Quando coloquei meus pés dentro de casa uma grande confusão com membros de minha matilha se formava, eles gritavam uns com os outros, enquanto alguns tentavam esconder seu horror ou seu pesar.
— Que diabos está acontecendo aqui?
Paolo deu um passo a frente, os olhos marejados, nunca tinha visto meu melhor amigo chorar, por nada. Meu coração tremeu dentro de mim.
— Agatha...
— O que tem Agatha?
— Isso é culpa sua!
Uma voz conhecia berrou do alto da escada, Lunna, completamente transtornada desceu as escadas e me estapeou, não parecendo satisfeita ela continuou a me agredir até tiraram ela de cima de mim.
O choque era tão grande que se quer fui capaz de me defender.
— Minha garotinha! – ela gemia em meio as lágrimas – Minhas filhas! Você os deixou desgraçar as duas...
Suas palavras não faziam sentido, mas mesmo assim corri para o andar de cima, e com coração na mão abri o quarto de Agatha. Um homem completamente de branco, um médico, parecia examiná-la.
Ele se levantou o rosto cheio de horror ao me encarar.
— Ela precisa de repouso, sentira dor nas próximas horas, mas... – ele desviou os olhos – sobrevivera aos ferimentos. Senhor Lazzari, sempre atendi a sua família com descrição e sem fazer perguntas, mas isso é demais. Nunca mais volte a me chamar aqui, não tem dinheiro que pague algo assim.
O médico saiu do quarto me deixando sozinho com Agatha.
Ela estava deitada na cama, os olhos fechados, seu rosto estava inchado e cheio de hematomas, o lábio cortado.
— Foi Agustin... – a voz de Paolo estava cheia de pesar – depois de saber que Celine tinha escolhido... ele encontrou Agatha... e a violentou.
O chão se abriu sob meus pés e foi como cair, cada vez mais fundo para um abismo infinito, onde só tinha dor e infelicidade, quanto mais eu descia pior tudo ficava.
— Agatha nem tem dezoito anos.
— Nós a encontramos desacordada, nos limites da propriedade... acho que ele entendeu o que fez, o erro que cometeu, por que parecia que queria escondê-la.
Meu sangue ferveu dentro de mim e só tinha um jeito de me acalmar. Ignorando todos os protestos ao meu redor fui até o chalé dos Nahuel e sem pedir licença entrei, derrubando todos aqueles que tentaram me parar para finalmente encontrar o maldito em seu quarto dormindo.
Ergui Augustin pela gola e o cheiro de álcool me acertou com força, ele abriu os olhos me encarando.
— Você tocou na minha filha seu merda?
— Ela quis...
Soquei sua cara provocando um estalo alto que o fez gemer.
— Ela estava lá se oferecendo para quem quisesse.
Outro soco, ainda mais forte, sangue jorrou de seu nariz.
— Eu não tenho culpa de que você criou duas prostitutas que ficavam se exibindo, não tenho culpa se elas não fazem cerimonia para abrir as pernas.
Aquela foi a gota da água senti um lado meu que eu tinha silenciado por muito tempo vindo a tona, joguei o maldito contra o chão e só sai de cima dele quando seu corpo, já sem vida, está frio.