I'll Be Good

Machine

"Porque eu estive pensando

Quando você vai ver que eu não estou à venda?

Eu tenho questionado

Quando você vai ver que eu não sou uma parte da sua máquina?

Não sou uma parte da sua máquina"

Imagine Dragons - Machine

Adrien acordou mais cedo que de costume ele sabia que aquele dia seu pai ficaria o dia todo no escritório mas mesmo assim ele queria evitar qualquer contato com o mesmo. Sabia que não podia fugir pra sempre mas enquanto ele pudesse o faria.

Para o seu completo azar seu pai estava parado no meio da grande escadaria da mansão, sua expressão era seria causando um arrepio frio na espinha do loiro.

- Quero falar com você, Adrien - disse firme como se fosse uma de suas ordens, o garoto sabia que era incapaz de fugir daquela situação. Gabriel era seu pai não conseguiria escapar dele pra sempre ainda mais morando na mesma casa. Suspirando derrotado seus olhos se voltaram para o mais velho.

O mesmo pode ver o cansaço que aqueles verdes antes tão vividos exalavam.

- O fotografo da agência ligou dizendo que não esta sendo profissional, que tem se atrasado e que não consegue mais fazer boas fotos por conta do seu estado um tanto... deplorável. - declarou enquanto encarava o garoto que mordia a bochecha com tanta força que podia facilmente sentir o gosto metálico do próprio sangue.

- Sério? Pai! - exclamou cerando os punhos com força tentando controlar a raiva que se alastrava por todo seu ser. Plagg havia lhe dito pra evitar os sentimentos negativos mas eles pareciam afoga-lo em um mar profundo de magoa e rancor. - Eu sabia que não ganharia o prêmio de melhor pai do mundo mas agora você passou de todos os limites!

Gabriel que até o momento tinha uma expressão indiferente olhava para o filho surpreso por sua súbita explosão.

- Eu estou mal, não me alimento direito. Não durmo direito. Não tenho a atenção do meu pai que devia cuidar de mim não se afogar no trabalho enquanto seu único filho esta precisando dele! - algumas lágrimas ameaçavam deslizar por sua face mas o loiro as reprimia rapidamente se amaldiçoando por ser tão fraco - Você foi uma droga de pai, Gabriel Agreste. Eu me esforcei pra ser o filho perfeito mas hoje... - lentamente se aproximou do outro e sussurrou - Eu não sou mais aquele, Adrien. Eu não sou mais sua maquina.

Sobre os olhos arregalados do pai ele se retirou sentindo a fúria em seu peito se acalmar minimamente.

- Não acredito que enfrentou seu pai - o kwami sussurrou de dentro do bolso do loiro que apenas suspirou cansado enquanto continuou a passos lentos andar em direção ao carro

- Eu também não acredito, Plagg

(...)

A azulada caminhava pelas ruas movimentadas de Paris tentando acalmar seu coração que se contraia só de lembrar da noite que vira Chat Noir pela última vez, se lembrava do quão abalado o mesmo estava. Temia que ele fizesse alguma besteira ou pior fosse akumatizado.

Ela não acreditava que um pai faria algo assim com o próprio filho mas o vilão não sabia a identidade do herói e nem sonhava que o loiro era seu filho. Marinette se pegava pensando

Será que Hawk Moth mudaria se soubesse?

Será que ele mudaria pelo filho?

Parecia uma ilusão bonita achar que isso fosse acontecer e que o bem ganharia.

Chat não havia lhe contado a identidade do vilão ja que afirmou que aquilo revelaria sua identidade, Marinette não pode insistir muito pra saber ja que a regra de não revelar as identidades havia sido criada por ela. Com esse pensamento ela suspirou frustrada.

A loja do guardião dos miraculous foi avistada pela mesma e lentamente foi aberta a pequena porta que dava acesso ao cômodo onde o idoso escondia sua verdadeira função trazendo algumas tradições de seu povo para os parisiense. Marinette deu um doce sorriso ao guardião que sorriu para o seu cliente enquanto o mesmo saia do local com uma sacolas de ervas medicinas.

- O que houve, Ladybug? - perguntou preocupado enquanto aportava a pequena mesa onde a garota se ajoelhou.

- Chat Noir está me preocupando, mestre. Após nossa última batalha contra Hawk Moth e sua nova aliada, Mayura. Ele acabou descobrindo a identidade do Hawk Moth, mas Chat ficou muito abalado com a pessoa por trás da máscara. E tenho medo do que ele possa fazer. - explicou com a mão no peito enquanto sua expressão transmitia toda a preocupação que aquela situação lhe causava.

- Tem medo de que ele se junte a Hawk Moth? - o guardião fez a pergunta que ficou pairando pelo silencioso local.

A azulada tentou abrir a boca mas fechou os olhos logo em seguida com força organizando seus pensamentos mais tempestuosos.

Lembranças do parceiro invadiram sua mente como um filme onde se via todas as vezes que Chat havia se posto em perigo por ela, todas as vezes que lhe provou o quão confiável e fiel podia ser o garoto por trás da roupa de couro e piadas ruins.

Um sorriso involuntário se formou em seus lábios ao lembrar da noite que o mesmo a levou em seus braços para a grande surpresa que havia feito para seu alter ego.

Não importava se ela fosse Ladybug ou Marinette sabia que podia contar sempre com o parceiro.

- Eu confio nele, Mestre - Abrindo os olhos incrivelmente azuis o sorriso não abandonou o rosto da mesma - Chat Noir nunca faria algo que ele não acreditasse ser o certo.

O guardião suspirou antes de pronunciar as palavras que não abandonariam os pensamentos da garota tão cedo

- Chat Noir tem um coração puro por isso eu o escolhi pude ver a bondade por trás daqueles olhos verdes que aparentavam esconder uma amarga tristeza. - sussurrou vendo os olhos da mestiça marrejarem - Mas eu também sei que o pai dele pode convencê-lo a fazer qualquer coisa e isso minha pequena devia preocupa-la e muito.