but the rain never came.

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Mais uma noite de insonia, levantei devagar para nao acordar minhas colegas de quarto. Olhei ao redor e me perguntei o que fazer, decidi ir ate nossa cozinha comunitária aqui da universidade.

desci as escadas em caracol, e andei alguns minutos ate chegar em uma porta lateral branca. abri a mesma, e ali estava escuro, liguei a luz e assim que o fiz, um grito fez meu coração sair pela boca. havia um homem loiro, de cabelos ate seus ombros, deitado no sofa com suas maos sobre os olhos. levei minha mao ao peito, e o vi tirar as maos dos olhos, agora semicerrados. sua pele estava vermelha, e mesmo por uma fresta de seus olhos, pude ver o quao azuis eram.

- você tá legal? - perguntei fechando a porta atrás de mim.
- agora acho que perdi minha visão - ele disse se sentando. Me mantive no lugar,  parada,  olhando ele coçar os olhos,  e tentando abrir os mesmos com uma careta. - vai ficar ai me olhando? - ele me olhava com os olhos um pouco mais abertos.
- ah,  desculpe - fui até o pequeno fogão que ali havia,  ficando de costas para o balcão que nos separava. - quer alguma coisa?  - perguntei por educaçao, eu quase tirei a visão dele.
- o que tem em mente para curar ressaca?  - ouvi sua voz um pouco mais perto,  ele sentou-se no banquinho a frente do balcão.
- ovos e bacon, já é quase demanha mesmo. - ouvi sua risada baixa,  harmoniosa.
- Roger Taylor, aliás - ele disse me fazendo o olhar por cima do ombro.
- Cassie pine,  prazer - falei enquanto quebrava os ovos,  em poucos segundos viraram ovos mexidos com 4 tiras de bacon ao seu lado.
Retirei a frigideira do fogão e coloquei em cima do balcão do armário tirei 2 pratos e coloquei em nossa frente. Nos servimos,  e ficamos comendo em silêncio. Durante os momentos de silêncio,  eu reparei em seu detalhes,  eu faço muito isso,  o que me rende muitos momentos constrangedores.
Ele tinha pele clara, um nariz delicado,  olhos cristalinos,  difícil dizer que não me chamou atençao.
- você costuma encarar assim todo mundo?  - ouvi sua voz me tirando daquela distraçao.
- ah,  sim,  desculpe.  Bem... Você estuda ou se escondeu aqui depois daquelas festas dos alunos?  - perguntei colocando meu prato de lado.
- bem... - ele limpou a boca colocando seu prato de lado também - eu estudava, agora tenho uma banda.
- ah sim,  qual o nome?  - perguntei interessada.
- smile, mas agora temos o Freddie,  e acho que seremos o queen daqui por diante. - ele disse sorrindo.
- queen?  Impactante. Bem a cara do Freddie, acho ele um artista incrível. - falei sorrindo.
- conhece Freddie? - perguntou.
- ah sim,  fizemos umas aulas juntos,  eu faço psicologia aqui. - respondi o encarando nos olhos, droga, eles são hipnotizantes.
- eu fazia Odontologia - ele riu-se e eu o acompanhei. - parece loucura né? - ele perguntou balançando a cabeça.
- é,  te vejo como um astro do rock mil vezes mais,  do que um dentista. - falei sincera e ele me sorriu ladino,  minha respiração falhou,  e ele notou. - você toca bateria,  certo? - falei desviando os olhos dos dele.
- sim,  sou bom com as mãos - ele disse me fazendo rir e o encarar com descrença. A conversa fluía com naturalidade,  como se fossemos amigos de vidas passadas,  de groupies á maiores loucuras que já cometemos, nossa conversa foi de assunto a assunto até nos conhecermos por completo.

Rimos bastante aquela noite. Comecei a acompanhar seus shows, éramos melhores amigos. Eu o conhecia,  e ele a mim,  criamos uma amizade incrível. Instantânea, maravilhosa.
Após meses de turnê, ele voltou para inglaterra, queen era um sucesso,  e eu mal via a hora de abraçar Roger,  sentir ele aqui,  aquele maldito me fazia tanta falta.

Acordei cedo aquele dia, me sentei na cama, e sorri ao lembrar que ele chegaria hoje. Corri para o banheiro,  e tomei um longo banho,  me sequei,  e vestida com minha melhor roupa,  desci para a entrada do campus. Dei a volta no prédio dos dormitórios, me sentei na mureta no lugar que marcamos que ele estaria quando voltasse. Ascendi um cigarro,  tragando o máximo que pude, e soltei a fumaça lentamente,  coloquei meus óculos escuros,  o sol excepcionalmente hoje estava radiante,  aqui na Londres cinzenta.  Ouço um barulho de carro ao longe,  e lá estava a van do queen,  voltando para casa. Sorri abertamente, conforme a van se aproximava,  o barulho ficava mais alto. A van foi desligada, e Brian saiu do volante. Corri o abraçando, ele me girou no ar,  e lhe dei um beijo estalado. Brian era um cara incrível. E então Jhon e Freddie vieram me cumprimentar,  e fiquei a espera de Roger, e nada. Adivinhando minha cara confusa,  Freddie gritou " Dormindo na van,  amada" Andei até a porta da van,  e no banco do meio, ele estava deitado de mal jeito.  Entrei na van,  no banco da frente, e acariciei seu rosto.  Ele cheirava a bebida e cigarro, ah Roger,  por que?  Ele se remexeu,  e abriu os olhos devagar. Sorri para ele,  que sorriu beijando minha mão em seu rosto.
- docinho,  esse foi o melhor acordar que tive em meses - ele disse com a voz rouca, causando arrepios em minha espinha.
- nada comparado com as grupies e hotéis 5 estrelas,  não é - falei brincalhona e ele negou com a cabeça. O chamei para sair da van,  e quando descemos ele me abraçou forte,  e afundei meu rosto na curva de seu pescoço, eu nas pontas dos pés,  e ele curvado,  estávamos ali a um bom tempo, pois Jhon teve que nos gritar para andarmos logo e ajudar com as coisas. Roger ficaria no meu quarto,  já que as minhas colegas estavam viajando nesse fim de ano.

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⏰ Última atualização: Nov 23, 2018 ⏰

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Taste you like a drug. - one shotOnde histórias criam vida. Descubra agora