Menininhas fúteis. Liz anda para longe, até um banco perto de umas flores. Ela termina de comer seu lanche de sai andando por aí, olhando o pátio, as pessoas. mas ela, de repente sente alguém andando atrás de si. Liz simplesmente anda mais rápido.
-Liz! - diz a pessoa.
-Você de novo? - quem a chama é Thomas, o garoto do ônibus.
-Ela te mandou embora, né?
Liz busca um banco e senta-se.
-Mandou.
-Eu não disse? - ele senta ao seu lado.
-Você estava certo, eu não devia ter dado trela pra Beatrice.
-Ela é uma vaca. Pelo menos é assim que os outros falam.
-Não diga isso! - Liz ri - Que feio.
-Mas é mesmo! No primeiro dia de aula da Trace, minha amiga, ela a chamou para sentar jundo dela. Adivinha o que aconteceu? Ela a mandou embora logo após ela dizer que gostava de musica clássica!
Eles ficam calados por um instante. Liz olha para Thomas e vê que por trás dos óculos, por trás das roupas nada modernas, há uma beleza diferente. Thomas é moreno de cabelos lisos, como um índio. Mas isso não aparece claramente se não for visto de perto, pois seu topete e seus olhos verdes azulados escondem a sua etnia. É como os cabelos da flor: Você não percebe que são louros; sua mente te faz achar que ela é ruiva.
-Me desculpa por ter falado com você daquele jeito hoje no ônibus.
-Não se preocupe - diz ele -, você ainda estava sob os encantos da bruxa.
-Acho que agora nós podemos nos conhecer melhor, Thomas. Meu nome é Liz Palmer - ela diz e estende a mão para ele.
-Thomas Duncan. Eu venho dos Estados Unidos da América.
-Eu sou inglesa. Nossa! Quantas pessoas de outros países têm aqui?
-Aqui você vai achar um monte. Tá vendo aquela garota alí, de cabelo rosa? Ela é brasileira, o nome dela é Luciana. Eu dei reforço de Física pra ela. Tem um garoto do japão, outro da Espanha. De que lugar da Inglaterra você vem?
-Eu venho de Londres. E você?
-Eu nasci em Las Vegas e morei minha vida toda em San Diego.
-Você disse Las Vegas? Eu amo Las Vegas!! As dançarinas pin-ups, os cassinos, pôker... Eu viajei pra lá ano passado, quando eu fiz quinze anos. Mas eu só andei por aí, porque não posso entrar nos cassinos...
Thomas sorri, mas o sinal toca e ele dá um pulo.
-Oh, Deus. Já? Esse sinal toca tão rápido. Eu vou pra aula de história. E você?
Liz pega um papel que estava em sua bolsa e o lê.
-Agora... Aula de Francês. Vou indo pra lá. Tchau, Tom.
-Tchau, Liz!
Liz se vira e se encaminha para uma outra entrada do grande prédio.
(...)
Sua professora chamava-se Loise, era uma senhora muito bem arrumada que cheirava à tulipas. A aula de Loise era muito boa e divertida. As duas aulas depois se passaram muito rápido. Matemática e depois Física. Até quando deu a hora de sair. O ônibus que parava em frente à casa de Liz já estava lá, mas ela decidira ir a pé, para conhecer melhor a cidade onde estava morando.
Logo depois de começar a andar, avistou uma grande loja de roupas que tinha uma saia linda, bem do jeito que Liz gostava: de bolinhas.
Liz corre para dentro da loja como um relâmpago.
-Licença, quanto é a saia?
Uma mulher loira de olhos azuis se vira e sorri para Liz. Seu rosto é muito familiar, e ela até pensa em perguntar se se conhecem de algum lugar, mas deixa quieto.
-Dez dólares. Promoção, leva duas por quinze.
-Eu vou levar. Quero a preta com bolinhas rosas e aquela azul ali - Liz aponta para as saias muito sorridente. Até que estava gostando da cidade nova. -. Quinze dólares... Obrigada!
Ao sair da loja, com um grande sorriso estampado no rosto, Liz continua seu caminho. Alguns minutos se passam e alguém a chama. Para sua infelicidade, é Beatrice.
-A velha está comprando mais saias de vovó?
-Me poupe - Liz se vira e continua o caminho novamente. Só que dessa vez, Beatrice, que aparenta ser duas vezes maior que ela, agarra seu braço e a puxa. - O que você quer?
-Deixa eu ver essa sacola. Nossa, que cor feia! Bem que combina com uma garota ridícula como você.
-Ah, Beatrice. Se ivejas o meu estilo, vá até a loja e compres uma saia você também.
-Sua britânicazinha de mer...
-Ei! Parem com isso! - para a alegria de Liz, quem chega é Thomas, que também fora andando para casa. - O que vocês estão fazendo?
-Olha o nerd! Peguem ele também - as companheiras de Beatrice correm e agarram Thomas. Enquanto ele e Liz se debatem, um homem num grande carro preto chega e chama o nome de Beatrice.
-Venham, meninas. Parem de brincar um pouco, entrem no carro.
-Já, pai?
-Brincar? A sua filha... A sua filha... Você não vai fazer nada? Você viu o que ela estava fazendo? - Liz parte para cima do homem, mas Thomas à segura. - Você viu!
-Cala a sua boca, menina idiota - diz o homem, e logo depois partem com o carro.
-Eu não acredito! Oh, meu Deus! Thomas, você viu isso! Que idiota! - Liz, com o cabelo todo bagunçado, pega a sua sacola, toda amassada no chão. Em seguida, pega sua bolsa e tudo que estava caído para fora dela. Thomas a ajuda.
-É sempre assim. Tudo e todos estão do lado de Beatrice. Vamos embora. Eu te acompanho até sua casa.
(...)
-Obrigada, Tom, eu agradeço muito. Cuidado ao voltar.
-Tudo bem, tudo bem... Seu braço está todo roxo!
-Não foi nada. Pode ir pra sua casa - Liz dá um abraço em Thomas. - Obrigada.
Ela entra e corre para o quarto, sem explicar nada para a família, que a olha com espanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonhos Vívidos de uma Flor Encarnada
RandomUma garota nova numa escola diferente. Ninguém quer ser seu amigo. Todos a julgam por seus gostos e por seu modo de se vestir. Uma grande realidade, não? É isso que acontece com Liz, uma adolescente londrina de 15 anos que se muda para Sydney...