Choices

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Fazia alguns dias que ela tinha retornado para casa. Que mais fazia era olhar a paisagem da grande propriedade que a família possuía. Isso quando recebia visitas de parentes e de algumas amigas para saber como estava após passar um tempo fora. A sua família tinha contado a todos que estava passando uns tempos em casa de amigos da família em outra cidade para um descanso após do desastre noivado. Não queria que sua filha caçula fosse falada pela toda sociedade que era uma aventureira ou melhor pirata.

Odília foi muito bem recebida pelos seus pais. Senhor Collins demonstrava estranhamente feliz com seu retorno. Seu pai não era mostrar sentimental, era bastante racional. A sua mãe ao vê-la abraçou com lágrimas nos olhos ver sua filhinha estava bem e queria saber que tinha passado. Mas mesmo ter voltado para seu lar, Odília sentia vazio. Como aquilo não fazia parte do seu mundo. Encostou o seu corpo na parede e deu um longo suspiro. Estava sentindo falta...

_ Senhorita – chamou uma das empregadas da casa. Odília olhou para ela em resposta. – O senhor Collins espera no escritório.

_ Obrigada. – respondeu educadamente. – Estarei indo.

Desencostou da parede e pós a andar ao longo corredor do segundo andar. Antes de descer a escada, parou em frente do espelho do aparador. Viu a sua imagem refletida, mesmo estando tão arrumada, com melhor vestido da modista da alta sociedade, seus cabelos com ondas definidos... via uma imagem triste. Diferente que sentia quando estava na proa do navio com os ventos bagunçando os seus cabelos castanhos ou cavalgando nos campos em alguma missão. Até quando socava alguém sentia melhor do que o momento. Desceu as escadas com cuidado e seguiu ao escritório do seu pai.

Deu leves batidas na porta e esperou a resposta. Entrou e fez uma reverencia, Senhor Collins encontrava sentado na poltrona de couro na cor marrom atrás da sua mesa de mogno. Ele olhou para moça e sorriu.

_ Fico feliz que tenha voltado. – iniciou a conversa – Espero que veio para ficar e cumprir as suas obrigações como uma boa moça de família. Espero que seu tempo de desaveio chegara no fim.

_ Acho que houve um pequeno engano, meu pai. – respondeu a moça – Não vim para ficar, é só um breve momento com vocês depois de meses afastada do lar. Estarei voltando para expedição em algum tempo.

_ Não é adequado para uma moça ter esses tipos de planos. – terminou o seu charuto no cinzeiro – Eu entendo que seu termino do seu noivado com Jacob não foi boa experiência. Dei um tempo para você se divertir e viver um pouco do seu sonho. Mas agora, deverá cumprir o seu dever de moça da sua idade.

_ Você está falando em casamento? – seus olhos castanhos se arregalaram – Não estou preparada para isto.

_ Não posso permitir que passa de idade ou perde bons pretendentes.

_ Pai, isto você já fez com minha irmã e irmão. Como eles são mais velhos fizeram um ótimo casamentos para bem da nossa família. Julius é o único que carregará o nome da família.- argumentou.

_ Você também faz parte dessa família. Deverá cumprir o seu dever, não deixarei a minha filha caçula solteira e mau falada na cidade.

_ Não pretendo casar. Voltarei para mar em breve.

_ Eu te proíbo que cometa essa loucura. Você não é uma pirata, não quero que essa caçada como tal.

_ Não sou uma pirata, sou capitã de um navio. Já explorei vários lugares e não ficarei presa em uma casa. Esperando o marido e cuidando de filhos, sem viver uma vida.

_ Odília – elevou a sua voz – Você irá casar e não haverá discussão sobre isso.

A moça ficara calada, fechou os seus punhos. Sentiu seu mundo desmoronar, a sua liberdade chegara no fim.

Black SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora