Capítulo 05

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✗Nayla Ramirez✗

Depois de duas partidas de pedra, papel ou tesoura. Acabamos indo parar no Burger King, que segundo Karina, é melhor do que qualquer outro lugar. Prometi a eles que antes de irem embora, levaríamos todos para uma churrascaria, provar do verdadeiro churrasco.

Agora eu estava encarando Hero, tentando ser discreta já que o mesmo estava de frente para mim. É tão estranho sair com eles, não num sentido ruim, só nunca pensei que estaria vendo minhas amigas conversarem tão casualmente com Anna Todd.

— Você está tão quieta... — Karina diz do meu lado.

— Parece que é um sonho e vou acordar a qualquer momento, tô poupando um pouco da felicidade pra não ser pior. — Eu viro o rosto para encarar ela.

— Okay, eu acho o mesmo. Mas experimenta um pouco disso, vai valer a pena quando você acordar...

Eu suspiro mas não digo mais nada, apenas tomo um gole da minha soda. Volto a encarar o Hero mas seus olhos encontram os meus na mesma hora. Eu tento desviar o olhar mas não consigo, deixo o copo de volta na mesa sem retirar o contato visual.

— Então... — Ele começa e eu tento decidir se essa vai ser uma conversa normal ou estranha.

— Hmm, então... você... qual sua cor favorita? — Eu pergunto depois de gaguejar um pouco. Isso com certeza foi muito estranho, sinto minhas bochechas ficarem quentes instantaneamente e olho para a mesa para não ter que olhar para o Hero.

— Ah, acho que está entre vermelho ou preto. — Ele responde, quando levanto o rosto para ele, o mesmo tem um sorriso lindo no rosto. Eu sorrio de volta. — E a sua? — Ele retribui a pergunta.

— Entre azul e branco. — Respondo e nossos pedidos ficam prontos.

Todos deixam os assuntos fluirem e tudo parece ir de bom a maravilhoso, de repente não me sinto mais desconfortável e converso com Jô e Inanna por maior parte do tempo. Hero também faz algumas perguntas sobre mim, outras sobre coisas aleatórias.

Passamos horas conversando e aquilo foi ótimo. Karina levanta o assunto de passar o fim de semana na casa de praia dos pais dela e me surpreendo ao ouvir que todos gostam da ideia e até topam ir também, já que hoje foi o último evento aqui do Brasil, onde era a última parada da After Tour.

— Posso conectar o celular na rádio? — Hero pergunta do banco do passageiro enquanto eu dirijo.

Shane, Dylan, Inanna, Jô, Hero e Anna decidiram mesmo virem com a gente para a casa dos pais de Kari. Passamos no hotel para eles pegarem suas malas e agora estávamos na estrada, Hero estava no carro comigo, Kari, May e Nanda, enquanto os outros seguiam na van.

— Pode sim. — Respondo ele e ligo o rádio para o mesmo, que logo coloca uma de suas playlists de Hip-Hop.

Ficamos em silêncio por um momento.

— Então, por que "Nayla", o que seu nome significa? — Ele pergunta.

— Hmm, sol e lua juntos na língua birmanesa. Todo mundo pensa que é árabe e que significa "olhos expressivos ou grandes", mas minha mãe queria algo diferente, então numa viagem pra Ásia ficou sabendo desse idioma e então, sol e a lua. Ironicamente amo ficar encarando o céu às vezes... — Falo e então me dou conta de como tagarelei, podendo ter dito apenas "Sol e Lua em Birmanês."

— Eu gosto... O amor proibido do sol e da lua... — Ele diz e não consigo controlar a risada que ele logo se junta.

Nanda e May dormiram no banco de trás e Kari está muito focada no celular pra dar bola em nossa conversa.

— Eu tô apaixonada por essa lua... — Corto o silencio do grupo que assim como eu estava admirando o céu.

Agora são meia noite e quarenta e sete minutos, estamos todos em volta de uma fogueira apenas admirando a paisagem.

— A gente podia ficar acordados até o amanhecer... — Karina dá a ideia. Ela parecia extremamente descansada, totalmente diferente de mim, eu poderia não parecer mas estava exausta e a noite anterior de falta de sono está começando a pegar agora.

— Eu preciso de boas horas de sono então dispenso por hoje. Quero conhecer esse lugar lindo amanhã de manhã. — Anna diz e eu sorrio. Não me canso de admirar essa mulher.

Enfim, quem concorda em ficar é Karina, Hero, Inanna, Shane, Kau e eu. Os outros vão para dentro da casa, se arrumarem em um dos diversos quartos dessa casa. Os pais de Karina não são ricos nem nada, mas possuem uma casa de praia e tanto!

Quando estamos sozinhos e em silêncio eu volto a olhar as estrelas, sempre gostei do céu, mesmo em sua época cinzenta.

— Ei, quer dar uma volta? — Ouço a voz de Hero e então olho para o mesmo que agora estava do meu lado. Olho para as pessoas em volta da fogueira e então olho ele de novo antes de acenar.

Me levanto e passo as mãos em meu shorts para tirar qualquer sujeira que tenha ficado ali enquanto estava sentada naquele tronco.

Hero e eu começamos a andar em silêncio pela areia, eu tiro meus chinelos para a sentir melhor em meus pés. Eu sinto seu olhar em mim mas não entendo bem o por quê dele estar me olhando tanto e não dizer nada.

Também não digo nada, não quero de algum modo estragar essa noite que está sendo uma das melhores em toda minha vida. Solto uma pesada respiração e encaro as ondas escuras do mar.

— Quer saber por quê pedi a você pra darmos uma volta? — Hero finalmente quebra o silêncio e eu olho para ele, eu quero olhar pra ele toda vez que ele falar alguma coisa, para deixar guardado na minha memória quando eu acordar desse sonho. O jeito que sua boca se move e suas sobrancelhas se mexem me encantam.

— Hmm, quero sim. — Eu o respondo e dou um sorriso sem mostrar os dentes em seguida.

— Eu queria ficar sozinho com você, quando eu vim pra cá eu só pensei no momento em que iria te conhecer. Aconteceu e a gente não teve um momento a sós ainda. Achei que seria legal já que falávamos disso pelo celular. — Ele explica e eu preciso tirar meus olhos dele porque tenho certeza que ficaria vermelha diante sua sinceridade.

— Entendi... — Respondo e sinto que essa resposta o deixa desapontado, ele precisa de mais. — Eu não achei que aconteceria assim, eu só te veria, tiraria umas fotos com você e então voltaria pra minha vida. A gente iria continuar conversando por mensagens mas duraria uma semana no máximo até não termos mais o que conversar e a coisa toda ficar estranha.

Mantenho meus olhos em meus pés depois do que falo, isso era exatamente o que estava na minha cabeça pra depois daquele evento, acho que nunca na vida alguém imaginaria que ficaria mais dois dias com Anna Todd e o elenco do filme antes deles voltarem para os Estados Unidos.

— É, isso é um tanto estranho. — Ele ri levemente e eu me junto a ele.

— Mas estou feliz por conhecer vocês, só vou precisar de uma boa noite de sono pra ver se isso é ou não um sonho.

— Entendi... — Ele diz e olha para os lados parando de andar e então olha para mim — Acha que devíamos voltar?

Eu paro de andar também e olho para onde estávamos há alguns minutos atrás.

— Acho que podemos conversar um pouco mais. — Dou de ombros e olho pra ele. — Se você quiser, é claro.

***

Until The End Of Time [Hero Fiennes Tiffin]Onde histórias criam vida. Descubra agora