Capítulo 2

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Ana

Depois de um ano na correria com turnê eu e a Vi estamos entrando de férias hoje o que chega ser um alivio pois não tínhamos tempo nem para respirar direito. Durante as viagens decidimos morar no Rio, onde havíamos comprado um apartamento de frente para o mar o que facilitaria muita coisa. E com o tempo que ficamos fora o namorado da Vi, o Bruno ficou organizando as nossas coisas para quando chegássemos já estivesse tudo pronto.

Ao chegarmos no aeroporto Bruno nos encarava sorridente e segurava uma plaquinha de identificação, ela me olhou por alguns segundos toda boba até que começamos a rir supostamente da mesma coisa.

Vitória adiantou seus passos indo de encontro a ele, ambos se abraçaram com força, com saudade, era uma cena tão linda, um momento tão deles, um casal completamente apaixonado e que se amava tanto, os dois se beijaram e eu como uma pessoa sensata deixo que eles aproveitem esse momento fofo deles.

Fico parada observando aquele lugar e de imediato vem uma lembrança, Cecília segurava minha mão bem forte enquanto caminhávamos em direção a parte de embarque, sua tristeza era nítida, mas ela sempre dava aquele sorriso maravilhoso e tudo ficava bem. Suas mãos se encaixaram em torno da minha cintura fazendo com que a distância entre nós fosse mínima, fechei os olhos como revivesse aquele momento e então senti sua respiração se envolver na minha, o silencio nos rodeava mas era bom, não havia nada que precisava ser dito, mas vindo dela eu sempre vou me surpreender com algo, " Eu te amo tanto Ana, e não consigo me ver sem ser o teu amor por anos, não é acaso, é só amor não existe engano, que me carregue pra longe que te faça outros planos, meu bem teu cheiro só tu tem, tua boca só tu tem, me tem."

-Ana? Está tudo bem? O uber chegou vamos? - Vitória puxou meu braço para que fossemos embora para casa.

-Oi, estou bem! Vamos? - respirei fundo abaixando a cabeça.

Peguei o celular ao chegar mensagem do Mike, sempre que estava por aqui ele aparecia e a gente acabava ficando, mas não é nada sério. Ele já me pediu em namoro umas duas vezes e eu sempre procurava fugir do assunto ou a Vitória me salvava, o que era engraçado porque ela sentia o momento certo de aparecer.

-Ai meu deus, ele já começo a fazer as graças de sempre? - em um rápido movimento pegou o celular das minhas mãos e começou a ler. - Oi Aninha, tu não anima tomar um chop? Brincadeira. Ele disse que vai na festa, tu ta sabendo de festa?

-Pera que festa? - indaguei pensativa.

-Então meninas eu ia contar quando estivéssemos na humilde residência de vocês, mas não deu tempo não é mesmo? Enfim, vou fazer uma festa na minha casa amanhã para comemorar as novas cariocas do meu país Rio de Janeiro, vai ser a festa!!- Bruno contava de forma animada.

-Acho que a gente já pode casar Bruno, tu é o amor da minha vida! - rimos daquele comentário e partimos para casa, pois amanhã seria o dia.

Cecília

Havia se passado um ano depois de todo o ocorrido, um assunto delicado no qual eu evitava pensar durante todo esse tempo, assim passei focar mais na minha faculdade de Relações Internacionais e aos tempos livres trabalhava como modelo que ajudavam a minha amiga Julia, onde levantava uma boa grana para nós duas.

Diante de toda essa situação eu parei de me alimentar, ou quando comia colocava tudo para fora, eu até buscava tentar fazer algumas refeições por mais leve que elas fossem, mas na minha cabeça eu precisava emagrecer e com isso não sentia mais fome. Houve dias que fraqueza me tomava, mas eu sempre achava formas de repor essas energias. As pessoas que convivem comigo perceberam essa perca de peso minha repentina, algumas me questionaram, outras se preocupavam, mas a minha mãe e a Julia tentavam ajudar de todas as formas para que isso acabasse, tentei vários tratamentos o que parecia ser em vão, sendo assim uma luta minha diária.

Com todo esse processo delicado que passei durante esse ano, serviu para que eu começasse a me cuidar mais, mudei algumas coisas em mim e me tornei uma nova Cecília, talvez um pouco desequilibrada com algumas coisas, mas tudo estava se encaminhando, ou pelo menos eu acreditava nisso.

Sai de casa antes que a minha mãe se desse conta, decidi correr perto da praia hoje, um ambiente mais calmo e tranquilo. Apesar de não comer muito meu corpo se adaptou com essa nova rotina o que foi algo realmente bom, pois poderia correr todos os dias sem que acabasse desmaiando por ai.

Depois de correr 4 km fiz uma parada para hidratar, enquanto descansava senti uma leve tontura, respirei fundo apoiando minhas mãos nos joelhos e me mantive concentrada tentando voltar ao normal.

-Cecilia? Está tudo bem? - levantei a cabeça me deparando com uma silhueta conhecida, porem não consegui identificar com clareza por conta da tontura.

-Esta sim, acho que corri demais. - retornei o meu olhar para pessoa a frente o que me surpreendeu.

- Se você correr mais, tu vai sumir Ce! - ele ria de forma engraçada.

- Caraca Bruno quanto tempo eu não te via, tu sumiu homem!

-Tem certeza que o sumido sou eu mocinha? Enfim não importa, sorte que me esbarrei com você por aqui, assim o pedido fica mais elegante. Amanhã festa na minha casa no horário de sempre, conto com a sua presença!

-Você e suas famosas festas, tem algum motivo especial dessa vez? - ironizei pois sabia que ele sempre inventava motivos para fazer festas.

-Na verdade dessa vez tem dois motivos especiais, mas você só vai descobrir se você for, beijos fui!

Ao dizer aquilo, observei seu rápido movimento para se afastar de onde eu me encontrava, sabia que se fosse atrás ele não iria dizer nada, mas eu desconfiava dos motivos, só não tinha certeza se queria confirma-los.


Queria agradecer quem está acompanhando e espero que gostem do capítulo, boa leitura meus amores!! Próximo capítulo as duas vão se encontrar em...

Fora de mimWhere stories live. Discover now