta. Ele estava com aquela cara de preocupação, que mesmo que ele tentasse disfarçar, estava bem explícito.

Logo depois, o médico me deu alta e eu fui para casa. Anne fez várias perguntas no caminho de casa e eu respondi à todas, mesmo estando cansado até para falar.

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. O meu pai perguntou se eu queria comer alguma coisa, mas eu estava sem fome. Ele me deixou no quarto e eu me deitei. Dormi logo depois.

No dia seguinte...

Meu pai me levou para a escola de carro, como fazia todos os dias. Cássio estava me esperando na entrada com Emília.

Carlos: Se sentir alguma coisa, me ligue para vir te buscar!

Saí do carro e meus amigos me receberam.

Emília: E aí, gatão? Está melhor?

Raphael: Estou sim!

Cássio: E esse corte aí?

Raphael: Vou tirar os pontos logo logo.

Entramos para a aula e percebi os outros me olhando. Provavelmente todo mundo sabia o que havia acontecido no dia anterior. Sem contar os que viram o que aconteceu na sala, as notícias se espalhavam rápido por aquele lugar.

Me sentei em meu lugar, com Cássio ao meu lado. Ele logo puxou assunto.

Cássio: A Nicole foi no hospital te ver. Mas, não deixaram ela entrar no quarto.

Raphael: O que? E por que não?

Emília chegou e completou: Por que não deixei!

Raphael: O que? Por que você fez isso?

Emília: Por que apenas os familiares podiam entrar, Rapha. Nem eu pude te ver! Então, pedi que ela fosse embora para não incomodar mais.

Raphael: Não acredito que você fez isso!

O professor entrou e ela voltou para o seu lugar, do outro lado da sala. Eu não acredito que ela fez isso! Por falar nisso, Nicole chegou logo depois. Ela estava atrasada. Pediu licença e entrou. Decidi falar com ela depois.

Quando a aula terminou, Emília veio falar comigo de novo para tentar se explicar, mas eu a dispensei. Fingi que não estava bravo só para ela ir embora, pois eu queria falar com Nicole sem que ela interrompesse.

Raphael: Obrigado por ter me salvado. Eu estava inconsciente, mas fiquei sabendo que você e o Cássio me salvaram!

Nicole: O que você está fazendo aqui? - ela ficou de pé. - Como você está? Pelo que eu vejo, melhor não é? Já saiu do hospital!

Raphael: Só com um pouco de dor na cabeça, mas eu vou sobreviver! - nós rimos. Depois percebi que ela estava com um rostinho triste. Perguntei o que foi.

Nicole: Posso te fazer uma pergunta? - falei que sim. Ela hesitou. Percebi que estava um pouco envergonhada e eu disse que ela podia dizer o que quisesse. - É verdade que você está namorando com a Emília?

Raphael: O que? Quem te disse isso?

Nicole: Responde minha pergunta primeiro?

Raphael: Não! Eu não estou namorando ela! Agora me diz: Quem te contou essa mentira?

Nicole: A própria Emília. Ela me impediu de te ver quando fui no hospital com a Aline e disse que era a sua namorada.

Raphael: Não acredito que ela fez isso! - coloquei minha mão em seu rosto. - Não se preocupa com isso! Vou falar com ela depois para resolver esse mal entendido!

Nicole forçou um sorriso e eu percebi que devia fazer alguma coisa para animá-la, então apertei sua bochecha. Logo um sorriso se formou em seu rosto.

Raphael: Vamos continuar nossos estudos hoje?

Nicole: Hoje? Você precisa descansar!

Raphael: Já descansei demais. E aliás, caminhar até sua casa já é um exercício físico. E exercícios físicos fazem parte do tratamento.

Ela me olhou confusa: Tratamento? Tratamento de que?

Raphael: Transtorno de ansiedade.

Nicole: Poxa, eu não sabia!

Raphael: Tudo bem! Te vejo à noite?

Nicole deu novamente um daqueles sorrisos fofos. Eu retribui sorrindo também. Depois fui embora da sala. Antes de sair acenei para Aline, que estava ao lado de Nicole me observando desde que cheguei ao lado delas. Em seguida, saí da sala em direção à saída, onde meu pai já me esperava com o carro para me levar para casa.