۞ The Heart - 4 ۞

29 2 0
                                    

Olhava toda a sua trajetória atentamente até que vejo um homem encapuçado puxá-la para ele e colocar-lhe uma navalha junto ao pescoço. Provavelmente estava a pedir o dinheiro ou algo de valor. Sem mais demora corri em direção ao gajo e afastei-o da rapariga ameaçando chamar a polícia se ele não desaparecesse. E agora é aquela parte em que pensam: “O Malik a ajudar pessoas? Wow, caiu um santo do altar” Sim, eu posso ser uma pessoa complicada mas, não sou assim tão estúpido ao ponto de deixar alguém ser assim atacado na rua. O homem saiu dali disparado e eu fui ao encontro da rapariga. As suas mãos estavam ensanguentadas devido a terem tocado no seu pescoço ferido e pequeno gemidos de dor escapavam pelos seus lábios.

Eu aproximei me da rapariga e observei o seu pescoço com aquele corte um pouco profundo. “Tens de ir ao hospital, anda!” Eu encaminhei-a à paragem de autocarro rapidamente e apanhámos logo o primeiro que veio. Pedi educadamente um lenço a uma senhora já de idade que se encontrava sentada e dei-o à rapariga para ela cobrir o ferimento. Algum tempo depois, chegámos ao lugar pretendido. Encaminhei me rapidamente à urgência e expliquei toda a situação à senhora que se encontrava do outro lado da entrada. A senhora levou a rapariga até a uma sala e disse para eu esperar na sala de espera. Sentei me numa das cadeiras olhando a televisão com o mínimo de interesse.

_Grace Pov On_

Ainda estava atordoada com tudo o que se tinha passado. Encontrava me agora anestesiada pois tiveram de me dar pontos no pescoço devido ao que aquele maldito homem me tinha feito. Abri lentamente os meus olhos e senti algo rodear a minha boca e o meu nariz. Máscara de oxigénio. Abri lentamente ambos os olhos e olhei aquela divisão em volta reparando num rapaz que se encontrava sentado ao meu lado a olhar me atentamente. A esta hora já devia ter inúmeras chamadas da minha mãe e do meu pai mas isso não me importava agora.

“Vejo que já acordou Menina Grace, daqui a pouco já pode ir para casa. Vou só buscar a receita de um medicamente para tomar e já volto aqui!” Uma enfermeira avisou me e saiu da sala fechando a porta.

“Estás melhor?” A voz grave com alguma rouquidão do rapaz ecoou pelo quarto fazendo me olhar para ele.

“Sim, estou. Mas, quem és tu?” Acho que foi ele que me ajudou mas era demasiado cedo para lembrar dos acontecimentos com clareza.

“Sou o Zayn e apenas te ajudei a vires para aqui!”

Após ele ter revelado o seu nome um nó formou se na minha barriga, e todo o discurso de Lauren me veio à cabeça. “Sim, tens um coração demasiado puro e inocente para lidares com o gélido e ‘bizarro’ coração do Malik.” “Tudo aconteceu há cerca de 1 ano mas, marcou muito a minha irmã. Ela… “

“Obrigada!” Falei num tom não muito animado até que a enfermeira chega. Retirou me a máscara de oxigénio e entregou me uns comprimidos para as dores explicando me que daqui a uma semana teria de voltar ao hospital para realizar um novo penso. Zayn levantou se e a enfermeira ajudou me também a levantar. Sentia o meu corpo vazio e com alguma dificuldade dirigi me à saída do quarto. Andei lentamente até à saída do hospital e Zayn, andava sempre por perto de mim talvez com receio que algo acontecesse.

“Bem, eu vou para casa!” Murmurei ajeitando a pasta que transportava junto ao peito.

“Eu levo-te.” Zayn disse encarando me.

“Não é preciso. Deves ter coisas para fazer por isso, não te quero incomodar mais!”

