único.

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O desejo nos levou a irracionalidade
desejo dos corpos quando se tocam e dançam no mesmo ritmo.
Os momentos de antecipação que trocamos com olhares inquestionáveis e sorrisos ladinos
avexados e desconexos demais para sequer notar o quanto estamos longe um do outro ali;
no calor daquele quarto.
São perguntas sem resposta, pois, custamos responder a não ser com beijos,
beijos fervorosos e necessitados
sorrisos pecaminosos trocados durante me levam a pensar no quanto estou à mercê de ti.
Antes de ti eu me via como falha, um erro.
Depois de ti, volto a me sentir culpada, pois, nada mais me fere como teus toques.
Ali não existe amor, nem paixão;
só desejo.
Me sinto tão pouco, mergulhando em um abismo de culpa e desejo.
Não estranhe meus pensamentos, eu só me arrisco demais, sou intensa demais e acabo por me perder nesse oceano de sentimentalismo.
Nessas noites costumo deixar-me ser levada;
levada, travessa.
Encharcada de amor, grunhindo paixão e me aliviando em teus braços.
Teus braços sempre me serviram como lar, lar esse que não abrigo mais.
Custo me fazer de abrigo, minha própria morada, meu corpo tão indefeso.
Teu olhar sempre minimamente esperançoso, sempre percorrendo os meus traços e com carinho ou nem tanto os transforma em palavras doces, ou em toques selvagens.
O gosto amargo na boca, as luzes falhas da tua vizinhança, a música em baixo volume no teu quarto
a nossa forma de criar poesia
e entrelaçar a alma um do outro.
Nosso abismo de desejo, nosso segredo de amantes.

mon abysse de sentiments et de désirsOnde histórias criam vida. Descubra agora