Prólogo

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O meu sono foi interrompido pelo som da campainha, assim que verifiquei as horas no meu telemóvel constatei que faltava pouco para as três da madrugada. O barulho estridente continuava a soar insistente.

Assim que abri a porta, senti um arrepio intenso. Não sei se pela noite fria que se fazia sentir em Manchester ou pela visão do Bernardo impaciente.

-Finalmente! - protestou, unindo os seus lábios aos meus bruscamente e pude logo sentir um sabor forte a álcool. Estava embriagado, novamente!

-Bernardo, são três da madrugada! O que é que estás a fazer aqui a esta hora? - questionei frustrada.

-O dia correu-me mal, voltei a não ser convocado. - contou triste. -E tu sabes sempre como me distrair, bebé. - falou malicioso, encostando os seus lábios ao meu pescoço.

-Nunca vais ser convocado se continuares a beber dessa maneira! - repreendi, afastando-me de si.

-Não vais começar com as lições de moral, pois não? É que não é essa a tua função aqui. - articulou friamente.

-Qual é a minha função, então? Ficar caladinha e ir contigo para a cama? - perguntei, elevando o meu tom de voz. Sabia que era inútil discutir com ele, tendo em conta o seu estado. Mas, era impossível para mim manter a calma quando o homem que amava me tratava como um brinquedo sexual.

-Não precisas de ficar "caladinha" na cama.- troçou, encostando-se à parede procurando manter o equilíbrio, o toque do seu telemóvel impediu-me de falar. -Merda, é a Alicia! Não acredito que está acordada a esta hora...- falou referindo-se a sua namorada.

-Deve ter sentido a tua falta na cama. - disse irónica revirando os olhos. -Não vais atender? - questionei enciumada e vi-o desligar o telemóvel.

Dirigiu-se a mim e juntou os seus lábios nos meus e, apesar de todas as circunstâncias, o desejo que o seu beijo revelava fazia-me acreditar que era comigo que era de mim que ele gostava. As nossas línguas dançavam sincronizadamente e, mais uma vez, cedi à vontade que sentia por ele, na esperança de que aquele fosse o beijo que o fazia perceber que era a mim que ele devia pertencer. Senti o meu corpo repousar no sofá macio e as mãos do Bernardo deslizavam por debaixo da minha camisa, o seu toque na minha pele era o suficiente para todo o meu corpo incendiar, quando retirou o tecido o seu telemóvel voltou a tocar.

-Desliga essa merda! - ordenei irritada e vi-o gargalhar.

-Nada de ciúmes. Tu conheces as regras, Sofia! - falou indiferente. Será que ele algum dia se lembrava que eu tinha sentimentos?

-As regras? - interroguei magoada. - Foda-se, Bernardo. Sai daqui! Agora! - exigi num tom de voz mais elevado do que aquilo que esperava. O seu olhar pousou em mim, confuso e, sem mais palavras da sua parte, levantou-se do sofá dirigindo-se até a porta.

Assim que a porta se fechou, consegui ouvi-lo atender a chamada: "Desculpa, querida. Estou a ir para casa, estava a tomar uns copos com uns colegas e perdi a noção do tempo."

O seu carro arrancou e se, noutra altura, a minha preocupação seria o facto de ele conduzir alcoolizado. Neste momento, apenas conseguia sentir-me vazia. Contudo, o hábito não me permitia deitar mais lágrimas. Porque me sujeitava a tudo isto? A resposta era simples, amava-o. Amava-o de um modo que me deixava desprotegida e me fazia esquecer de quaisquer princípios e valores que tinha, amava-o a ponto de aceitar ser a outra na ilusão de que, um dia, pudesse vir a ser a sua primeira escolha.


Olá, olá! Vou iniciar uma nova fanfic com o Benny, como já devem ter reparado. Para quem acompanha a "Game On" do André Silva prometo que darei o meu melhor para conseguir conciliar da melhor formas as duas histórias.

Este primeira parte é apenas para perceberem o conteúdo da fic, o primeiro capítulo irá retornar ao início para que possam entender como tudo começou entre os dois.

Espero que acompanhem e que gostem! Votem e comentem, meninas!

Muitos beijinhos e até ao próximo capítulo. ❤❤❤❤

Behind Closed Doors | Bernardo SilvaWhere stories live. Discover now