Eu te amo

18 2 0
                                    


Eu juro que tentei não rir quando vi a cara de Oh SeHun suja de vomito e, agora, sangue, depois de ter levado vários socos de ChanYeol, que só foi impedido de quebrar o maxilar pontudo daquela vara branca porque meu appa Yunho apareceu e separou, mas não deixou de aproveitar a situação e também dar um soco, porém no nariz.

- Enlouqueceu? – A praga gritou em alto e bom som enquanto tentava limpar o rosto com a barra do terno que vestia. – Ele vomitou em mim e vocês ainda me batem?

- Ele está gravido, seu idiota. Não ouviu ou viu a barriga dele não? – ChanYeol indagou extremamente puto, se fosse eu no lugar de SeHun já teria me cagado pela gravidade da voz do meu marido. Espero nunca ver ele realmente puto.

- Eu lá vou ficar prestando atenção nesse banco de óleo capilar e excesso de banha? Para mim sempre foi gordo e uma gravidez não faria diferença. – Expus um beicinho triste, pegou pesado, poxa. Eu sei que estou acima do peso, mas não era para tanto e meu cabelo não era oleoso.

ChanYeol viu minha carinha triste, eu estava segurando o choro, não nego, e ele percebeu isso rápido, tanto que suas expressões ficaram ainda mais enfurecidas quando voou para cima do magrelo de nojo.

- ELE – Um soco. – NÃO – Outro soco. – ESTÁ – E mais um. – GORDO. – Finalizou jogando SeHun no chão e esfregando ele todo no vomito que tinha espalhado ali.

Só então, os seguranças do lugar apareceram e separaram os dois, não demorando a empurrar SeHun para fora dali, mas não antes que ChanYeol fizesse da minha honra algo tão digno de orgulho que conseguiria me fazer sorrir sempre que eu quisesse me lembrar do motivo para não ter tanto ódio dele.

- E eu me casaria com ele antes de te dar qualquer chance comigo. – E depois disso veio me abraçar, perguntando se eu estava bem, se não tinha me machucado e me encheu de carinho. Apenas me escondi naquele corpo grande e quentinho querendo ir embora daquele lugar logo e perguntar a ChanYeol se eu era tão gordo assim como SeHun dizia.

Eu sei que eu sou gostoso, mas ouvir da boca de alguém, que querendo ou não, tem o corpo bonito, me fez ter um mínimo complexo de peso e me sentir inferior por isso. Eu gosto das gordurinhas que tenho na barriga e das minhas coxas grossas, mas isso me fez me sentir feio e incapaz de seduzir alguém.

ChanYeol me levou para casa depois que eu disse que não queria ir para o hotel, disse que ainda estava passando mal e não queria ter a dita cuja noite de núpcias, mas não era bem por isso, eu ainda estava complexado com o que tinha ouvido e não me sentir bonito o bastante para seduzir meu Yodinha a erguer seu sabre de luz para mim.

Me joguei na cama assim que tirei o terno, vesti um pijama de algodão bem broxante com desenhos dos ursinhos carinhosos, isso em um completo silencio e o beicinho choroso que eu costumava fazer quando estava triste.

- Você está bem? – Ouvi a voz rouquinha atrás de mim ao sentir o peso do outro lado da cama. Balancei a cabeça negativamente e no mesmo momento aquele abraço gostoso me fez me sentir um pouco melhor. – Não ligue para nada do que ele falou, você não é gordo.

Ele murmurou e deixou alguns beijos na minha cabeça, acariciando minha barrinha e minha cintura enquanto que o outro braço me fazia ficar ainda mais pertinho dele, seus carinhos e cuidados me fizeram me sentir melhor, mas não o suficiente para tirar aqueles pensamentos horríveis sobre como meu corpo pudesse ser maior do que realmente era quando eu me via no espelho.

- E se você quer saber, eu adoro apertar suas gordurinhas assim.... – Apertou a lateral da minha cintura, pegando com vontade alguns dos meus pneuzinhos, o que me fez rir um pouquinho, ele sempre disse que meus pneus eram fofos mesmo quando implicávamos demais um com o outro. – Adoro como suas coxas grossas se fecham ao redor do meu quadril, amo apertar elas e fico vidrado quando usa roupas coladinhas. Você é tão gostoso, mas tão gostoso, que sua chatice fica imperceptível quando olho seu corpo.

