A Seleção Real

Capítulo 3: "Certas coisas, certas tradições nunca mudam."

Oh. Meu. Deus
É hoje, não acredito.
Ontem recebi um convite sobre a seleção real, que para minha infelicidade, tinha o meu nome, aí eu não poderia nem fingir que não era pra mim.
Mas eu até me acostumei, só estou um pouco estressada em relação a isso.
Estou até gostando, sabe? Acho que ficarei até mais bonita, digamos assim.
Mas eu não quero conquistar o príncipe mesmo, não tô brincando. É sério.
Eu não queria tantas responsabilidades assim. Cara, e se eu for escolhida? . Eu irei ter que virar rainha, assumir uma nação inteira.
Eu espero que o príncipe seja uma pessoa legal. Sim, eu já chamei ele de várias coisas ruins, mas as coisas mudam, não?
Enquanto não estou fazendo absolutamente nada, ouço a buzina da limousine, disse mil e um tipos de palavrões mentalmente, claro.
Como não tenho que levar nada, só algumas coisas importantíssimas, irei me despedir da minha família, é claro.
- Seja educada, não nos envergonhe. - mamãe disse abraçando-me.
- Seja educada e corajosa, ok? - papai pediu, dando tapinhas nas minhas costas.
- Sim, papai. Amo vocês. - Disse despedindo-me deles, e pensando em sair correndo dali, não quero ir para o palácio.

O motorista, muito educado, abriu a porta da limousine para mim, como esse carro pode ser tão grande assim?
- Senhorita Annie Blossom. - o motorista me saudou.
Então, me aconcheguei no banco confortável do carro e comecei a analisá-lo. O carro era bem espaçoso, haviam três lugares no banco de trás e uma pequena mesa, que continha champanhe e um copo. O banco pela qual eu estava sentada era bem confortável, de couro marrom e havia algumas almofadas ao meu redor. Também havia um mini ar-condicionado no banco de trás. Já o motorista, era alto, magro, cabelos castanhos e olhos esverdeados, ele parecia ter uns 44 anos.
Estava perdida em meus pensamentos, quando a limousine parou e o motorista abriu a porta do banco de trás. Recuei, não queria ir. Então, ele ofereceu sua mão para mim, como não poderia ficar ali esperando eu desaparecer milagrosamente, apertei a sua mão e com o auxílio do motorista saí do carro.
Ai. Minha. Nossa. Esse palácio é magnífico! Os seguranças do castelo, então, me direcionaram para o Salão da Rainha, para poder conhecer as outras participantes.
Subi as grandiosas escadas, observando cada parte daquele castelo, cada mínimo detalhe.
Todavia, no fim das escadas havia uma porta, com certeza deve ser o s
Salão da Rainha.
Os seguranças abriram as grandes portas douradas, entrei e deparei-me com várias meninas.
Andei lentamente até uma poltrona, senti todos os olhares direcionados para mim, corei de timidez.

- Annie Blossom? - A rainha perguntou.
Eu não sei cumprimentar uma rainha, passei alguns segundos sem saber o que fazer.

- Apenas curve-se, senhorita. - disse impaciente.

- Ah, desculpe. - reverenciei-me e sentei na poltrona novamente.

- Ok, garotas. Muitas devem estar se perguntando: "Por que estou aqui?". Bem, quero conversar com vocês sobre um assunto importantíssimo. - A rainha levantou-se e começou a andar pelo salão.

- Como vocês sabem, foram sorteadas no objetivo de agradarem meu filho, Peter. - As garotas tremeram ao ouvir o nome do príncipe. - Mas, vocês têm que aprender bons costumes, como etiqueta, a maneira de sentar, de falar, de cumprimentar. - Soletrou cada sílaba olhando para mim. - Entre outras coisas que vocês aprenderão no decorrer da competição. Lembrem-se isso aqui não é uma brincadeira, vocês estão aqui para, provavelmente, conseguirem tornarem-se rainhas desta nação. Mas primeiro, vocês terão que ir para os seus devidos quartos, pois suas criadas já estão prontas para servirem vocês. - Terminou sentando-se na sua poltrona, novamente.
Os seguranças abriram a porta e as criadas entraram desesperadas chamando nomes aleatórios, qualquer erro, com certeza seriam dispensadas pela rainha.

- Senhorita Blossom, senhorita Blossom? - ouvi alguma voz femimina me chamar.

- Aqui! - levantei o braço, para a moça desesperada me encontrar.

- Ah. Aqui está você. - disse.

- Calma. - ela riu.

- Vem, vamos para o seu quarto. - saiu rapidamente pelo corredor.
O corredor era imenso, mas o meu quarto estava logo no início, ainda bem.

- Aqui, seu quarto. Entre!.

- Uau, que quarto maravilhoso! - o quarto era mais espaçoso que a minha casa.

- Um quarto lindo para uma linda dama. - sorri ao ouvir seu elogio.

- A propósito, qual o seu nome? - Perguntei ainda observando o meu quarto por inteiro.

- Penélope, Penélope Mistting! - apresentou-se.

- Que nome lindo, Penélope. - antes, Penélope estava com um expressão triste, ainda bem que consegui fazê-la sorrir.

- Olha, senhorita. Você vai ter que colocar esse vestido aqui, oh. - disse mostrando-o.

- Você que fez? - perguntei ainda surpresa, o vestido estava impecável, nunca que eu me imaginaria vestindo algo tão chique e bonito.

- É claro, fiz todinho à mão, senhorita.

- Penélope, que talento você tem.  Obrigada. - disse agradecendo-a.

- Vai, menina. Veste logo. Fica aí parada pensando no nada. - Dei uma gargalhada, já estou amando a Penélope. Ela tem um sotaque caipira, tem cabelos loiros, olhos castanhos e uma beleza que encanta qualquer um.

Olhei-me pela última vez no espelho antes de sair do meu quarto, atravessei o extenso e largo corredor até chegar no salão. Os grandes e fortes guardas abriram os portões do salão e logo após isso, diversos olhares foram direcionados para mim, minhas pernas não queriam me obedecer, queriam mesmo pular a janela e fugir para bem longe dali. Caminhei devagar até um dos sofás e sentei-me, tentando ao máximo não olhar pra ninguém, apenas para o chão.

- Prazer, Meg White. - uma garota de cabelos negros me cumprimentou.

- Annie, Annie Blossom. - estendi a mão.

- Você "tá" bem? Suas mãos estão trêmulas. - perguntou sentando-se ao meu lado.

- Não, tudo bem, só estou nervosa. - respondi encolhendo as mãos.

- Não precisa o nervosismo, Annie, estamos todas na mesma situação. - disse confortando-me.
Enquanto conversávamos, as portas abriram-se, mostrando então o príncipe.

Nos levantamos e nos reverenciamos, todas no mesmo tempo, e olha que não combinamos. O príncipe reverenciou-se também e caminhou em direção a rainha