Qual É o Caminho de Volta?

Capítulo III

"Sozinha, em uma sala
Derrubo as paredes
Pinto as cicatrizes e hematomas
Agora, esta é a casa
Encho-a com amor
E faço o melhor de algo novo, sim
Por mais difícil que pareça
Mantenho a respiração e apenas acredito."
—The Middle of Starting Over - Sabrina Carpenter

Marisol nunca fora a aluna nova, ela se recordava de mudar de escola do ensino fundamental para o médio mas as pessoas sempre foram as mesmas e mesmo que não fossem ela sempre teria o Freddie. Mas agora era diferente, ela iria entrar em uma escola nova no meio de outubro e só conhecia uma pessoa. Zach. Ele a levou para conhecer a cidade inteira no fim de semana, era como se já fossem amigos de longa data... Mas a menina não conseguia parar de pensar na possibilidade de ser diferente na escola. E se os amigos de Zach não gostarem dela? E se ele fingir que mal a conhece? E se eles realmente mal se conhecem? Essas perguntas vinham girando em sua mente desde que ela acordou.

—Sol! — Gritou Agata. — O Zachary acabou de ligar, disse que vai te levar, se arruma rápido!

Sol se apressou e levantou rapidamente, tomou um banho rápido e passou uma base e um gloss. Ela não queria aparecer toda chique no primeiro dia de aula. Ela amava se arrumar mas ela temia ser tachada de metida, então apostou no básico. Ela colocou um jeans e uma blusa vermelha de gola alta e manga comprida. Calçou uma sapatilha vermelha e correu para a cozinha, tinha que dar tempo dela tomar café.

—Fiz um waffle para você filha. — Disse Agata, ela estava com uma blusa social roxa e uma calça preta, usava salto e maquiagem. O cabelo estava preso em um coque perfeito. —Anda logo pra não perder a carona!

—Uau! —Sol pronunciou enquanto mordia o waffle queimado. —Onde você vai? Visitar o prefeito?

—Ha ha ha! Engraçadinha. — Debochou. —Vou em uma entrevista de emprego, no único escritório de advocacia da cidade.

—Nesse caso o trabalho já é seu. — Sol limpou a boca, engoliu o suco e pegou a mochila. —Aposto que eles estavam aguardando uma advogada talentosa e competente cair do céu. E veja só — Ela apontou para a mãe. —milagres acontecem.

Agata riu e abraçou a filha, logo depois a buzina tocou e Sol correu para a porta. Ela pegou o casaco, que estava pendurado perto da porta, e saiu ao encontro do carro do avô de Zach.

—Bom dia Mari! — Zachary falou alegremente enquanto dava partida no carro. —Pronta para ir ao lugar que vai te fazer querer surtar pelos próximos meses?

Zach estava usando uma calça jeans rasgada e uma blusa preta lisa. Mas como sempre ele tinha que se destacar de alguma maneira, os tênis que pisavam no acelerador eram laranja, assim como o suéter jogado no banco de trás, era o melhor visual dele desde que Sol o tinha conhecido.

—Eu nunca fui novata, numa escola digo. — Ela afirmou olhando para a janela. —Sempre mudei de escola com as mesmas pessoas, era como se nem tivesse mudado. E se ninguém falar comigo?

—Alô? — Zach apontou para si mesmo e logo retomou o volante. —Obrigado pela parte que me toca...

—Não. — A menina respondeu sem graça. —Não foi isso que eu quis dizer... Sei lá, você tem os seus amigos, e se eles não gostarem de mim? Você vai ter que ficar do lado deles, né? A gente se conhece tem uns quatro dias.

—Primeiro; é impossível não gostar de você. — O garoto corou ao perceber as palavras saindo de sua boca. —Segundo; e daí se eles não gostarem? Ninguém manda em com quem eu falo, posso ser amigo de um monte de gente ao mesmo tempo.