- Eu estou sensível e você vem me chamar de chato. Fez muito bem. – Me afastei do abraço dele sem muito animo, eu realmente não estava bem e queria chorar até o dia acabar. Se fosse em outra ocasião teria implicado também, mas eu estava triste e não queria fazer nada.

- Eu estou brincando, nossas implicâncias fazem parte de nós. – Voltou a me puxar para o abraço, desta vez colocando seu queixo em meu ombro e me fazendo me sentir tão confortável e quentinho que poderia dormir assim para o resto da vida que não me importaria. – Você não é chato, sou eu que adoro ver sua carinha brava quando grita comigo, prefiro você bravo do que triste, então durma bem agarradinho em mim, com todos os meus carinhos, amanhã vamos para Paris na nossa lua de mel e quero te encher de todos os elogios do mundo até você voltar a gritar comigo e mandar eu dormir no tapete ou no sofá.

Deixou um beijo no alto da minha cabeça e apagou a luz logo em seguida, deixando-me com um sorriso mais feliz e uma satisfação maior por ter aquele carinho direcionado a mim de forma tão verdadeira.

- E não pense que me esqueci de você, eu pensei o mesmo quando te vi, achei que não se lembrava e comecei a implicar também. – Sussurrou após algum tempo de silencio, fazendo meu coração gelar por alguns segundos. – Eu nunca esqueceria seu sorriso quando vencia de mim com a carta espelho.

É, acho que meu coração gosta dessa peste alta, mas preferi ficar em silencio e aproveitando o coração acelerado pelo que tinha me dito, junto a sensação gostosinha que o carinho que ele fazia em minha barriga me causava.

Eu quero matar esse demônio por me deixar parecendo um virgem apaixonado.

Mas vai ver eu sempre fui assim, só mascarei demais.

Vai ver não. Eu sempre fui apaixonado por ele, a quem quero enganar?

Virei o corpo até estar completamente de frente para ele, ainda sentia os olhos grandes pesados em mim, provavelmente esperando uma resposta e a única coisa que fiz foi selar demoradamente seus lábios, deixando claro em meus atos, que todos esses anos eu apenas fingi o odiar.

- Eu te amo, mas isso não quer dizer que eu não te odeie também. Murmurei com um sorriso bobo que rapidamente se tornou uma risadinha baixa por ter recebido mais um aperto do abraço.

- Eu também te amo, mas também te odeio. – Ele falou, riu e me beijou de novo, também deixando claro que apesar de nos gostarmos, quando o dia amanhecesse, voltaríamos a ser os dois implicantes de novo, afinal, eu gostava assim.

Era único e nosso, porém, com o bônus de que poderíamos nos beijar no final das contas.

Ou talvez pudéssemos fazer sexo.

Acho que o pijama de ursinhos carinhosos não foi problema para uma ereção se formar com os beijos que estávamos trocando. Mas ao contrário das outras vezes, foi carinhoso, cheio de toques amorosos, coração nervoso e palpitando junto com as sensações ainda mais fortes que das outras vezes. Não tinha desculpa ali, era realmente a nossa vontade quando estávamos sãos e completamente consciente do que fazíamos.

Acho que isso fez com que eu conseguisse finalmente sentir seu amor por mim, não acreditava que sexo realmente pudesse significar amor algum dia, que pudesse ir além do que uma onda de prazer momentânea.

O abraçar no final de tudo me fez ter mais certeza disso, a sensação foi prolongada quando seus braços suados me agarraram em um abraço carinhoso, receber seus beijos e retribuir cada um deles após toda aquela intimidade me deixou tão feliz, mas tão feliz, que toda a ideia anterior de que eu estava casando sem vontade se dissipou por completo. E isso se intensificou quando seus lábios se guiaram ao pé do meu ouvido e sussurrou o que eu mais queria ouvir naquele momento.

- Eu te amo. 

LoveXHateWhere stories live. Discover now