Capítulo 1

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Passei anos da minha vida me dedicando para ser o melhor, para ser melhor que meu pai. Passei anos longe da minha família para alcançar os meus objetivos, para alcançar os objetivos que meu pai tinha para mim.

Nunca ninguém me perguntou se era realmente isso que eu queria para minha vida, também nunca questionei, mas era isso que eu tinha, e se era isso que eu tinha, então eu faria corretamente a responsabilidade que me foi dada.

A responsabilidade que deixaram em meus ombros me fazia querer crescer, me fazia nunca querer errar, sempre pensava que se eu não aceitasse ser o que sou hoje magoaria minha família, mas nunca liguei se me magoaria.

- Bom, bom, bom...

A voz de Alec me desperta dos meus pensamentos.

- O que foi? - pergunto.

- Então quer dizer que hoje daqui quatro horas eu vou perder meu melhor amigo?!

- Você não vai perder, eu só estou indo para o Brasil.

- Sim, claro, você fala como se fosse na casa da vizinha.

- Logo nos veremos, você já comprou sua passagem?

- Sim! Mas nos veremos daqui três meses, vão ser os três meses mais ansiosos da vida.

A expressão exagerada de Alec me faz rir, ele sempre foi uma pessoa cheia de dramas, dramas esses que me fizeram dar boas risadas durante anos. Alec é meu amigo desde que entrei na Universidade, sempre muito popular, principalmente em relação a garotas, ele sempre brinca que com seu cabelo preto, seu olhar sexy e seu corpo alto e malhado, deixa as garotas em seus pés.

- E então?

- Então...

- Vai sentir minha falta lá no Brasil?

- Você é meu vizinho, vive aqui em casa e fazemos a mesma faculdade, você ainda pergunta?

O seu sorriso se estica e vira uma gargalhada, que me contagia e começamos a rir juntos.

- Você não vai ir ver sua tia antes da viagem?

- Minha tia é durona, não gosta de despedidas, mas já enviei uma mensagem para ela.

- Bom então tá, te levo no aeroporto!

Alec se levanta pegando na mesinha de centro a chave do carro, eu também me preparo pegando minhas malas. Logo que chegamos sentamos esperando, Alec me anima com suas histórias, e percebo que o tempo passou muito rápido quando uma voz anuncia o meu voou.

- Olha, não fica nervo, vai dar tudo certo, e também daqui três meses eu estou lá.

Ele me lança um sorriso para confirmar o que tinha dito, e depois me abraça me desejando boa sorte.

- Então, tchau loirinho.

- Te vejo daqui três meses.

- Pode apostar!

Me viro pela última vez, conferindo se ele ainda estava lá, e dando lhe um último aceno com as mãos bem rápido me despeço.

Já no meu acento, coloco meus fones e imagino milhões de recepções que poderia acontecer. Estou indo para um lugar que não conheço mais, e estou indo morar com uma família que é um pouco desconhecida para mim. A única pessoa que mantive contato foi com Alyson,minha irmã.

Derrepente uma mulher se senta ao meu lado, ela aparenta ter a mesma idade que eu, ela se volta para minha direção e sorri timidamente, eu faço o mesmo.

De repente amorOnde histórias criam vida. Descubra agora