Eu vou te proteger

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A única coisa que se via em meu pequeno escritório era a enorme pilha de documentos sobre a mesa de madeira

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A única coisa que se via em meu pequeno escritório era a enorme pilha de documentos sobre a mesa de madeira. Reclinado na poltrona de couro preto, meus olhos rolavam pela superfície de toda aquela papelada, com poucas noites dormidas finalizando o último caso que fiquei responsável, meu corpo só precisava de descanso, mas isso não seria possível já que um homem alto e loiro adentrou minha sala com uma pasta em mãos.

— Chegou mais uma denúncia, Jeon. — Namjoon disse enquanto se sentava a minha frente. Suspirei cansado e peguei a pasta folheando as páginas lentamente — Se trata de um garoto de dezesseis anos, a vizinha denunciou o caso de agressão constante por parte do genitor, de acordo com a testemunha ele chega embriagado todas as noites — Não que aquilo fosse novo, eu estava acostumado a lidar com esse tipo de evento, mas nunca foi fácil digerir, como alguém consegue bater em uma criança? — O maior dos problemas é que não existe provas — Ele suspirou passando a mão em seus fios dourados — O nome dele é Park Jimin.

— Já tentou se comunicar com o pai do garoto? — perguntei depois de algum tempo observando a foto do adolescente em meio aos documentos.

— Por acaso está falando com algum iniciante? — ele ergeu a sobrancelha — A reunião está marcada para amanhã às nove horas da manhã, mandarei a agenda em seu e-mail — Namjoon se levantou e me entregou um pendrive — Esse é o depoimento da testemunha que não quis se identificar, a polícia já foi alertada e só estão esperando seu relatório — Ele disse por fim, antes de se retirar e fechar a enorme porta de madeira.

Com o computador ligado, inseri o pendrive e me deparei com um arquivo nomeado como Depoimento sobre o caso 01013. Era tarde quando a testemunha ligou, ela parecia agitada e assustada.

— "É do serviço social?" — ela falhava ofegante — "M-Meu vizinho chegou bêbado e está batendo em seu filho novamente" — a testemunha parou, tentando recuperar a respiração — "Ele vai matá-lo se continuar fazendo isso, perdi as contas de quantas vezes acionei a polícia nos últimos meses".

— "Pode me dizer o nome e a idade da vítima?" — uma voz mais grossa foi ouvida que logo reconheci como a de Namjoon.

— "Park. Park Jimin, ele tem dezesseis anos, é apenas uma criança, precisa ajudá-lo, eu imploro". — Ela chorava e gritava em prantos.

— "Iremos fazer isso, mas antes preciso que se acalme, tudo bem?" — O loiro suspirou frustrado — "Me informe sobre a localização e mandarei um assistente social para checar o caso".

Finalizei a gravação e continuei folheando a pasta, ele não tinha parentes na coréia do sul e perdeu a mãe há dois anos em um acidente de carro, desde então é só ele e o pai, se é que podemos chama-lo assim.

Eu tenho um lema, todos os agressores são culpados até que se provem ao contrário.

— Certo Park, vamos resolver isso — falei sozinho colocando a pequena foto do garoto grudada na moldura do meu monitor — Só preciso que se mantenha forte e saudável — me levanto e visto o sobretudo preto que estava pendurado no cabideiro e saio do escritório. Na recepção apenas Namjoon que ficaria para o turno da noite, me despedi brevemente e então me dirigi até meu carro estacionado no subsolo do prédio.

Social Worker • ji + kookOnde histórias criam vida. Descubra agora