O rapaz que sempre pede um café com dois cubos de açúcar

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Ja se faz quase um ano desde que aquele rapaz começou a frequentar a cafeteria.

Sempre discreto e na dele, usava fones de ouvindo e sempre tinha uma revista em quadrinhos em mãos.

— Um café e dois cubos de açúcar, certo? — Um dos atendentes estava anotando seu pedido, o idiota aqui ficou parado em vez de fazer alguma coisa e ir atende-lo.

Ele sempre fazia o mesmo pedido, nunca pedia acompanhamentos.

— Obrigado — Ele respondeu o atendente que saiu sorrindo.

Não demorou muito pro pedido dele ficar pronto e ser entregue, e foi eu mesmo que o entreguei. Finalmente, pela primeira vez eu tirei coragem e fui de encontro com ele.

Ele agradeceu mais uma vez e nossos dedos se tocaram. Eu senti um enorme calafrio na barriga e então fiquei mais idiota ao perceber que quase deixei sua bebida cair. Mesmo sendo eu o errado, ele se desculpou e sorriu.

Era o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.

Um dos atendentes me chamou e infelizmente tive que voltar para o meu lugar.

Do balcão de madeira, eu o observava.

Duas assopradas —Susurrei para mim mesmo.

E foi exatamente assim, ele odeia bebe-lo muito quente.

Eu apenas limpava a bancada e atendia os clientes ali mas nunca deixava de observá-lo. Algo nele me chamava a atenção e eu não sabia ao certo o que era. Talvez o jeito que ele levava a xícara com todo cuidado até sua boca muito bem desenhada ou talvez a forma como ele assoprava a bebida por estar muito quente...

Eu apenas o observava sempre, sabia qual seria seu pedido e aonde iria se sentar. Na mesa do canto, a mais escondida possível, menos aos meus olhos.

— Minhyuk, responda o cliente! — Um dos atendentes me chamou de volta para a realidade me batendo de leve com um pano

— Não precisa me bater, Kihyun! —Me ajeitei e respondi ao senhor que me olhava querendo fazer seu pedido.

Eu o atendi e novamente estava livre, pronto para apreciar a beleza daquele rapaz de longe, mas quando pus meus olhos no lugar em que ele estava e encontrei um vazio e me assutei. Nunca havia perdido ele de vista e agora, ele não estava mais ali.

— Deu R$15 tudo, certo?

Quando me virei ele estava na minha frente mexendo em sua carteira enquanto catava as moedas do fundo.

— Ah, s-sim — Droga, eu havia gaguejado, logo eu.

— Tudo bem, aqui está. — Ele estendeu sua mão até mim para me pagar e eu fui de encontro com a sua, nossos dedos se tocaram de novo.

Ele sorriu e ja estava pronto para ir embora de novo, enquanto eu o observava de costas. Ele era bonito até de costas.

— Minhyuk, certo? — O rapaz perguntou assim que parou no meio do caminho sem se virar.

Eu fiquei sem saber o que responder, Eu não sabia o nome dele mas ele sabia o meu nome?

— O seu colega me disse.

O que foi agora? Ele ler mentes, é isso?

— D-desculpe...? — Olha me desculpe eu não sabia o que responder naquela hora, eu estava nervoso.

— É um prazer conhecê-lo, Minhyuk. — O rapaz então finalmente se virou, sorrindo. Ele se aproximou novamente do balcão e me encarou — Tem bonitos olhos.

Ele achava meus olhos bonitos, ele havia reparado nos meus olhos...

— Não vai me responder? Tudo bem, me chamo Jooheon. — Ele olhou para os dois lados e ainda sorrindo, continuou — Adoraria dividir um café contigo uma próxima vez, o que me diz?

Sim, ele estava me chamando para tomar café com ele. E sim, eu agora sabia que seu nome era Jooheon.

— Sim — Eu respondi de automatico — Digo, me desculpe. Sim eu me chamo Minhyuk e sim, eu aceito.

Ele riu. Fala sério, ele estava rindo de mim, mas, o som da risada dele era tão gostosa de ouvir...

— Então já sabe, amanhã quando eu chegar você pode ir de encontro comigo.

Eu apenas balancei a cabeça em confirmação e ele sorriu, se virou e em fim foi embora.

E eu, estava parado olhando para a porta que nem um idiota.

— Você parece um idiota — Kihyun disse ao se aproximar.

Eu disse isso

— Sim, eu sei.

Kihyun riu e eu então só fui perceber que minhas bochechas estavam vermelhas igual tomates.

— Kihyun!

— Você parece um pimentão

— Foi você!

Kihyun passou o resto do dia rindo de mim enquanto eu atendia os clientes e só conseguia pensar na sorte que eu tive.

Um cara que eu fiquei admirando de longe todo esse tempo me notou e ainda ganhei um encontro. Sim, eu era um cara de sorte.

Strawberry Pie - JooHyukOnde histórias criam vida. Descubra agora