Capítulo 3

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Calor.

Calor foi a primeira coisa que Lexa sentiu quando se afastou do suave abraço do sono. Algo muito quente e macio pressionado contra seu estômago, e algo estava roçando a ponta do nariz fazendo cócegas. Ela abriu os olhos apenas para ver uma cachoeira de ouro brilhante. A luz do sol entrava pela janela do quarto, destacando o cabelo ondulado de Clarke.

Foi quando Lexa percebeu exatamente quem estava em seus braços e a estranha posição em que ambas estavam. Embora ela e Clarke tivessem ido dormir em lados opostos da cama, o mais distante possível, um de seus braços tinha encontrado seu caminho a cintura do demônio durante a noite. Pior ainda, uma das mãos dela estava segurando o peito pesado de Clarke, e o volume da bunda de Clarke estava bem seguro contra a pélvis.

O rosto de Lexa queimava. Seu pulso disparou, e ela começou a entrar em pânico, mas conseguiu manter-se imóvel através da pura força de vontade. Se ela se movesse, arriscaria acordar a mulher adormecida em seus braços, e isso significaria ainda mais constrangimento.

Ela respirou fundo várias vezes, contando-as. Um dois três…

Lentamente, ela tirou a mão do seio de Clarke. Embora Clarke ainda estivesse usando a camiseta que Lexa lhe emprestara, não oferecia muita proteção. Mesmo depois que ela se afastou, Lexa podia sentir o ponto duro do mamilo de Clarke, onde ele tinha pressionado no meio da palma da mão.

Em seguida, Lexa começou a desenrolar o braço ao redor da cintura de Clarke. Ela se moveu devagar, movendo-se para o lado da cama o mais cuidadosamente possível, para não fazer o colchão afundar.

Seus esforços foram em vão. Assim que se desembaraçou da posição desajeitada, Clarke soltou um grunhido alto de um bocejo e rolou de costas, esticando os braços bem acima da cabeça.

O movimento revelou a ligeira curva de seu estômago pálido, e o próprio estômago de Lexa explodiu em borboletas.

Os olhos azuis de Clarke se abriram e o coração de Lexa voou para sua garganta.

"Bom dia", ela disse, tentando engoli sem engasgar.

“Bom dia, senhora - quero dizer, Lexa.”

Clarke abaixou os braços, apoiando-se em um cotovelo. Um cheiro quente de sono se agarrava a ela, ainda mais doce do que o cheiro habitual dela. Algo se contorceu sob as cobertas, e Lexa quase pulou quando roçou o joelho dela. Oh. Cauda de Clarke. Ela não tinha notado, graças à sua posição desconfortável, mas sentindo-a roçar contra sua pele a fez estremecer - e não de uma maneira totalmente desagradável.

"Assim. Você ainda esta aqui."

"Sim", disse Clarke. "Ainda aqui. Você estava esperando o contrário?”

"Eu pensei que você poderia ter sido um sonho", admitiu Lexa.

Clarke riu. “Você costuma recusar lindas mulheres nuas em seus sonhos? Isso é meio triste.”

Lexa decidiu que este seria um momento perfeito para sair da cama. Ela jogou as cobertas e rolou de pé, correndo para o armário. “Você quer café da manhã?” Ela perguntou enquanto tirava algumas roupas frescas, aliviada por ter algo para fazer que lhe dava uma desculpa para não olhar para o lindo rosto de Clarke. "Eu poderia fazer algo"

"Não precisa", disse Clarke. Mesmo sem se virar, Lexa podia imaginar o sorriso dela. "Eu já comi."

A respiração de Lexa engatou. Ela se lembrou do que Clarke havia dito no dia anterior, sobre se alimentar de emoções. Isso significava que Clarke sentiu sua excitação? Ela esperava que não, mas temia o pior. Seu cérebro lógico assumiu, e ela decidiu que a melhor opção era ignorar a possibilidade. Mesmo que Clarke sentisse seus sentimentos, isso não significava que ela tinha que reconhecê-los. Não estaria certo.

Pacto de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora