۞ The Heart - 5 ۞

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Passei a minha mão pelo seu rosto e senti o meu telemóvel vibrar. Tinha recebido uma mensagem.

“Já estou melhor, obrigada mais uma vez, Pensei que amanhã poderias vir a minha casa, tomar um café, talvez assim te possa agradecer,

A rapariga do hospital xx”

Achei piada ao facto de ela ter assinado como ‘A rapariga do hospital xx’.

“Já me agradeceste, não quero incomodar.”

“Acho que é a única maneira de me sentir bem comigo mesma. Às 16.30 ao lugar onde me foste levar pode ser?”

“Ok.”

Guardei o meu telemóvel e ajudei a minha mãe a colocar a mesa. Não ouvi barulho das escadas por isso o meu pai, devia ter adormecido e ainda bem. A refeição foi realizada em silêncio. No final coloquei o meu prato já despejado no lava-loiça e dirigi me ao meu quarto. Entrei no mesmo e abri as gavetas da secretária tirando da mesma jornais. Peguei numa caneta pousada naquela superfície e sentei me na cama de pernas esticadas. Encostei as minhas costas à parede gélida do quarto indo à secção dos empregos. Estive durante algumas horas a procurar empregos mas, nada. Era difícil encontrar um bom emprego nos jornais mas, eu não ia desistir. Retirei todos aqueles jornais da cama pousando os na secretária e algum tempo depois retirei uma t-shirt do armário vestindo-a apenas para dormir.

_Grace Pov On_

“Então Grace, vens connosco ao cinema?” Lauren perguntou antes de se despedir de mim. Encontrava me agora à entrada da faculdade. Era hora de almoço e as aulas já tinham terminado por aquele dia.

“Desculpa Lauren, eu não vou puder ir, já tenho coisas combinadas!” Ajeitei a pasta que se encontrava junto ao meu peito.

“Compreendo, então fica para outro dia! Até amanhã!” Um doce e luminoso sorriso rasgou se nos seus lábios. Depositou um beijo em cada uma das minhas bochechas e começou a caminha em direção a casa. Rapidamente vejo um carro de tonalidade escura reconhecendo-o de imediato. Entrei no carro e pousei a pasta nas pernas cumprimentando de seguida o meu pai.

“Olá pai!” Murmurei sempre com um sorriso estampado no rosto colocando o cinto.

“Olá querida, então as aulas correram bem?”

“Sim, correu tudo bem! Ãhm… Pai?” Murmurei um pouco receosa.

“Sim querida?”

“Hoje vai um colega meu lá a casa tomar café, aquele rapaz que me ajudou ontem!” O meu pai era o único que sabia o verdadeiro motivo de ter aquele ferimento no meu pescoço. Resolvi dizer à minha mãe que um bicho invulgar me tinha mordido e lá na universidade me tinham posto um penso para não coçar e o meu pai ajudou me a fazê-la acreditar.

“Gostava de conhecer o rapaz mas, infelizmente não vou puder e sendo assim têm a casa só para vocês. A tua mãe só chega por volta da hora de jantar e eu também.”

“Está bem!” Murmurei com o meu doce tom de voz habitual.

“Cuidado com o que fazem Grace!”

“Pai, só vamos tomar café, não te metas com essas ideias.”

“Eu e a tua mãe também começámos só com um café.” E era verdade. Acho a história dos meus pais muito romântica e um pouco invulgar. Mas, nós íamos só tomar café. Apena isso. Permito que o meu pai acabe de estacionar o carro mesmo em frente à nossa e após sentir o veículo desligo, retiro o cinto e saio. Entro em casa e pouso todas as minhas coisas no sofá indo de seguida almoçar com o meu pai.

“Bem querida, eu vou andando para o escritório. Vê lá o que fazem!” Os seus lábios depositaram um pequeno beijo na minha testa enquanto ele vestia o casaco. Encontrava me no sofá a ver televisão com o mínimo interesse a ‘desempanturrar’ da refeição.

“Sim pai!” Eu murmurei num tom um tanto divertido revirando ambos os meus olhos de tonalidade escura. Levantei me do sofá e dirigi me ao meu quarto para ir dar uma vista de olhos na matéria já dada.

_Zayn Pov On_

Envolvi a minha cintura com o meu casaco, peguei nas chaves e abandonei a minha casa. A hora de me ir encontrar com ‘a rapariga do hospital’ aproximava-se. Saí um pouco mais cedo de casa pois, ainda queria passar por uma loja perto da minha moradia para ir comprar umas latas de tinta para utilizá-las no meu quarto. Entrei na loja e realizei a minha compra rapidamente visto que tinha compromissos. Dentro de algum tempo tinha chegada a casa dela. Era bastante grande e luxuosa. Levei a minha mão à campainha e premi o botão da mesma produzindo assim um som de modo a alertar alguém que lá estivesse dentro. Algum tempo depois, encontro a rapariga de cabelos escuros à minha frente com um sorriso estampado no rosto e ela assim me dá espaço dizendo para eu entrar. Olhei a espaçosa estrutura em volta e viro me para a rapariga após fechar a porta.

“Antes de mais queria volta a agradecer te por aquilo de ontem!” Ela manteve o seu sorriso continuando a encarar-me.

“Já perdi a conta às vezes que me agradeceste!”

O seu sorriso apresentava se agora mais envergonhado.

“Bem, vou apresentar te a casa.”

E nisto, ela começa a mostrar me todas as divisões dando as prévias indicações. Subimos para o andar de cima ficando o seu quarto como última divisão a ser mostrada.

“E aqui é o meu quarto!”

Bem, o que eu fazia com as paredes daquele quarto. Fiquei a olhá-las por um bom tempo e após ter acordado dos meus pensamentos retirei a lata de tinta preta do saco. Escolhi a preta para contrastar com aquelas tonalidades claras. Atirei o pedaço de plástico (com outras latas lá dentro) para a cama e aproximei me da rapariga. Coloquei o meu corpo atrás do seu colando os assim ao final de algum tempo. Passei-lhe a lata para a mão e após ela a ter agitado e a ter colocado na sua mão de modo a ser utilizada, a minha mão pousou sobre a sua e aproximei-a da parede. Premi o botão da lata e logo vi a parede já com tinta. Comecei então, a desenhar na mesma. Guiava o seu braço calmamente para ela ter tempo de observar todos aqueles traços. Ambos acabámos por ‘mergulhar’ em algo estranhamente estranho mas confortável. Com o seu braço, ela limitava se a seguir os meus movimentos. Afastei o meu corpo do dela deixando a ‘nadar’ assim sozinha. E por incrível que pareça, ela continuou a desenhar. Como se eu não estivesse ali. Os seus traços estavam cada vez mais detalhados, melhores. Mas… ela acabou por ‘vir ao de cima’ e parou tudo o que estava a fazer.

Tens de aprender a libertar-te, mais vezes”

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Hi there!

Espero que tenhas gostado do 5º capítulo! Deixa a tua opinião nos comentários, obrigada (:

LittleGirl_00 ♥

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