XVII

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Qual o sentido da vida? Eu não conseguia entender, quando estávamos juntos tudo parecia fazer sentido, você dava um sentido para todas as coisas. A minha vida só fazia sentido, porque tínhamos um ao outro.

Fiquei acreditando por um tempo que a vida só teria sentido, se estivéssemos com a pessoa que amamos, a vida há dois fazia jus a tudo o que eu pensava.

E quando você se foi, eu percebi que nada tinha sentido, e que o amor nos destrói. Fazia de nós pessoas amargas.

É preciso lutar contra todo o tipo de sentimento que a vida tenta nos impor, talvez eu não sentisse mais piedade de mim, simplesmente não conseguia sentir nada.

Sinto-me como se eu fosse um nada, e isso parecia ser o correto em meu cérebro.

Meus neurônios ficavam nervosos, por todas as lamentações que eu fazia sobre nós.

Estou tentando arrumar uma desculpa, não era culpa minha, eu sei que não, mas não acreditava nisso. Toda vez tento arrumar uma desculpa para poder lhe poupar de tudo isso.

O amor nos cega, estou tão cego que já não vejo mais luz.

Prometi que nunca lhe deixaria, mas eu precisava deixar, você já me deixou. Não é saudável ficar nessa situação.

Infelizmente sou masoquista da minha própria dor.

Algumas pessoas diziam que temos que superar a dor da melhor maneira possível, mesmo que para isso você finja estar bem. Acredite eu tentei superar, sair da fossa, mas tudo parecia ser um ato falho, em alguns momentos realmente consegui fingir que encontrava-me em uma melhor.

Se eu fingisse eles acreditariam, era assim que eu pensava. Mas eu não conseguia fingir, não queria me enganar, não mais, então parei de dar sorrisos falsos, apenas dava um pequeno riso de canto, isso poderia ser o mínimo que sairia de mim.

Olhe só para o meu estado deplorável, o que o amor não faz conosco?

Vejo meu celular e ainda tenho a última mensagem que você me mandou, faz cinco meses desde os últimos acontecimentos, e mesmo assim me senti incapaz por deletar as mensagens. Eu tinha deletado o seu número e isso foi um passo enorme, mas eu não tinha apagado nossas mensagens ou jogado nossas polaroid, e isso era o mesmo que estar na merda.

Balanço minha cabeça negativamente, pois eu tinha aceitado ficar nessa merda, enquanto você deve sorrir por aí a toa.

Simplesmente eu não conseguia aceitar isso, eu tinha te ajudado, e era isso o que ganhava em troca?

O quão a vida pode ser injusta?

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