“Eu levo-te a casa.”

Ele voltou a insistir. Soltei um suspiro de derrota sussurrando um ‘está bem’. A viagem foi feita em pleno silêncio o que era um pouco constrangedor e desconfortável. Algum tempo depois tínhamos chegado a casa.

“Obrigada por tudo.” Eu murmurei um tanto mais animada esboçando um pequeno mas doce. Sorriso.

“Não tens de quê. Emprestas me um pedaço de papel e uma caneta?” Ele perguntou encarando a minha feição confusa.

“Ãhm, sim claro!” Apressei-me a abrir a minha pasta e a tirar de lá um pedaço de papel tirando mais tarde uma caneta do estojo e entreguei-lhe. Observei-o a escrever algo e mais tarde entregou me o papel.

“Depois diz me como estás, até amanhã!”

E vi o seu corpo afastar-se ficando mais tarde fora do meu campo de visão. Abri o pequeno portão da minha casa e de seguida a casa. Após ter posto um pé em casa a minha mãe começou a bombardear-me com perguntas.

_Zayn Pov On_

Fechei a porta de minha casa e deixei o meu casaco de cabedal invadido do cheiro a tabaco deslizar pelos meus braços pendurando-o no cabide. Dirigi me à cozinha onde encontrei a minha mãe a preparar o jantar. O seu cabelo estava apanhado num coque que descaía pela sua nuca devido ao trabalho. Aproximei me dela que estava virada para o fogão e depositei um demorado beijo na sua bochecha.

“Nem te ouvi chegar filho!” Ela exclamou surpreendida e virou se para mim. “A universidade correu bem?” Eu assenti colocando um pequeno fio do seu cabelo atrás da sua orelha. Sempre fui um rapaz calado e pouco extrovertido em casa. A minha mãe já se habituou. “E então o que-

“O comer?” A minha mãe foi interrompida pelo meu pai que acabara de chagar a casa. Mais uma vez, bêbedo.

“Estou a fazê-lo” A minha mãe respondeu limpando as mãos ao avental já antigo que continha alguma sujidade. “Vai lá para cima querido.” A minha mãe passou apalma da mão pelo meu rosto e eu limitei me a negar com a cabeça. Não ia deixar a minha mãe nas mãos do animal do meu pai, não ia permitir que ele lhe tocasse. Pelo menos quanto eu estivesse ali.

“A fazê-lo? Tu és uma estúpida, nunca fazes nada bem. O que tu merecias.” O seu corpo cambaleou e ele deu mais um gole na garrafa quase vazia. “O que tu merecias era isto!” Ele fala num tom de voz elevado e aproxima-se da minha mãe. O seu braço eleva-se e a sua mão estava pronta para embater contra a cara da minha mãe. Agarrei o seu braço antes que fosse tarde de mais e vi o seu corpo quase ir ao chão ficando assim à frente da minha mãe. Ela pousou as mãos sobre as minhas costas, e aquelas tremiam freneticamente devido ao medo. O meu pai encaminhou se ao quarto avisando que isto não ia ficar assim. Após ele se ter retirado virei o meu corpo na direção da minha mãe ficando agora frente a ferente com ela.

“Não precisas de me defender.” Ela falou e uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Abracei-a por impulso apertando a fortemente contra mim. Claro que precisava de a defender, era minha mãe e ela só não se separava daquele animal porque não tinha dinheiro para pagar as contas ou arranjar uma casa. Passei a minha mão pelo seu rosto e senti o meu telemóvel vibrar. Tinha recebido uma mensagem.

----- ۞ -----

Hi there!

Espero que tenhas gostado do 4º capítulo! Vou começar a tentar fazer os capítulos maiores mas, por vezes a imaginação não é a minha melhor amiga e é difícil! :s Deixa a tua opinião nos comentários, obrigada! (:

LittleGirl_00 ♥

۞ The Heart ۞Where stories live. Discover now