Suho olhou para os olhos do humano aflito, atordoado e ainda com resquícios de prazer. Lambeu os lábios se sentindo ainda muito quente e maravilhosamente atraído por aquele ser esguio.
Já tinha voltado a sua forma humana algum tempo e esperava ao seu súbito salvador despertar, quando ouviu palavra desconexas e viu as mãos do mesmo percorrer seu corpo aflito.
Ele se dispôs a ajudá-lo ao que fosse que o perturbava e então tudo saiu do controle quando seu próprio corpo tomou as rédeas de suas ações e passou a realizar o que a voz do outro pedia.
Agora se sentia fascinado. Fascinado por seu corpo reagir ao do outro com tanta força e paixão, fascinado pelas respostas deliciosas do mais alto, fascinado em como eles se encaixavam perfeitamente.
Ele se sentia mortal, agora, contudo sabia que ainda tinha um pouco dos poderes que recebera ao ser enviado para aquele mundo... E de posse ainda deles, soube que tinha se vinculado aquele humano, tinha acabado de fazer, inconscientemente.
Aquele humano era seu... Mas como explicar ao dono daqueles olhos atordoados e dóceis? Como explicar que ele acabara de tomar posse do seu coração até então aprisionado por séculos e séculos em um corpo de pedra?
Assistiu, ainda fascinado, já que era o sentimento maior que o dominava, ele, tentar sair de perto do seu corpo, em busca de suas roupas. Suho não permitiu. Deitou mais uma vez sobre ele e sussurrou em seu ouvido.
— Não há roupas agora, sinto muito, Elsien, eu as rasguei.
— C-como... Porquê... Quem você é?
Ele tremia e gaguejava, Suho achou lindo essa forma confusa do outro.
Sorriu para si mesmo, tudo o que ele fazia o interessava, então era aquilo que a ligação fazia aos seres da sua espécie? Ele estava bem com isso, gostava do sentimento.
— Meu nome comum é Suho, mas meu nome original é Peltatum, você me chamou, pelo meu nome original e me libertou de minha forma de pedra diurna, me libertou do meu aprisionamento a essa terra e eu sou eternamente grato a você, por essa graça. Te trouxe aqui por que as noites nessa época são muito frias... Está tudo bem? - Suho notou que conforme falava ele arregalava ainda mais os olhos. No fim parecia pálido e assustado. Suho apenas cercou o corpo esguio com seus braços e o acariciou com cuidado, não queria machucar aquela pele alva e tão bonita - Não fique assustado, eu jamais te machucaria, você agora é minha vida. Eu vou protegê-lo até morte.
Lay não conseguia pensar direito com aquele corpo esculpido sobre o seu.
O cheiro dele era a coisa mais deliciosa que já sentiu e seu corpo respondia como um desesperado, tinha acabado de ter sexo intenso e já queria de novo... Entretanto seu ouvido continuava em excelente funcionamento e as palavras do outro repercutiam em seu cérebro brutalmente assombrosas.
A gárgula tomando vida e o tocando. Foi real... Ele era a gárgula?
Olhou atentamente para aqueles olhos e viu que sim, por mais absurdo que fosse, por mais insano que parecesse, aquele deus lindo e sexy, nu sobre seu corpo que só faltava rastejar por mais do outro, aquele homem era... A sua gárgula bestial e grotescamente perfeita.
Se sentiu fraco, sem ar, indefeso abaixo dele e ainda assim loucamente feliz pelas palavras do outro, professar de forma tão séria e profunda, quase em tom rouco e pecador. "Você agora é minha vida. Eu vou protegê-lo a te morte".
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Chame meu nome
FantasySuho é uma gárgula que guarda uma antiga capela na floresta das montanhas. Isolado e abandonado. Tão isolado por anos que já nem se lembrava que cheiro tinha um humano. Até agora. Por que pela primeira vez em séculos, um humano vai parar ali, perdid...