MEDO - O PESADELO REAL - Parte 4

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... Em um local separado dentro do hospital, havia uma sala de monitoramento, onde os donos da pesquisa viam tudo que se passava pelos corredores e nas salas que deixaram acessíveis para que os participantes pudessem acessá-las.

Naquela sala, havia uma grande mesa onde sentado estavam alguns médicos especialistas que incluíam: dois psiquiatras e um psicólogo, além de dois homens que estavam bem vestidos de terno e gravata. Os homens de terno assistiam os participantes matando uns aos outros e se deliciavam com tudo.

- Pelo visto nossa pesquisa está se saindo muito bem – disse um dos homens de terno. – Traçar novos rumos para nossos negócios era fundamental.

- Sim, acho que conseguimos encontrar uma nova utilidade para este hospital abandonado – complementou o outro homem de terno que estava também sentado em volta à mesa –, eu sabia que não podíamos nos desfazer dele.

- Demorou, mas podemos voltar a nossas atividades – riu o primeiro homem de terno.– Essa combinação foi ótima, colocar um componente químico na água que estão consumindo e que é ativado pelo dispositivo eletrônico, intensificando seus medos e fazendo-os verem se materializando em reais alucinações é perfeito.

- Estamos no caminho certo, após esse grupo, podemos trazer outros e darmos continuidade aos negócios.

- Mas não estamos indo muito longe ? – indagou um dos psiquiatras que aparentava ser o mais novo do grupo. – A proposta inicial não era fazê-los se matarem. Era apenas para criarmos algo que pudesse nos dar respostas sobre como o medo pode influenciar a mente humana e levar algumas pessoas a terem problemas mentais e psíquicos. Esse estudo deveria ser para acharmos soluções de ajudar a essas pessoas, foi por isso que aceitei entrar nessa pesquisa.

- Também concordo que já fomos muito longe – disse o psicólogo –, essas pessoas tem família. Com certeza alguém irá procurar por elas. Vocês como donos e dirigentes deste hospital que um dia já ajudou muitas pessoas deveriam se compadecer com essas vidas.

- Não se preocupem com isso – disse o outro psiquiatra que era bem mais velho que o primeiro. – Fomos contratados para fazermos as análises e o que acontece com a vida deles não é de nossa conta, estamos aqui apenas para fazer as anotações necessárias para o estudo.Trabalhei por anos neste hospital e nem tudo era flores, já vi muita coisa que não deveria e acabei me acostumando, na verdade não tive muita opção, ou concordava ou acabaria sendo demitido ou algo pior.

- Eu acho bom vocês ficarem quietos e não se meterem nisso – disse o homem de terno em tom ameaçador – Estamos pagando vocês e muito bem apenas para nos darem algumas respostas sobre cada comportamento, embora já conhecemos alguns – riu debochando.

- Você é louco – disse o psiquiatra mais novo. – Que comportamento, de matarem uns aos outros por estarem sendo expostos aos seus medos ? Não posso concordar com essa atrocidade. Para mim isso é demais e estou saindo dessa pesquisa, irá sobrar para mim e se isso vier à tona, irá acabar com minha carreira que ainda está começando.

Um dos homens de terno que estava sentado na ponta da mesa, que era um homem de feições duras, levantou-se da cadeira, tirou uma arma que estava em sua cintura e atirou sem piedade na cabeça do homem mais novo que era um dos psiquiatras do grupo, e disse bem alto:

- Pronto, agora você não tem mais carreira! Alguém aqui ainda quer ser opor a trabalhar na pesquisa ?

O corpo do rapaz ficou estirado ao chão e o sangue escorria pela sala. O silêncio foi absoluto e todos permaneceram voltados ao monitoramento das câmeras e as suas anotações. Estavam fazendo rodízio de monitoramento, mas naquela hora que muitos fatos estavam acontecendo, com os ânimos dos participantes exaltados e as emoções a flor da pele, todos tinham se reunido naquela sala para realizar a pesquisa.

MEDO - O PESADELO REALOnde histórias criam vida. Descubra agora