Capítulo 35 - Final

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Toni Topaz Point Of View

22 de Maio

- Veronica, o plano é bem simples. Não o torne difícil. - Eu disse no microfone olhando para a minha amiga em um dos monitores daquele furgão do FBI.

- Não estou o tornando difícil, eu apenas quero terminar isso aqui logo.

- Relaxa, você vai poder chegar a tempo de dar banho nos gêmeos. - Respondi divertida checando os outros monitores que davam a imagem real de dentro do banco que estava sendo o nosso alvo de hoje.

- Eu tenho que passar no mercado. Betty me deixou uma lista de coisas que os gêmeos precisam, e se eu chegar em casa sem as sacolas eu fico sem sexo por duas semanas.

Veronica respondeu e eu gargalhei, chamando a atenção dos outros três agentes que estavam no furgão. Eles me olharam como se eu fosse retardada por estar rindo no meio de uma operação.

- E eu preciso buscar o meu filho na escola, você não está sozinha. - Olhei para o monitor em que ela estava e a vi travando e destravando a arma distraidamente. - Vou tentar agilizar para todos.

- Demorou já.

- Cala a boca.

Retirei o comunicador e me levantei, saindo do furgão e indo até onde o capitão Smith estava. Ele falava com um agente e esperei que ele saísse para me aproximar.

- Com licença, senhor.

- Prossiga, Topaz.

- Senhor, não temos mais o que esperar aqui fora. - Comecei ganhando sua atenção. - Os agentes estão perfeitamente posicionados e está tudo calmo lá dentro.

- Existem cerca de sessenta reféns dentro daquele banco nas mãos de dez terroristas e você me diz que está "tudo calmo"? - Smith perguntou irônico e eu segurei minha vontade de revirar os olhos.

- O senhor me entendeu. - Respondi usando somente um pouco de ironia. - Tem dois atiradores posicionados no prédio ao lado, poderíamos...

- Topaz, preste atenção! - Smith me interrompeu e eu respirei fundo. - Eu estou no comando, esqueceu?

- Que eu saiba, eu estou no controle da monitoria do local e sei de cada passo de cada um dos terroristas lá dentro. Então tecnicamente quem está no comando sou eu.

Respondi colocando os braços para trás em uma pose tranquila e um pouco, mas só um pouco convencida. O capitão me encarou como se pudesse me fuzilar apenas com olhar mas eu continuei com minha pose tranquila e inocente. Eu poderia estar abusando? Sim. Mas eu era a responsável pela monitoria e posições estratégicas, ele poderia dar a palavra final, mas quem coordenava a posição de cada um ali - inclusive a dele - era eu.

- Está me desafiando?

- Longe de mim fazer isso. - Respondi em um falso tom ofendido. - Só quero mostrar que estamos perdendo tempo aqui fora enquanto os terroristas podem estar achando alguma rota alternativa para fugirem.

- Você como responsável da monitoria deveria saber se tivesse alguma rota alternativa, não é? - Ele perguntou irônico e eu estreitei meus olhos.

Ok, chega. O respeito está morto.

- Sim, e eu tenho tudo sobe controle. E se o senhor parasse de pensar que por um milagre eles irão apenas abaixar as armas e se entregar, talvez, mas só talvez, nós já teríamos entrado lá e tirado todos os reféns com vida e em segurança. - Respondi de forma séria vendo seu rosto começar a ficar vermelho.

- Você sabe de quantos assaltos a banco eu já coordenei? - Perguntou dando um passo à frente.

- E você sabe quantas estratégias eu já fiz e consegui salvar todos os reféns sem que sofressem um único arranhão?

𝐨𝐧𝐞 𝐥𝐚𝐬𝐭 𝐭𝐢𝐦𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora