Dê um título à parte da história

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CAPÍTULO UM -

DEZ ANOS ANTES

Era um dia quente de verão do ano de 2001 nas localidades da cidade de Santos ,no estado de São Paulo ,no Brasil .

As folhas verdes dos coqueiros balançavam com o vento ,enquanto as ondas do mar se agitavam .

Pisei pela primeira vez na areia beje da praia . Estava descalço ,vestindo apenas uma sunga preta e usando um boné branco

Corri em direção ao mar ,sentindo a brisa fresca batendo no meu rosto e esvoaçando os meus cabelos ,me fazendo sentir uma estranha e deliciosa sensação de liberdade .

Meus pais caminhavam bem atrás de mim ,gritando o meu nome e dizendo para eu andar mais devagar .

Como toda criança de três anos ,adorava desobedecer as ordens de meus pais ou qualquer adulto ,por isso ,corri com mais velocidade ,dando passos longos com as minhas pequenas pernas .

Quando toquei pela primeira vez o dedão do meu pé na água salgada e gélida do mar tive uma sensação indescritível .

-Danny !-Gritou meu pai correndo em minha direção .

Molhei minhas mãos e passei-as sobre o meu rosto .

Estava maravilhado com aquela nova descoberta de mundo para mim .

Reparei que as ondas iam e voltavam sempre do mesmo jeito ,sem jamais cessar .

Peguei um punhado de água e pus na boca .

"É salgada ! Não tem o mesmo gosto da água que bebemos ." Pensei surpreso .

- Danny ! Cospe isso !-gritaram meus pais em uníssono .

Eu cuspi .

Por alguns instantes ,fiquei estático admirando o barulho do mar .

Ao notar eles se aproximando ,corri mais para o fundo e pulei na água .

Senti uma sensação relaxante de a água tocando a minha pele pálida .

Então mergulhei a cabeça .

-Danny ...-começou a dizer mamãe ,mas o som de sua voz foi abafada pela água e não pude mais escutá-la.

Senti uma pressão sobre meu corpo e a correnteza me puxando .

Tentei erguer a cabeça e gritar ,mas meus pulmões não estavam conseguindo armazenar ar o suficiente para um grito .

Então minha visão ficou turva e escureceu .

Quando minha lucidez voltou ,estava envolto nos braços quentes e aconchegantes de minha mãe que encontrava-se sobre a areia e o meu pai em fronte a ela tentando realizar uma respiração boca a boca em mim .

- Te amamos ,Danny !-repetia mamãe desesperada .

Eu abri os olhos .

Ela estava chorando e papai estava com os olhos inchados .

-Danny?-chamou ele com uma voz melancólica .

-Hum ...-resmunguei .

-Ele está vivo ! Nosso filho está bem !-exclamou abrindo um sorriso .

-O que aconteceu? -indaguei.

Você quase se afogou ,meu filho .-contou papai .

-E o seu pai lhe salvou . -falou a minha mãe beijando a minha testa .

- Obrigada ! Amo e amarei vocês para sempre . Mesmo depois que eu morrer ,os amarei por toda a eternidade .

-Também lhe amamos ,filho !-exclamou mamãe .

-E Danny ,você é muito jovem para morrer . Nós morreremos primeiro que você .

-Não !-gritei enfiando os meus braços ao redor do pescoço de minha mãe . -Eu nunca quero que vocês saiam de perto de mim .

-Filho ,eu sei que soa um pouco rude ,mas todo mundo morre um dia .-afirmou papai .

-Eu posso ,o mundo inteiro pode morrer ,mas vocês têm que ficar vivos para sempre . Eu jamais quero perder vocês .

Naquela tarde ,adormeci com os olhos marejados nos braços de mamãe .

DANNY FLINK :os segredos de um náufragoOnde histórias criam vida. Descubra agora