i can't wait till you come over

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mark chegou de vancouver, após uma longa viagem de intercâmbio. voltou para sua família, para os braços de seus amigos, para sua casa busan. após deixar a família por dentro de tudo o que fez durante esse ano fora, tomou um banho, lavando canadá de seu corpo, e finalmente foi à casa do ruivo, sentindo seu coração acelerar a cada centímetro que se aproximava da casa de donghyuck.

ao chegar lá, ele bateu à porta, e mal pôde ser recebido com um sorriso acolhedor vindo da parte de sua sogra sem ser interrompido pelo ruivo: — h-hyung? — perguntou, ainda paralisado na metade da escada e sentiu suas pernas bambearem e ganharem a consistência de uma gelatina.

o moreno apenas sorriu e o mais novo teve absoluta certeza de que aquele ali, bem na sua frente, era mark. ele tinha voltado. demorado, mas voltado. como havia prometido.

com o restinho de força que ainda lhe restava em suas pernas, ele se impulsionou para frente, correndo, e se atirando nos braços de mark, que teve que dar uns dois passos para trás, tendo que se equilibrar com o peso que havia acabado de ser lançado sobre ele.

e donghyuck pôde sentir o calor de seu hyung de novo, depois de meses na ausência do mais velho. foi apenas um aninho, mas para lee havia passado tão (lê-se de forma bem arrastada e prolongando as vogais) devagar que ele pensou que fosse morrer antes do lee mais velho voltar.

o abraçar era tão bom. mesmo que mark possuísse um jeito meio arredio de ser, ele era bastante humano para negar ter sentido saudades.

se afastaram por um momento, para que pudessem se checar de perto. o cabelos avermelhado do mais novo, como havia prometido que iria deixar, estava impecável, mesmo que um cadinho desbotado. mark havia esticado um pouco, hae diria uns dois ou três centímetros, no máximo. mas, apesar de tudo, estavam ali, um de frente para o outro, e eram os mesmos de sempre. da forma mais nua e crua possível, e não só pelo fato do ruivo estar com os pés descalços e de cueca.

— eu vou dar um tempinho para vocês matarem a saudade — doce e sutil, sorriu a mãe do mais novo, voltando para a cozinha enquanto colocava seu avental.

e bom, o resto do filme nós já sabemos. subiram para o quarto de lee e, assim que o adentraram, a primeira coisa que fizeram foi matar a saudade do beijo.

em meio a um toque um tanto quanto desesperado, mark levou a mão as laterais do rosto de haechan e o beijou. e, por tudo que é mais sagrado, o mais novo pensou que desfaleceria alí na hora. ele levou suas mãos um pouco trêmulas a nuca do moreno, usando suas unhas curtinhas para arranhar ali, bem de levinho. conforme o beijo ganhava embalo, e suas línguas dançavam num ritmo lento e gostoso, haechan se sentia menos tenso e sentia as borboletas no seu estômago pararem de bater as asas bem devagar. também sentia como se estivesse sendo renovado, como se estivesse sendo plugado a um carregador bem potente, sentindo uma descarga elétrica que ia de suas bochechas a seu ventre, e voltava.

e mark não estava muito diferente, já que tinha a impressão de que estava regenerando suas forças e mandando todo o resquício de saudades dentro de si, ir embora.

depois desse beijo, outros vieram. mark contou detalhes da viagem, disse os prós e os contras (e, com toda certeza, estar longe de seu amado era um dos contras, quisá o principal deles), falou sobre johnny, novo colega com quem dividiu dormitório, contou sobre a comida, o clima, as pessoas, os pontos turísticos, as roupas, os costumes, o estudo. tudo.

porém, o mais importante, creio que não foi a viagem em si, mas a conclusão que mark tirou de que, absolutamente, não aguentaria mais passar tanto tempo longe de donghyuck, por mais desapegado que ele fosse. o mais novo possuía um magnetismo muito forte consigo, coisa de louco mesmo, fazia o moreno não conseguir passar se quer umas horas sem pensar em seu hyuck. será que ele já almoçou? será que dormiu bem? tomara que ele esteja se hidratando corretamente...

mark se preocupava. mais do que nunca. mais do que aparentava e demonstrava. mais do que tudo, afinal, existia amor alí, no meio dos dois. era o que os ligava, além da atração física, sexual, sentimental... o amor era maior do que tudo e do que todas as barreiras. era maior que vancouver, no canadá. era maior que busan e era bem mais do que podiam carregar sem transbordar.

e transbordar fazia bem. fazia beijos fluírem, o eu te amo fugir da boca de um dos dois e, acima de tudo, transbordar os tornava mais apaixonados um pelo outro.

era assim que funcionava, era essa a ordem das coisas. mark e donghyuck ia muito além de um intercâmbio e de um ano separados.

por mais que mark voltasse para o canadá alguma vez, haechan mal poderia esperar até que ele voltasse e trouxesse consigo uma bagagem lotada de amor.

𝗰𝗮𝗻'𝘁 𝘄𝗮𝗶𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora