Prólogo

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Chegava a ser engraçado como cada pessoa via o mundo, como compartilhavam a sensação do mesmo episódio, como se mostravam diferentes de cada situação

Dava para ver que o mundo não era perfeito, nem as pessoas, os mesmos episódios poderiam expor medo em uma pessoa e graça em outra, mas ainda sim deixava marcas em todas

Muito da vida dela foi isso, MARCAS, marcas do abandono, da incompetência, das palavras, muitas delas até provocado por ela mesmo, mas quem poderia jugar? Somos humanos! E quem diz que a pessoa só pode ser herói ou vilão está errado

Todos temos um pouco de herói, vilão e até mesmo de ajudante, somos humanos, somos complexos, o importante é o que você deixa prevalecer

A caminhada é grande para decidir isso, e as marcas deixadas são maiores

Desde que somos pequenos ouvimos frases do tipo se você pudesse ter um super poder qual seria?

As respostas que ouvimos sempre são variadas, uns dizem voar, outros super força, mas não ela! S/N queria poder esquecer de tudo

Esquecer do passado, da tristeza, do choro, mesmo sempre tentando esconder isso, era impossível que ninguém percebesse, as pessoas que haviam sido tiradas de sua vida faziam falta, e talvez ninguém realmente entendesse o quanto

Não poderia dizer que as pessoas a sua volta também não sofriam, tinha seu irmão ou melhor, meio-irmão Mark que passou por alguns de seus sofrimentos também, achava até que era o único que poderia chegar ao mais perto de entender

Ambos tinham perdidos os pais duas vezes, tantos os biológicos quanto os "adotivos", mas ela sempre teve o sentimento da culpa, mesmo que fosse 0.001% a culpa de eles não estarem ali com os pais, e no seu caso com a madrasta.

Mas lógico que não compartilhava suas paranoias ao mundo, ela sabia que as pessoas iriam querer apenas lhe consolar e dizer que nada era culpa dela

Mas ela sabia que era!

- Caramba devolve isso logo! - dizia s/n enquanto tentava pegar o celular do mais velho - Mark Tuan! - gritou ela quando ele começou a usar o excesso de altura dele como arma

- Esquece, minha princesa! Vamos ver com quem você anda conversando tanto que está me deixando de lado

- Você não é meu pai - gritava ela enquanto pulava para pegar o celular sem sucesso

- É, mas o tio ia adorar que eu fizesse isso!

- Você sabe muito bem que não! E duvido que a tia Tuan ia querer isso também!

- Ei não mete minha mãe nisso! – gritava ele com a implicação da menor

- Então não mete meu pai! - disse ela pondo as mãos na cintura - Eu ainda não sei como você pode ter nascido de uma pessoa maravilhosa como ela

- Meu deus estou ofendido! - disse ele pondo a mão em seu peito - Ei quem é esse aqui!! Bruno...

- Solta - disse ela pegando o celular de volta - É só meu amigo, e voltando, como eu posso te aguentar todos esses anos?

- Você me ama, simples!

- Esse é o pior! - disse ela em um sussurro - Então vai me levar para escola ou não?

- Calma sargento - antes que ela pudesse reclamar ele pegou as chaves do carro e a bolsa dela e saiu de casa acompanhada pela mais nova

Era importante eles manterem um relacionamento assim, talvez seja o jeito como conseguiram se apoiar um no outro desde que seus pais morreram naquele acidente

Alugador De Puta - PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora