Ao olhar pela janela

        Louise sabia que em algum dia todos nós iríamos se deparar com o corvo na nossa janela, pronto para entrar e esperar a hora certa para atacar. Ela sempre teve medo da chegada dele, porém como era inevitável a vinda da ave, ela tentava desviar aquele sentimento de tensão. Já era tarde, e o corvo havia chegado na janela de Louise, ela observava que ele ficava o tempo todo paralisado e isso aconteceu dia após dia, ele sempre estava do mesmo jeito, curiosa ela o examinava cuidadosamente, chegando a perceber que seus olhos sempre estavam ativos olhando os movimentos dela, isso fazia com que Louise se sentisse ainda mais conectada a ele, ela sentia um envolvimento entre eles, embora tentasse decifrar para que ele havia chegado tão cedo em sua janela. Certo dia, inesperadamente, Louise sentiu na boca uma ânsia, logo estremeceu e sentiu a respiração sendo realizada com dificuldade, desesperou-se, olhou para o corvo assustada, era hora, seu tempo acabou, rapidamente lágrimas começaram a cair de seus olhos, mesmo que tentasse permanecer forte, mas foi nesse momento de que tentava se manter estável que o corvo grasniu e avançou para atacar, ela fechou os olhos, tentou afastá-lo, mas não conseguiu.

        Louise abriu os olhos, percebeu onde estava, sua respiração descompassada, sua visão ficou turva, mas ainda conseguiu visualizar pela janela do quarto do hospital em que estava que era uma tarde, e o sol já estava se pondo, virou o olhar, não aguentava mais, deu um último suspiro, e os médicos, percebendo o que tinha acabado de acontecer, tentavam reanimá-la, mas não conseguiram, o corvo havia chegado e fez o que o destino determinou que deveria ser feito.

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