Destino: O Continente Da Prosperidade

Capítulo 2. Gray

-Já disse que odeio você? -Falei para minha irmã mais nova-

-Muitas vezes. -Ela falou com tédio- E qual é o problema? Eu só usei sua roupa por um dia!

-Se quer uma roupa como a minha, é só pedir para o papai! -Proferi- Ele te daria em dois minutos.

-Eu peguei sua roupa em menos de um minuto. - Ela provocou - E foi bem mais fácil.

Decidi apenas a deixar sozinha em seu quarto rindo, eu odiava ter que discutir com ela, era o mesmo que falar com uma pedra.

Henry havia chegado a apenas vinte minutos, mas o papai se certificou para que eu não ficasse na mesma sala que os dois. Em vez disso, eu tive que ir para meu quarto para estudar botânica. Até que eu vi minha irmã experimentando meu vestido no meu próprio quarto.

Assim que me acalmei, eu fui em direção a cozinha, para tentar achar algo que não seja sintético. Era bem raro, mas tentar nunca é demais.

Pedi para Samuel ficar na sala para me contar depois o que eles haviam falado, mas por alguma razão, ele não ficou lá por mais de cinco minutos, algo o fez sair de lá, mas o que será? Eu quero saber? Provavelmente não.

Acabei voltando ao meu quarto, assim que vi que não havia nada de interessante na geladeira.

Meu quarto era pintado com cores azul-pálidas, havia várias estantes de livros presas nas paredes. Eu particularmente não li nem metade deles, mas era bom tê-los.

O candelabro que iluminava meu quarto estava apagado, e minha cama estava totalmente bagunçada. Nada fora do comum.

Não consigo ficar quieta por mais de dez minutos em cima de minha cama, e então resolvo descer um pouco, para poder ouvir a conversa de Henry e meu pai.

A conversa parecia ser fervorosa, eu conseguia ouvir alguns gritos de desaprovação e repulsa, vindas de meu pai, e algumas de Henry, eu não sabia dizer ao certo o que eles estavam falando, mas eu sabia que era sobre a Monarquia e o Batalhão. Minhas irmãs não perderam o tempo e vieram para perto de mim, para poder ouvir melhor também o que eles estavam falando.

Os dois acabaram por parar com a discussão, e acabaram chegando em um consenso, Henry estava se aproximando de meu pai para apertar-lhe a mão, mas algo os impediu.

Um grito. Era de Samuel, ele estava chamando por ajuda, seu pedido podia ser ouvido por toda casa. Meu pai não se atrasou, e foi logo saber o que era, Henry parecia desapontado, e de certa forma impaciente. O que será que ele queria com meu pai?

Minhas irmãs também começaram a correr até onde o grito viera. Tinha vindo do jardim dos Johnson, Alguém havia desmaiado lá, Samuel estava perto dessa pessoa, chamando por alguém para o ajudar, eu não sabia quem era, até que Henry o olhou mais de perto, e um olhar de ódio e repulsa pairou por seu semblante.

Era Ariel, ele havia desmaiado.

Uma multidão de empregados e crianças estava começando a se juntar no local, algo havia acontecido.

Toda grama, e todas as flores que estavam perto de Ariel, haviam se transformado em pó. Ele também não estava muito melhor do que isso. Sua feições estavam exaustas, e seu cabelo, antes ruivo, agora estava platinado, Samuel estava ajoelhado ao seu lado, segurando seu corpo, para que ele não caísse.

''O que aconteceu com ele?'' -Pensei com medo-

Henry ainda fuzilava Ariel com um olhar de ódio. Ele não parecia estar triste pelo filho, era como se ele já esperasse isso, mas não quisesse que fosse agora. Era tenebroso.

-Agora as coisas serão desastrosas - Henry falou baixo, achando que ninguém havia ouvido-